domingo, 27 de junho de 2010

Vejam - Redes Sociais no celular - ou mais que isso

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI137353-15228,00-FOURSQUARE+O+NOVO+QUERIDINHO+DA+INTERNET.html

Os ateus são ‘mais pacíficos’


Revista Época - Por Paulo Nogueira
OS ATEUS são mais pacíficos?
É uma questão que emerge de uma das listagens mais interessantes que existem. É o GPI, Global Peace Index, fruto de um centro de estudos baseado em Londres.
Think tank, como são comumente chamados tais centros no mundo globalizado.
Tratei já do GPI neste espaço. Especialistas trabalham com mais de 20 indicadores econômicos e sociais de 144 países e montam uma lista da paz e riqueza mundiais.
Uma das coisas que impressionam, e têm despertado uma discussão vibrante, é a alta colocação dos países “ateus”, aqueles em que a maior parte das pessoas não acredita em Deus. A Suécia, com 85% de ateus, cintila no GPI e em todas as análises comparativas de desenvolvimento econômico, humano e social. Bem como a Dinamarca, a Noruega , a Islândia e a Finlândia.
No caso do GPI, todos estes países escandinavos estão no topo. O ateísmo é elevado em cada um deles. Do lado oposto, as piores colocações são de países com religiosidade alta, seja muçulmana ou cristã. O Brasil, como em todo estudo de avanço sexual, tem uma posição brutalmente medíocre. Ninguém corre o risco de ver Lula brandi-la na campanha, triunfal.

O GPI faz pensar.

Desde os primórdios da civilização, uma das razões mais comuns de conflitos é a religião. A Índia, para ficar num caso, foi golpeada duramente em seu progresso por conta da guerra sangrenta entre hindus e muçulmanos. Um pedaço da Índia de dominação muçulmana acabou se tornando um país independente, o Paquistão, hoje no meio do caminho entre os jihadistas islâmicos e os mísseis americanos.
É revelador um vídeo que mostra Ophra, a apresentadora americana, indo a Copenhague para tentar descobrir por que a Dinamarca é o país mais feliz do mundo, segundo um outro estudo. (Estive lá também, pelo mesmo motivo.) Ophra junta um grupo típico de mulheres dinamarquesas e bate um papo.
São saudáveis, bonitas, articuladas, orgulhosas de seu país. Não são massacradas por plásticas, maquiagens, griffes.
Quando Ophra pergunta se acreditam em Deus, elas respondem prontamente que não. Uma diz que acredita na “humanidade”. Não há na resposta delas a arrogância vaidosa e agressiva de Juca Kfouri ao replicar uma observação de Kaká, aquele sentimento, oriundo sobretudo de quem militou em centros acadêmicos em que se decoram orelhas de Marx, de que “somos melhores que os crédulos”.

NÃO.
Elas falam com a alma leve. Dizem também não acreditar tanto assim no casamento formal, o que não quer dizer que não possam ser boas mães e boas companheiras.
Não tenho a pretensão de esgotar uma discussão tão complexa aqui. Como o pastor de Updike que no meio de um sermão perde a fé, em algum momento deixei de crer. Não fiquei nem melhor e nem pior do que já era.
Também não tenho posição formada sobre a relação entre ateísmo e paz. O homem que mais admirei na vida, meu pai, era profundamente religioso. Mas jamais imaginou que sua fé fosse melhor que a de outros e nem tentou impô-la a quem quer que fosse. Meu romancista predileto, Graham Greene, era católico.
Mas muita gente pensa e age diferente de papai e de Greene.
São pessoas que consideram sua religião melhor, e estão dispostas a matar e morrer por isso.

Dunga e a Imprensa


Do Blog: Dunga não se esquece da imprensa que rotulou a copa de 90 como a "da era Dunga", que considero injusta, pois quem tomou aquele gol argentino foi o time e não apenas um jogador. A Rede Globo, dentro do seu direito de investidor, abusa dos privilégios e a CBF, que sempre está do lado de quem paga e as vezes os que pagam possuem posições antagônicas, logo...
O fato de Dnga expodir com a imprensa tem um e principal problema: como 190 milhões de apaixonados torcedores vão saber das notícias da seleção se o Dunga briga com a imprensa? Vale o bom senso de achar uma maneira de agradar a todos (aprenda com a CBF por exemplo).

“Os ateus são mais inteligentes”

Revista Época
O cientista afirma que as pessoas de Q.I. mais alto tendem a questionar a existência de Deus
O pesquisador britânico Richard Lynn dedicou mais de meio século à análise da inteligência humana. Nesse tempo, publicou quatro best-sellers e se tornou um dos maiores especialistas no assunto. Nos últimos 20 anos, passou a investigar as relações entre raça, religião e inteligência. Ao publicar um trabalho na revista científica Nature, que sugeria que os homens são mais inteligentes, um grupo feminista o recepcionou em casa com o que ele chamou de salva de ovos. O mesmo aconteceu quando disse que os orientais são os mais inteligentes do planeta. “Faz parte do ofício de um cientista revelar o que as pessoas não estão prontas para receber”, diz. Ao analisar mais de 500 estudos, Lynn disse estar convencido da relação entre Q.I. alto e ateísmo. “Em cerca de 60% dos 137 países avaliados, os mais crentes são os de Q.I. menor”, disse. Seu trabalho será publicado em outubro na revista científica Intelligence.

QUEM É
Professor emérito e chefe do Departamento de Psicologia da Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte

O QUE FAZ
Ph.D. pela Universidade de Cambridge, é um dos maiores especialistas em estudos de inteligência em raças e gêneros

O QUE PUBLICOU
Quatro livros sobre inteligência ligada à raça e ao sexo, entre eles Race Differences in Inteligence: an Evolutionary Analysis, e dezenas de artigos em revistas científicas, como a britânica Nature

ÉPOCA – Por que o senhor diz que pessoas inteligentes não acreditam em Deus?
Richard Lynn – Os mais inteligentes são mais propensos a questionar dogmas religiosos. Em geral, o nível de educação também é maior entre as pessoas de Q.I. maior (um Q.I. médio varia de 91 a 110). Se a pessoa é mais educada, ela tem acesso a teorias alternativas de criação do mundo. Por isso, entendo que um Q.I. alto levará à falta de religiosidade. O estudo que será publicado reuniu dados de diversas pesquisas científicas. E posso afirmar que é o mais completo sobre o assunto.

ÉPOCA – Segundo seu estudo, há países em que a média de Q.I. é alta, assim como o número de pessoas religiosas.
Lynn – Sim, mas são exceções. A média da população dos Estados Unidos, por exemplo, tem Q.I. 98, alto para o padrão mundial, e ao mesmo tempo cerca de 90% das pessoas acreditam em Deus. A explicação é que houve um grande fluxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade nas pesquisas. Mas, se tirarmos as imigrações ao longo dos últimos anos, a população americana teria um índice bem maior de ateus, parecido com o de países como Inglaterra (41,5%) e Alemanha (42%).

ÉPOCA – Cuba é um país mais ateu que os Estados Unidos, mas o nível de Q.I. não é tão alto.
Lynn – Você tem razão. É outra exceção. Pela porcentagem de ateus (40%), o Q.I. (85) dos cubanos deveria ser mais alto que o dos americanos. Mas há também aí um fenômeno não natural que interferiu no resultado. Lá, o comunismo forçou a população a se converter. Houve uma propaganda forte contra a crença religiosa. Não se chegou ao ateísmo pela inteligência. A população cubana não se tornou atéia porque passou a questionar a religião. Foi uma imposição do sistema de governo.

ÉPOCA – E o Brasil, como está?
Lynn – O Brasil segue a lógica, um porcentual baixíssimo de ateus (1%) e Q.I. mediano (87). É um país muito miscigenado e sofreu forte influência do catolicismo de Portugal e dos negros da África. Fica difícil mensurar a participação de cada raça no Q.I. atual. O que posso dizer é que a história do país se reflete em sua inteligência.

O mecanismo da raiva


Entenda como funciona a escala Richter

Folha Online
Ondas sísmicas são as vibrações de terremotos que viajam pela terra, e a escala Richter é o método mais conhecido para calcular a magnitude delas. Essa escala foi criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles F. Richter, que estudava esse tipo de fenômeno no Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos.
Na escala Richter, a magnitude de um terremoto é determinada por um logaritmo aplicado à amplitude de ondas registradas por sismógrafos, aqueles aparelhos que registram as ondas sísmicas por meio de traços em ziguezague --os mais sensíveis captam tremores ocorridos em qualquer lugar do mundo. São realizados ajustes quando há variações na distância entre vários sismógrafos e o epicentro de um tremor.
O total alcançado por um terremoto na escala Richter pode ser expressado em números e frações decimais. Cada número inteiro indica que a quantidade de energia liberada naquele fenômeno foi 31 vezes maior que a liberada no patamar anterior. A escala Richter, portanto, não possui um limite máximo.

Até 2,9
São tremores considerados "micro" e que, normalmente, não são sentidos pelas pessoas.

De 3 a 3,9
Considerados "pequenos", são tremores sentidos por muitos, mas que não deixam danos.

De 4 a 4,9
Tremores "leves" são sentidos por todas as pessoas da região atingida e provocam danos menores, como quebra de objetos.

De 5 a 5,9
São terremotos classificados como "moderados" aqueles capazes de danificar estruturas frágeis.

De 6 a 6,9
Nesse patamar, os terremotos já são considerados "fortes" e podem provocar danos médios, principalmente em áreas muito populosas.

De 7 a 7,9
Tremores considerados "muito fortes" são aqueles que causam mortes e danos severos em áreas geograficamente grandes.

8 ou mais
"Fortíssimos", esses terremotos são capazes de provocar graves destruições e muitas mortes em áreas geograficamente grandes.

Fonte: "Enciclopédia Britannica"

Dupla faz tomografia 4D em estrutura de carbono

Folha Online
"Átomos são como humanos: a única maneira de saber como se comportam é observando-os em ação."
A frase do Prêmio Nobel Ahmed Zewail, químico do Caltech (EUA), resume a motivação por trás de sua nova invenção: uma tomografia em 4D, que soma as três dimensões espaciais e o tempo.
Para descrever uma estrutura, basta uma foto ou uma maquete. Mas para saber como algo se comporta, é necessário um "filme". Foi o que os cientistas fizeram com nanotubos de carbono, mostrando como se movem e reagem. A "sociologia" dos átomos, nas palavras de Zewail.
Não imagine a tecnologia em hospitais, porém. "Humanos são muito maiores do que as coisas com que se consegue fazer tomografias em 4D", diz Kwon Oh-hoon, pós-doutorando de Zewail.
"Mas o objetivo é elucidar processos biológicos em proteínas, vírus e células. Então essa tecnologia pode contribuir com a saúde humana."
Zewail conta que os já está trabalhando com tomografias 4D de células biológicas. "A técnica é bastante abrangente", diz. Os nanotubos devem ser só o começo.
A escala de tempo é de femtossegundos (um segundo divido por um quatrilhão). Um femtossegundo está para um segundo assim como um segundo está para 32 milhões de anos.
A técnica consiste em somar 4.000 projeções estáticas tiradas de uma série de ângulos e em diferentes momentos, criando um "filme".
O estudo foi publicado no periódico "Science".

Corte de verbas soterra pesquisa climática polar brasileira

Folha Online
Um corte de verbas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ameaça interromper a coleta de dados climáticos que o Brasil faz na Antártida há 25 anos.
As três estações meteorológicas mantidas pelo país poderão ser desativadas, depois que o projeto de meteorologia do Programa Antártico Brasileiro perdeu uma disputa por verbas e foi suspenso pelo órgão, em abril.
"Vou para lá no fim do ano desmontar tudo, paciência", queixa-se o chefe do projeto, Alberto Setzer, meteorologista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
As estações coletam dados como temperatura, precipitação e velocidade do vento.
Elas são importantes não só para orientar a logística das operações brasileiras, que dependem de monitoramento constante do tempo mal-humorado da região, como também para integrar as séries de dados internacionais que permitem acompanhar como o clima está mudando na Antártida.
Essa informação é crucial para os modelos computacionais que avaliam o impacto do aquecimento global no degelo e no nível do mar. Uma das estações brasileiras tem uma série de dados contínua desde 1940 --é uma das mais longas da Antártida.
No ano passado, Setzer havia concorrido com um pedido de R$ 840 mil num edital de R$ 14 milhões aberto pelo CNPq para financiar a pesquisa antártica.
Até então, a média de gastos com o projeto de meteorologia era cerca de R$ 16 mil por ano. "É o que eles gastam com copinhos descartáveis nas operações", diz.
O projeto foi rejeitado duas vezes. Setzer reclama que nenhum dos três cientistas que julgaram a proposta era da área de clima ou Antártida.
"Esse é um argumento constante que a gente ouve, mas o julgamento científico não precisa ser feito por especialistas na área", disse à Folha José Oswaldo Siqueira, diretor do CNPq.
Segundo ele, o projeto de Setzer foi bem pontuado, mas ficou abaixo da nota de corte para o financiamento. "Recebi 67 propostas, que somavam R$ 42 milhões, tinha só R$ 14 milhões e pude contratar 18 propostas."
"É algo indesejável, mas temos de seguir a 8.666", afirmou Siqueira, referindo-se à Lei de Licitações.
O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, disse que o instituto não vai deixar a coleta de dados acabar. "É uma questão de responsabilidade. Quando você tem uma série histórica de dados, tem de manter. Não tem perigo de esse dado ser interrompido."

Do Blog: LULA DIZ: NUNCA NA HISTÓRIA DESTE PAÍS SE INVESTIU TANTO EM PESQUISA...

Imagens

Foto do calendário com poses sensuais tiradas com máquina de RX
Para celebrar o solstício – o dia mais longo do ano – centenas de pessoas se reuniram para ver a alvorada ao redor do monumento milenar Stonehenge, na Inglaterra. - Foto: Matt Cardy/Getty Images

Os hermanos são campeões em Copa Gay

Revista Trip
Os argentinos já ganharam mais mundiais de futebol do que o Brasil. Não, você não leu errado. É isso mesmo, pelo menos na Copa do Mundo de Futebol Gay. Enquanto nós nem sequer tivemos um representante na competição, nossos vizinhos do Los Dogos (foto) já até levantaram a taça de campeão quando sediaram o torneio em 2007. Quem banca o time é a DAG (Deportistas Argentinos Gay), entidade equivalente à CDG Brasil, mas que usufrui de mais apoio, estrutura e verba. A seleção é uma das favoritas para o Gay Games deste ano, torneio que será realizado em Colônia, na Alemanha, entre 31 de julho e 7 de agosto.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O valor das diferenças para a Democracia

De Reinaldo Azevedo

Não existimos CONTRA eles; existimos APESAR deles. Porque a construção das liberdades individuais já estava aqui antes de eles chegarem. Eles passarão. E elas vão ficar. Somos, no momento, os que zelam pelo fogo do templo.

OBS.: O título é do blog

O defensor dos velhinhos

Revista Veja
O médico Robert Neil Butler criou o primeiro departamento de geriatria nos Estados Unidos. Recebeu prêmio Pulitzer pelo livro Why Survive? Being Old in America e escreveu mais de 300 artigos sobre medicina e envelhecimento.

“Sou otimista em relação ao envelhecimento da população e como as pessoas vão lidar com isso”, diz Robert Neil Butler, presidente do Internacional Longevity Center (Centro Internacional de Longevidade). Assim como vários senhores que chegam aos oitenta e três anos de idade, o psiquiatra e geriatra Robert N. Butler tem muita história para contar. Ao longo de suas mais de oito décadas de vida, Butler escreveu livros, acumulou prêmios e marcos para a história da medicina.
Há 40 anos, ele cunhou o termo “ageism”, para referir-se à discriminação contra idosos. Em 1975, fundou o National Institute on Aging e, no ano seguinte, ganhou um dos mais prestigiados prêmios literários americanos, o Pulitzer, pelo livro Why Survive? Being Old in America (Por que Sobreviver? Envelhecendo na América, sem edição no Brasil). E, em 1982, criou o primeiro departamento de geriatria nos Estados Unidos, na Mount Sinai School of Medicine, em Nova York.
Butler foi o primeiro médico a defender que os estudos sobre o Alzheimer deveriam ter status de prioridade nacional. Mesmo com o passar dos anos, não desanima: continua a lutar por um envelhecimento saudável e por condições ideais de tratamento para os mais velhos. “Precisamos treinar os médicos para que tratem melhor os pacientes idosos. Ninguém deveria se graduar numa escola de medicina sem conhecer os aspectos básicos do envelhecimento”.
Durante sua trajetória, ele assinou mais de 300 artigos científicos e médicos. Neste ano, lançou o livro The Longevity Prescription (A Receita da Longevidade) . Entre as recomendações, a principal: “Sabemos que todos precisam de um propósito, de uma paixão, alguma coisa que dê sentido e faça a diferença para a vida das pessoas– isso ajuda qualquer um a viver mais.” De seu escritório em Nova York, Robert Butler concedeu entrevista a VEJA.com, por telefone.

Com o aumento da expectativa de vida, quais serão os principais desafios da nova realidade demográfica?
Haverá mudanças em vários aspectos. Em primeiro lugar, culturalmente: tanto o Brasil quanto os Estados Unidos terão que se acostumar com essa grande mudança que ocorrerá em nossa sociedade. O envelhecimento global afetará a economia do mundo todo, o modo como lidaremos com os custos de assistência médica, como destinaremos recursos para a saúde e como trataremos certas doenças que surgem com o envelhecimento. Muitos desafios surgirão com essa extraordinária mudança da demografia.

Os avanços da medicina foram responsáveis por estender a vida humana. Mas o senhor acredita que as pessoas estão envelhecendo com a qualidade de vida necessária?
Não posso falar sobre os países em desenvolvimento, mas em lugares como o Japão, França e Estados Unidos, por exemplo, as pessoas não estão apenas vivendo mais tempo, mas observamos queda na taxa de incapacidade funcional (quando um idoso possui dificuldades, psicológicas ou fisiológicas, que interferem diretamente na possibilidade de exercer atividades cotidianas). É que chamamos de “compressão na morbidade”, que significa assegurar qualidade na ampliação da expectativa de vida. Então essa é uma boa notícia porque temos uma vida mais longa, mais saudável e com mais qualidade. Com certeza, é algo mais difícil de se alcançar em países pobres, onde os recursos para a saúde são mais escassos.

O que as pessoas precisam fazer para envelhecer com qualidade?
Recentemente, lancei o livro The Longevity Prescription, que fala sobre prevenção e indica atitudes para uma vida longa saudável: como uma alimentação melhor, exercícios físicos regulares, não fumar, consumir álcool moderadamente. Além disso, também escrevi sobre redução do estresse e a importância da conexão entre as pessoas, como um relacionamento é importante para uma vida saudável. Por exemplo, nós sabemos que pessoas casadas vivem mais do que aquelas que não são. Por último, sabemos que todos precisam de um propósito, de uma paixão, alguma coisa que dê sentido e faça a diferença para a vida dela– isso ajuda qualquer um a viver mais.

O senhor acredita que a geriatria será a especialidade médica do futuro?
Temos cardiologistas, neurologistas, ortopedistas e todos eles são importantes para o tratamento dos idosos. O que precisamos é de um profissional para concentrar os cuidados primários. Nos Estados Unidos, o paciente passa por vários médicos diferentes e cada um dos profissionais passa um medicamento para uma condição específica. O problema é que a combinação dos remédios ou as doses inapropriadas podem não ter o efeito esperado ou podem comprometer a qualidade do tratamento. Ninguém coordena isso. Nesse sentido, a geriatria é extremamente importante. Acho que existe uma preocupação geral na medicina americana sobre como tratar melhor e como dar assistência às pessoas que estão envelhecendo. Mas a verdade é que eles não têm feito muito. Ainda temos trabalho a fazer.

O que pode ser feito para preparar os médicos para cuidar de uma sociedade mais velha?
Precisamos treinar os médicos para que eles tratem melhor os pacientes idosos. Ninguém deveria se graduar numa escola de medicina sem conhecer os aspectos básicos do envelhecimento. Ensiná-los sobre os problemas da prescrição combinada de medicamentos, atentá-los para as características das doenças, já que muitas vezes elas se comportam de maneira diferente durante a velhice. Então temos vários conhecimentos básicos que precisamos ensinar aos médicos para que eles tratem bem os pacientes mais velhos.

Os convênios médicos tendem a ser mais caros para as pessoas mais velhas, que são as que mais precisam. Uma sociedade com idade avançada tende a precisar de mais cuidados médicos. Como resolver essa equação? É possível manter uma longevidade financeiramente segura?
Sim, os serviços de saúde são mais caros para pessoas mais velhas porque elas têm mais que uma doença. Eu acho que uma das formas de tornar esse tratamento mais barato é ter um grupo de médicos para cuidados primários: capazes de tratar as condições mais básicas e de destinar pessoas para os especialistas indicados. E volto a dizer que os profissionais precisam ser treinados. Se houvesse mais preparo, não ocorreriam tantos erros médicos que, além de arriscar a vida dos pacientes, também encarecem o tratamento final. Sem o conhecimento necessário, os médicos podem mandar para a casa um paciente com sintomas de pneumonia ou de ataque cardíaco. Liberar uma pessoa sem tratamento também não é economicamente viável.

Há 40 anos, você cunhou o termo “ageism”, que significa discriminação contra os idosos. Você acredita que houve melhora após esse tempo?
Sinceramente não. Apenas um em cada dez lares especializados em cuidados com idosos americanos possui a estrutura e a qualidade necessária para isso. Ainda temos muitas atitudes negativas relacionadas aos mais velhos. Eles sofrem discriminação no ambiente de trabalho e também são vítimas de preconceito na assistência à saúde. Os médicos parecem estar menos dispostos a tratar uma doença em idosos do que em pacientes mais novos.

O que o senhor pensa sobre fórmulas que prometem uma vida mais longa, como terapia antienvelhecimento?
Ainda temos um longo caminho até chegarmos lá. Mas existem informações promissoras de terapias que seriam capazes de diminuir o ritmo de envelhecimento e assim poderiam retardar o aparecimento de doenças que surgem com o avanço da idade. Eu não disse parar e nem reverter o processo de envelhecimento, mas sim retardar. Por exemplo, 80% de todos os tipos de câncer ocorrem com aqueles que têm mais de 60 anos. Supondo-se que seja possível retardar o envelhecimento, poderíamos adiar o aparecimento do câncer para depois de 70 anos. Teríamos um impacto incrível contra o câncer.

Nós sabemos que o envelhecimento também pode ser um fator de risco para o aparecimento de doenças como o Alzheimer. No passado, o senhor definiu a doença como prioridade nacional de pesquisa científica. O que mudou desde então?
Eu estabeleci o Alzheimer como prioridade nacional em 1977. Naquela ocasião, eram destinados menos de um milhão de dólares para estudos com o Alzheimer. Atualmente, gastamos meio bilhão ou mais. Então, nós estamos estudando mais para tentar entender como funciona essa doença devastadora. No entanto, nós ainda não encontramos a cura, mas muito bons trabalhos têm sido realizados durante esses anos.

O senhor acredita que é possível que a nova geração tenha um tempo de vida menor do que a geração atual por conta da epidemia da obesidade?
É um problema muito sério. Tenho uma grande angústia em ver como os jovens americanos estão se alimentando atualmente e para onde isso poderá levá-los. Crianças estão obesas, com diabetes e outros problemas relacionados. As pessoas precisam mudar sua alimentação. Nossas crianças precisam comer mais frutas e vegetais e devem ser orientadas sobre a ingestão excessiva de calorias.
O aumento da expectativa de vida não é um fenômeno apenas dos Estados Unidos, é mundial. Como o senhor enxerga essa situação daqui a cinquenta anos?
Sim, é um fenômeno mundial. Por isso, acho que no futuro as nações devem se unir para melhorar a qualidade de vida e controlar o gasto econômico ao mesmo tempo. Sou otimista em relação ao envelhecimento da população e em como as pessoas vão lidar com isso. O Brasil também vai melhorar, deve diminuir a taxa de incapacidade funcional. Acredito que vamos continuar a melhorar as condições de vida dos idosos com o passar do tempo. E espero, principalmente no caso da obesidade, que possamos reverter essa situação.

Você acredita que os governos farão o necessário para lidar com o envelhecimento da população?
Acho que não são só os governos que têm essa responsabilidade. Médicos, familiares e os próprios indivíduos podem fazer sua parte para melhorar a qualidade de vida e garantir um envelhecimento saudável da população. Acho que não estamos fazendo o que poderíamos fazer pelas pessoas mais velhas. Além disso, os próprios idosos poderiam contribuir, por exemplo, trabalhando por mais tempo – em vez de se aposentar. Aqueles que trabalham mais beneficiam sua própria saúde e também ajudam a sociedade. As pessoas podem fazer trabalhos voluntários. Você consegue dois benefícios pelo preço de um. Cuidando de si próprio e colaborando para a sociedade.

Eu sei que você é um grande especialista nesse tema, o grande incentivador desse debate. Mas o que fez o senhor se interessar por esse assunto?
Bem, precisamos voltar para 1955, quando eu era um jovem médico de alguma forma eu pensava no crescimento da população mais velha. Esse era um assunto muito desafiador porque ainda não sabíamos muito sobre envelhecimento. Eu pensava que as pessoas iriam envelhecer e que elas precisariam de atenção.

Quando era criança, o senhor chegou a cogitar em seguir essa carreira?
É fascinante que você tenha me perguntado isso. Quando criança, eu era muito próximo do meu avô, nós vivemos muitos bons momentos juntos. Sofri muito quando ele morreu subitamente. Com sete anos, decidi que queria me tornar médico. Eu tinha certeza que se eu estudasse isso, poderia ajudar pessoas como ele. E assim as pessoas poderiam viver por mais tempo.

Algumas pessoas têm medo de envelhecer. O que o senhor pode dizer a elas?
O que eu sei é que muitas pessoas têm medo de morrer e ficam ansiosas por saber como elas vão morrer. O mais importante é mostrar para as pessoas que uma vida saudável e de alta qualidade é possível. Os idosos que vivem o melhor da vida conseguem lidar melhor com esse medo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ALAGOAS E PERNAMBUCO - Calamidades naturais e públicas

Editorial do Estadão
Dezenas de mortes já foram confirmadas, há mais de 600 pessoas desaparecidas, mais de 115mil desabrigados e cidades inteiras foram praticamente destruídas pelos temporais que caíram sobre os Estados de Alagoas e Pernambuco. Faltam alimentos, água potável e energia em algumas regiões e as comunicações são precárias. O governo liberou R$ 100 milhões para obras de reconstrução. Uma parcela de R$ 50 milhões já está disponível e a outra metade, destinada à recuperação da infraestrutura, vai demorar um mês ou mais para poder ser usada — um tempo enorme numa situação como essa —, devido à burocracia. Depois dos catastróficos efeitos dos deslizamentos das encostas no Rio, das enchentes em São Paulo e em Santa Catarina, o que se pergunta é o que o governo tem feito em matéria de prevenção?
Muito pouco e muito seletivamente. O governo federal é pródigo em gastos, mas não nesse caso ? só despendeu 14% (R$ 70,4 milhões) dos R$ 508,3 milhões previstos no orçamento para “prevenção de desastres”. Como informa o portal Contas Abertas, o Estado de Alagoas, o mais atingido pelas cheias, não recebeu um centavo do governo federal para prevenção em 2010. Pernambuco teve um pouquinho mais de sorte. Foram-lhe repassados R$ 172,2 mil, ou seja, 1% das dotações específicas do Ministério da Integração Nacional. Do total liberado, a Bahia recebeu 57% (R$ 40,1 milhões). Não por coincidência o titular da Pasta até abril era Geddel Vieira Lima (PMDB), hoje candidato ao governo daquele Estado.
Em auditoria anteriormente realizada, o TCU já havia observado o favorecimento à Bahia durante a gestão de Vieira Lima no Ministério. Como se recorda, o presidente Lula tomou-lhe as dores, negando, peremptoriamente, qualquer benefício indevido. Os números, porém, falam por si. É verdade que Alagoas foi aquinhoada com R$ 3,8 milhões do governo federal em 2010 “para ações de assistência de socorro e assistência a pessoas afetadas por calamidades”, mas trata-se de verba relativa às chuvas de 2009. Isso, porém, representa apenas 1% do montante repassado por meio desse programa em todo o País (R$ 542,6 milhões). Pernambuco foi contemplado com R$ 19,8 milhões, não mais que 4% desse total.
O Estado do Rio sofreu muito com as enchentes e deslizamentos de encostas em abril deste ano e é compreensível que tenha recebido 22% (R$ 118,3 milhões) das verbas alocadas para esse fim. Agora, com a liberação de novos recursos, Alagoas e Pernambuco devem também elevar sua participação. O governo age depois de a porta ter sido arrombada. Está claro que a gestão de recursos para prevenção é ditada por interesses político-partidários.
É preciso, de uma vez por todas, acabar com o manejo errático de verbas pelo governo central, nesses casos em que a ingerência política pode comprometer a vida de milhares de pessoas. Ao mesmo tempo, o Brasil tem de desenvolver meios para prevenir catástrofes e se, muitas vezes, elas vão além das previsões, é indispensável criar instrumentos que permitam uma ação rápida e eficaz de assistência às populações atingidas por flagelos. O Brasil sempre está sujeito a acidentes climáticos em diferentes regiões, em qualquer época do ano. As pesadas chuvas que caíram sobre os dois Estados do Nordeste podem ter sido anômalas, podem ter resultado do efeito La Niña, mas, com certeza, não foi esta a primeira vez que ocorreram.
Como têm ressaltado os técnicos, faltam estudos que orientem a preservação de matas ciliares e fiscalização que evite a ocupação irregular das margens de rios. E, como as tempestades deste ano têm mostrado tão dramaticamente, não se pode permitir a construção de moradias em áreas sabidamente de risco.
Tudo isso requer que o dinheiro disponível não seja usado para distribuir benesses políticas e haja disposição para vencer uma intratável burocracia. Está na hora de o poder público fazer respeitar as normas de uso e ocupação do solo e de termos uma Defesa Civil que efetivamente previna os desastres naturais e seja capaz de prestar socorro imediato às suas vítimas.

Terry e o amor a seu país


O que vcs podem ver na foto é o zaqueiro Terry da Inglaterra tentando desesperadamente bloquear o chute do atacante da Eslovenia. Ele se atira de cara para a bola. Vejam em John Terry Dedication.mp4 no You Tube.
Isso é exemplo para qualquer um que defenda um páis, seja ele no esporte, na política ou no buteco discutindo futebol com argentinos.

Cérebro insensível é mais vulnerável à corrupção, dizem pesquisadores

Folha.com
Uma pessoa que não tem medo diante de ameaças e que não sente indignação está mais vulnerável ao comportamento corrupto.
A hipótese, baseada na análise de imagens do cérebro captadas por meio de ressonâncias magnéticas funcionais e em exames que detectam as descargas de adrenalina do sistema nervoso, foi apresentada hoje no congresso Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado, pelo neurologista André Palmini, da PUC do Rio Grande do Sul.
Palmini explicou que há um senso de justiça presente no cérebro de quase todas as pessoas. Quando presenciamos a justiça sendo feita, sentimos uma identificação com isso, uma empatia. Se vemos uma injustiça, sentimos nojo. "Quando sentimos nojo, ativamos a ínsula, região do cérebro essencial para o comportamento moral", disse o médico. Daí vem a sensação de indignação que normalmente surge diante da corrupção. Mas, como cada cérebro é diferente, há quem tenha reações diferentes.
De acordo com as pesquisas citadas pelo médico, é possível observar as conexões entre as regiões morais do cérebro: o cíngulo anterior e a ínsula. Assim como cada região do cérebro tem funções específicas, essas conexões também desempenham seus próprios papéis.
Nesses estudos, foram aplicadas escalas para medir o nível de empatia das pessoas em relação à sociedade. Quanto menor a conexão entre essas duas regiões emocionais e morais do cérebro, menor a capacidade que o indivíduo tem de funcionar socialmente. Em pessoas com conexões mais fortes, havia maior capacidade de indignação e entendimento da moral.
"O status dessas redes neurais influenciam a maneira como valorizamos os estímulos do ambiente. Isso varia muito entre as pessoas e é a base de como sentimos o mundo e como tomamos decisões", disse Palmini.
Em outro estudo, que media a reação de adrenalina em pessoas submetidas a situações de estresse, por meio da condutividade elétrica da pele, algumas não reagiam às ameaças. De acordo com o neurologista, isso indica que elas eram insensíveis. "Essa condição leva à tomada de decisão inadequada, porque a pessoa fica vulnerável a correr riscos desnecessários."
Crianças que apresentaram essa falta de reação aos três anos não respondiam a punições verbais. Aos oito, elas já tinham comportamentos agressivos. Elas não eram sensíveis ao meio, não mobilizavam seu "cérebro emocional".
"Quem não se condicionava, não tinha medo, tinha mais risco de cometer crimes mais tarde, aos 20 anos", afirmou Palmini.
Um cérebro que amadurece nessas condições fica mais predisposto a ter uma personalidade psicopata, segundo o médico. A ausência do medo da punição facilita o comportamento corrupto, aliada aos fatores ambientais, como a oportunidade de cometer delitos.

CORRUPTOS LESADOS

O pesquisador Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, também apresentou sua explicação para esses comportamentos desviantes.
A ausência de moral do corrupto, segundo Bechara, é similar àquela apresentada pelos psicopatas, que não se preocupam com o outro. "Em pessoas normais, os valores morais e os riscos são ligados. Não há por que violar as regras", disse o neurologista.
O pesquisador afirma que há duas explicações para o cérebro corrupto. Ou há uma lesão cerebral, por motivos genéticos ou traumas sofridos na infância, ou a pessoa não tem lesão alguma, mas cresceu em um ambiente onde a corrupção não é punida.
O primeiro grupo não tem como aprender a diferenciar certo e errado, mesmo que sofra punições. Já o segundo pode conseguir se ajustar, se houver mudanças no ambiente.
De acordo com Bechara, pessoas com anormalidades no córtex pré-frontal repetem os erros, ainda que tenham uma alta capacidade intelectual. "Elas podem até ser mais bem sucedidas do que as pessoas normais, dependendo do meio em que atuam", disse o neurologista.
Ele explica suas conclusões por meio de um teste de jogo chamado Iowa Gambling Test. Nesse exame, são exibidas quatro possibilidades de aposta para o voluntário. Um par dá mais ganhos imediatos, mas leva a perdas maiores a longo prazo. O outro dá menos benefícios imediatos, mas resulta em um ganho grande no final.
Pessoas sem lesões cerebrais, em geral, sabem escolher a opção mais vantajosa a longo prazo. Quando há a lesão no córtex frontal, a pessoa erra mesmo quando já sabe qual é a melhor escolha. "Ainda que elas tenham uma reação negativa em relação à perda, não temem essa punição na hora de tomar a decisão", explicou Bechara.
Além de serem destemidas, essas pessoas não julgam moralmente os outros. Em testes que apresentam aos voluntários uma história de tentativa de homicídio que não dá certo, os normais acham isso um crime. As pessoas com lesão se mostram mais permissivas.
O curioso, segundo o neurologista, é que há pessoas normais que se comportam como se tivessem a lesão cerebral. Talvez, disse ele, elas tenham algum problema cerebral indetectável em exames. "Essas pessoas também são vulneráveis a comportamentos antissociais como a corrupção."
Ao final, Bechara lembrou que os psicopatas não são só os assassinos. "Eles estão na sociedade. Podem ser empresários, políticos, pessoas que não cometem crimes violentos, mas que exploram os outros, são imorais, usam cargos públicos para enriquecer e prejudicar os outros. Está na hora de revisitar as causas cerebrais para estudar o comportamento corrupto."

Países descartam acordo sobre caça a baleias

Folha.com
Ao que tudo indica, caiu por terra a proposta da presidência da CIB (Comissão Internacional da Baleia) para retomar de forma limitada a atividade baleeira comercial nos próximos dez anos.
Depois de dois dias de negociações sigilosas entre nações que defendem a conservação de baleias e países que já caçam ou pretendem caçá-las, o único consenso na sessão plenária da CIB ocorrida ontem em Agadir, Marrocos, é que não há consenso.
"Acho que é hora de deixar de lado esse documento", disse às demais delegações o ministro Fábio Vaz Pitaluga, do Itamaraty, negociador do Brasil na CIB.
"Não era possível continuar trabalhando com ele, embora algumas coisas do texto talvez possam ser aproveitadas", declarou à Folha.
A posição brasileira se alinha com a da Austrália, que afirmou que o melhor era deixar a proposta para trás.
Ao lado do Brasil também ficaram Argentina, Uruguai, Chile e outros países latino-americanos, que adotam posição conservacionista.
"Coisas estranhas às vezes acontecem em negociações internacionais, mas acho difícil que essa proposta seja retomada nesta reunião", afirmou Pitaluga.
O ministro australiano do Ambiente, Peter Garrett, ressaltou que a decisão de engavetar o documento "não era o fim do mundo".
"Não acho que a CIB tenha se tornado disfuncional", disse Garrett, em direta contradição com o que havia dito à imprensa sobre a "disfuncionalidade" da comissão.
A proposta rejeitada teve o patrocínio dos diplomatas Cristián Maquieira, do Chile, e Anthony Liverpool, de Antígua e Barbuda, respectivamente presidente e vice da CIB. Segundo o texto, o abate dos grandes cetáceos seria permitido ao longo da próxima década, embora com cotas de captura menores do que as praticadas hoje.
Nações baleeiras, além disso, teriam de se submeter ao monitoramento internacional de suas atividades.
As falas na plenária pareciam seguir um script que é velho conhecido dos veteranos de reuniões da CIB.
O Japão, principal país baleeiro, argumentou que os membros da comissão deveriam "respeitar os dados levantados pelo comitê científico da CIB" os quais "tornavam possível a atividade baleeira sustentável".

DECLÍNIO

Curiosamente, contudo, o relatório do comitê científico, apresentado na mesma tarde, mostrou um declínio nas populações de baleias minkes da Antártida, principal alvo dos japoneses.
Os únicos não-baleeiros a apoiar publicamente o Japão foram os países-ilhas do Caribe e do Pacífico, bem como a Tanzânia. Há denúncias de que o Japão arrebanha o apoio dessas nações em troca de ajuda financeira.
Os caribenhos St. Kitts e Nevis e Santa Lúcia argumentaram que o uso das baleias era uma questão de segurança alimentar e desenvolvimento econômico para nações pobres. No entanto, para o próprio Japão, a caça hoje é subsidiada.

Lula inaugura terreno baldio no Pará

O Estadão
No esforço para impulsionar a campanha da petista Ana Júlia Carepa à reeleição no Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "inaugurou" ontem no Estado um terreno baldio e comandou um comício em estádio de futebol.
Em Marabá, Lula anunciou, num palanque montado num terreno desocupado da Transamazônica, o "início" da terraplenagem para construção de uma usina siderúrgica da Vale. Após o evento, no entanto, o diretor executivo de Ferrosos da empresa, José Carlos Martins, admitiu que, até o fim do ano, a obra não irá além da terraplenagem.
Ela é parte de uma lista de promessas feitas nas eleições de 2006, no Pará, que dificilmente serão cumpridas. Lula e Ana Júlia prometeram também a pavimentação do trecho paraense da Transamazônica e um plano de desenvolvimento sustentável da BR-163. A entrega das eclusas de Tucuruí ocorrerá em setembro, disse a governadora.
Para mostrar a importância do evento que, segundo Lula, "mudará a história industrial do Estado", assessores de Brasília, da governadora e da Vale providenciaram que uma empreiteira estacionasse no terreno nove retroescavadeiras e 16 caçambas.
Lula e a governadora subiram numa das máquinas para as tradicionais fotos de viagens presidenciais. Nas contas oficiais, a obra da siderúrgica vai gerar 16 mil empregos.
Depois de resistir por três anos a prometer tirar do papel a siderúrgica, disse que a obra ficará pronta em 2013. Até agora, no entanto, quem gastou com o projeto foi o governo do Pará, que pagou um total de R$ 60 milhões em indenizações a 60 fazendeiros ? e por isso está sendo questionado pelo Ministério Público Estadual. Dois deles vão ficar com metade desse valor.
Após o evento, a governadora foi questionada sobre o cronograma das obras da usina. Exaltada, chegou a dizer que elas já tinham começado.
Vaia e protestos. Mais cedo, em Altamira, nem mesmo a presença de Lula evitou que Ana Júlia fosse vaiada por cerca de 10 mil pessoas que lotaram o estádio do Bandeirão, no centro de cidade, onde o presidente defendeu a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Houve ainda uma passeata de cerca de 100 pessoas pelas ruas centrais da cidade. Faixas de protesto foram mostradas e os manifestantes queimaram um boneco gigante de Lula, aos gritos de "Barragem, não. Queremos saúde e educação."
A passagem do presidente foi rápida e teve forte esquema de segurança. Ainda no aeroporto, ao chegar, Lula deu uma entrevista à rádio Vale do Xingu, na qual enumerou os projetos do governo federal para a região ? entre os quais o asfaltamento da Transamazônica (BR 230) e a usina de Belo Monte.
Além de citar o nome de Ana Júlia e pedir ao repórter da rádio que a entrevistasse, Lula aproveitou para promover Dilma Rousseff: "Acho que o povo quer continuidade das coisas que estão acontecendo no País, porque o povo percebe que é uma chance extraordinária de melhorar, definitivamente, a vida do povo".
Ao lado do deputado Paulo Rocha (PT-PA) ? impedido, pela Lei da Ficha Limpa, de disputar o Senado ? o presidente gastou boa parte de seu discurso polemizando com cerca de 20 manifestantes contrários à construção de Belo Monte. Na conversa, Lula ironizou o diretor James Cameron, de Avatar, que criticou a construção de Belo Monte. "Deviam ir tirar o petróleo do Golfo do México", afirmou.

Do Blog: O governo dá motivos para a crítica. Não pensem que não procuro absurdos cometidos por outros partidos, procuro sim, como brasileiro, apartidário e na luta pela moralização total deste país.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A resposta está na natureza?

Coluna do Denis Russo Burgierman - Revista Veja
No mês passado, fui assistir a uma palestra da americana Janine Benyus, presidente do Instituto de Biomímica. Biomímica é uma ideia bem interessante. Trata-se de uma área multidisciplinar que mistura arquitetura, engenharia de materiais, design, biologia – a ideia central é buscar inspiração em sistemas naturais para criar materiais ou processos artificiais mais eficazes e sustentáveis. Por exemplo: estudar a química de vegetais ou animais para desenvolver formas de produzir materiais tão eficientes, silenciosas e sem resíduos quanto a produção de proteínas dentro das células.
O evento foi na Marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, lugar poeirento, quente e sobrenaturalmente fedido. Perguntei a Janine se a biomímica tem alguma ideia para melhorar São Paulo.
– A primeira coisa que você precisa fazer é olhar para a natureza. No caso de São Paulo, qual é a paisagem natural que havia aqui antes de construírem uma cidade? – perguntou ela.
Respondi que era Mata Atlântica. Ela pareceu chocada com a resposta.
– Mata Atlântica? Tem certeza? Isso não parece nada com a Mata Atlântica… Bom, o passo seguinte é entender como a Mata Atlântica funciona, como ela atua no ambiente, e projetar uma cidade que tente cumprir essas mesmas funções ambientais.
Pegue por exemplo as chuvas.
São Paulo fica bem na cabeceira de uma bacia hidrográfica. Explico o que isso quer dizer. Bacia você sabe o que é (deve haver uma de plástico na sua lavanderia). Para resumir, uma bacia é um objeto côncavo. Jogue água na bacia – em qualquer lugar da bacia – e ela irá fatalmente correr até o centro. Jogue água fora da bacia (e por favor me poupe de duplos-sentidos eróticos) e não há chance de essa água entrar. É que a água (como aliás todo líquido e sólido que existem) tem o hábito de ser atraída para baixo pela gravidade. Assim é uma bacia hidrográfica: uma área côncava da superfície que apanha toda a água que cai nela e a empurra para o mesmo lado, morro abaixo.
A cabeceira da bacia – onde São Paulo fica – é a beiradinha dela. É a parede da bacia. É o pedaço mais alto, onde a água começa a rolar. Acrescente a isso o fato de a Serra do Mar ser também o paredão de pedra que breca as nuvens carregadas de água que vêm do Oceano Atlântico. Portanto, a Serra do Mar faz chover muitíssimo. E essa chuva toda despenca no alto da Serra, cai em São Paulo e escorre com uma baita violência, dada a inclinação do terreno. Agora, com as mudanças climáticas, essas chuvas intensas estão aumentando ainda mais.
Quando havia Mata Atlântica aqui, a floresta densa ia lentamente freando essa enxurrada. A água ia espirrando aqui, desviando ali, até chegar lá embaixo tranquila. Mas, como tiramos a mata e no lugar asfaltamos tudo, a água hoje passa que nem esguicho: à toda velocidade. No caminho, vai arrancando casas e esmagando gente e arrancando terra que causa assoreamento lá embaixo. Nos lugares onde há assoreamento, tem enchente.
E como São Paulo lida com as enchentes? Constrói “piscinões”, que são imensas “catedrais subterrâneas”, que acumulam a água e depois vão soltando devagar. Os piscinões também acumulam lixo, terra, ratos, baratas, doenças. São ótimos negócios para as grandes empreiteiras, que além de lucrarem na hora de construí-los, garantem um contrato eterno com a prefeitura, para realizar as limpezas. Sem limpeza, a capacidade do piscinão diminui e as enchentes voltam.
Enfim, piscinão, além de sair caríssimo, causa alívio apenas temporário.
Se a cidade resolvesse usar a biomímica para lidar com seu excesso de águas, faria diferente. Mudaria o solo da cidade para deixá-lo mais parecido com o da Mata Atlântica. O piso e os telhados precisariam ser mais rugosos e irregulares, para reduzir a velocidade da água. Precisaríamos de mais trechos de terra exposta, que é permeável. Precisaríamos de uma cidade que fizesse o trabalho da floresta que existia antes dela.
Esse jeito de pensar está ganhando espaço em São Paulo. Em breve um grupo de pesquisadores ligados à USP vai divulgar seu projeto de “renaturalização do Rio Anhangabaú”: uma tentativa de evitar a construção de um piscinão bem no centro da cidade dando vida a um rio que hoje está coberto de asfalto. “Vai ser mais barato e mais eficiente que o piscinão”, adianta o engenheiro Sadalla Domingo, idealizador do projeto. O melhor remédio para as enchentes paulistanas pode ser “reconstruir” seus velhos rios

Do Blog: Denis Russo Burgierman sempre escreve umas coisas legais e indica o site !sso Não É Normal, se ele indica, indico também.

O que caracteriza o ser humano

Portal UOL - GEO
Um feto no 7º mês de gestação. Sabe-se com certeza que é um menino. Mas ele será delicado ou robusto? Corajoso ou medroso? Experimentos rebuscados permitem aos cientistas provar que experiências no ventre materno marcam um ser humano muito mais do que se acreditava.
Um bebê cresce no ventre. Em poucas semanas ele deverá vir ao mundo. E depois? Como ele se desenvolverá? Será delicado ou robusto, magrinho ou obeso, agitado ou calmo? Que doenças o ameaçarão? Como ele enfrentará estresse e pressão? Vai chorar ao escutar música ou dormirá como um anjinho? Pode parecer incrível, mas as respostas a essas perguntas não são ditadas apenas por genes e experiências de vida. Elas já são influenciadas pelas condições de vida no útero materno. Há algum tempo, cientistas ganham novos conhecimentos sobre como a primeira morada do ser humano marca sua existência, em parte, até a idade avançada UM SER HUMANO SE DESENVOLVE EM 40 SEMANAS, SEGUINDO UM PLANO-MESTRE QUE EVOLUIU DURANTE MILÊNIOS

As fases da evolução embrionária são predeterminadas nos mínimos detalhes. Após a fecundação, o encontro do óvulo com o espermatozoide (1), a célula-mãe se divide e, dois dias depois, origina uma “bola” de oito células (2), que contêm características genéticas idênticas. No 12º dia, o blastócito (a “bola” de células) se fixa na membrana da parede uterina (3) que, a partir de agora, o alimentará com sangue. Na quarta semana (4), o embrião já apresenta sinais do cérebro e da coluna vertebral. A partir da 5ª semana (5), formam-se lentamente o rosto e as mãos.

É surpreendente: as mães das crianças atentas tinham assistido regularmente ao seriado durante a gravidez, enquanto as mães dos outros recém-nascidos nunca haviam se interessado por ele. Hepper estima que o ser humano já seja capaz de memorizar uma melodia enquanto ainda está no ventre materno. Portanto, o feto em formação já teria uma memória antes de nascer, e estaria apto a aprender.
Até os anos de 1970, a criança no ventre materno ainda era subestimada. Acreditava-se que ela era surda e cega; e certamente não lhe davam o crédito de ter uma memória, quanto mais uma capacidade de aprendizagem. Em razão disso, muitos médicos acreditavam que os bebês prematuros não sentiam dor e os operavam sem anestesia.
Mas os progressos tecnológicos das últimas décadas produziram um retrato completamente diferente da vida no útero. As imagens de ultrassom hoje são tão nítidas como fotografias. E procedimentos modernos permitem que os pesquisadores meçam com precisão as atividades cardíacas de fetos. Com destreza cada vez maior, os cientistas desvendam as experiências pré-natais de bebês de poucos dias de idade.
As análises revelam que eles já participam da vida ao seu redor enquanto ainda se encontram no útero. Desse modo, estão perfeitamente bem preparados para as condições que os aguardam quando vêm ao mundo. Para explorar como, exatamente, isso ocorre, os cientistas estão examinando uma gama de experiências pré-natais. O que o feto escuta? O que cheira e saboreia? Como aprende, e o que sente?
Seus órgãos dos sentidos se desenvolvem na mesma sequência de todos os mamíferos e aves. Primeiramente, forma-se o sentido de equilíbrio e movimento. Em seguida vêm o tato, o olfato e o paladar. Por fim, desenvolve-se a audição; por último, a visão. Todos os órgãos sensoriais começam a funcionar entre o sexto e o sétimo mês de gestação.

A AUDIÇÃO PROPICIA um importante contato com o mundo externo. Pesquisadores descobriram que os fetos já reagem a sons fortes ou incomuns a partir da 27ª semana: seus coraçõezinhos se aceleram, eles se encolhem, como se tivessem levado um susto, ou piscam com as pálpebras. De início, isso só acontece mediante estímulos altos, de 100 decibéis, o que corresponde ao barulho de um martelo pneumático. Nas semanas seguintes, a audição fica mais sensível.
A psicóloga francesa Carolyn Granier-Deferre, da Universidade Paris Descartes, tocou uma curta melodia em piano para fetos entre a 34ª e a 39ª semanas de vida e pediu às mães que usassem fones de ouvido. Desse modo, a pesquisadora impediu que as mães escutassem a música e transmitissem suas sensações aos fetos.
Enquanto a melodia soava, Granier-Deferre mediu a frequência cardíaca dos bebês. Em seguida, a sequência de tons foi repetida tantas vezes até que seus batimentos cardíacos retornaram à frequência normal, um sinal de que os fetos tinham se habituado à melodia. Depois, ao tocar outro trecho de música, os batimentos imediatamente voltaram a se alterar. Granier-Deferre concluiu que os fetos tinham “memorizado” o primeiro estímulo e sabiam diferenciá-lo do segundo.
Biologicamente, o aprendizado pré- -natal faz sentido: o feto já se habitua a ruídos que, muito provavelmente, também escutará após o nascimento.
Desse modo, ele não ficará completamente estressado diante do grande número de novos estímulos sensoriais quando chegar ao mundo.

Veja a matéria na íntegra em: revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/14/artigo176142-3.asp

Bibliotecas Comunitárias contra o analfabetismo funcional

Portal UOL
A liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais e só podem ser alcançados quando todos os cidadãos estiverem informados para exercerem seus direitos democráticos e para desempenhar em um papel ativo na sociedade. (manifesto da UNESCO).
Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) , do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que o Brasil tem o grande desafio de combater o chamado analfabetismo funcional, que atinge 25% da população com mais de 15 anos, entre outras agravantes, constitui um problema silencioso e perverso que afeta o dia a dia nas empresas.
Neste universo não estamos incluindo pessoas que nunca foram à escola, mas sim aquelas que sabem ler, escrever e contar; chegam a ocupar cargos administrativos, porém não conseguem compreender a palavra escrita. Computadores provocam calafrios e manuais de procedimentos são ignorados; mesmo aqueles que ensinam uma nova tarefa ou a operar uma máquina. No entanto, este perfil de profissionais prefere ouvir explicações da boca de colegas.
Calcula-se que, no Brasil, os analfabetos funcionais somem 70% da população economicamente ativa. O resultado não é surpreendente, uma vez que apenas 20% da população brasileira possui escolaridade mínima obrigatória (ensino fundamental e ensino médio). Para 80% dos brasileiros, o ensino fundamental completo garante somente um nível básico de leitura e de escrita.
No mundo todo há entre 800 e 900 milhões de analfabetos funcionais, ou seja, uma camada de pessoas com menos de quatro anos de escolarização; mas pode-se encontrar também neste meio, pessoas com formação universitária e exercendo funções-chave em empresas e instituições, tanto privadas quanto públicas. Entre suas características, não têm as habilidades de leitura compreensiva, escrita e cálculos para fazer frente às necessidades de profissionalização e tampouco, da vida sociocultural às necessidades de profissionalização e tampouco, da vida sociocultural.
Muito se tem que fazer para reverter esse quadro, mas algumas iniciativas como a criação de bibliotecas comunitárias pelo país tem tido resultados significativos e atraído um público cada vez maior para o mundo da leitura.

Presos gaúchos testam tornozeleira eletrônica

Revista Veja
Porto Alegre - A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) do Rio Grande do Sul começou a testar hoje as tornozeleiras eletrônicas. Quinze condenados em regime aberto, de dois institutos penais (Porto Alegre e Viamão), vão utilizar o equipamento voluntariamente durante 30 dias.
A cada minuto, a tornozeleira emite um sinal semelhante aos usados em celulares e aparelhos de radiofrequência, identificando a posição do portador e facilitando a identificação de eventuais tentativas de fuga.
O equipamento foi desenvolvido por uma empresa brasileira e usa tecnologia norte-americana. A carga da bateria da tornozeleira dura entre 24 e 48 horas e exige um tempo médio de recarga de uma hora. Depois da experiência inicial, o governo gaúcho deve publicar edital de licitação para a compra dos aparelhos. A intenção é ter cinco mil condenados de baixa periculosidade, dos regimes aberto e semiaberto, usando o equipamento até 2014.

Ribamar Oliveira, do jornal Valor Econômico, colheu essas avaliações num portal oficial, do próprio governo

Do Blog de Reinaldo Azevedo
1 - a política de reforma agrária do governo Lula não alterou a estrutura fundiária do país nem assegurou aos assentamentos assistência técnica, qualificação, infra-estrutura, crédito e educação;
2 - a qualidade dos assentamentos é baixa;
3 - os programas oficiais não elevam a renda dos agricultores, que ficam dependendo do Bolsa Família;
4 - imposições da legislação trabalhista no campo acabam provocando fluxo migratório para as cidades;
5 - a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não definiu uma política de curto ou médio prazo para a formação de um estoque estratégico e regulador de produtos agrícolas.
6 - em futuro próximo, a produção de biodiesel não será economicamente viável;
7 - a reconstrução de uma indústria nacional de defesa voltada para o mercado interno, prevista na Estratégia Nacional de Defesa, não se justifica;
8 - a educação brasileira avançou muito pouco e apresenta os mesmos índices de 2003 em várias áreas:
9 - é baixa a qualidade da educação em todos os níveis; os que concluem os cursos não têm o domínio dos conteúdos, e as comparações com indicadores internacionais mostram deficiências graves no Brasil;
10 - O analfabetismo funcional, entre jovens e adultos, está em 21% na PNAD de 2008, uma redução pequena com relação à PNAD de 2003, que era de 24,8%. O número absoluto de analfabetos reduziu-se, no mesmo período, de 14,8 para 14,2 milhões, o que aponta a manutenção do problema.

Do Blog: o governo Lula é uma farsa, gastando 7,4 bilhões em propaganda, qualquer um acreditaria que nunca na história deste paiz...

Cientistas estudarão Ozzy para saber como ele sobreviveu às drogas

Revista Veja
Ozzy Osbourne será objeto de um estudo cientifíco sério. Pesquisadores querem descobrir como o cantor - que abusou de álcool e drogas durante muitos anos - ainda está vivo.
O ex-vocalista do Black Sabbath terá seu genoma completamente codificado, de acordo com o site Sky News. A empresa responsável pelo estudo - que deve custar cerca de 27.000 libras - quer entender por que algumas pessoas podem ter uma vida de excessos, e outras não.
Os resultados da pesquisa devem ficar prontos em três meses. Aos 62 anos, Ozzy admitiu em entrevista recente que o fato de estar vivo é quase "um milagre" e, por isso, decidiu doar seu corpo à ciência, após sua morte.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Na Venezuela, lei aprovada por Chávez facilita expropriação agrária

Folha Online
A Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pelo chavismo, aprovou na última terça-feira (15) uma reforma na lei de terras que proíbe qualquer tipo de concessão de terras a terceiros -- quer de maneira remunerada ou não. A nova legislação ainda precisa ser sancionada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.
O texto determina que as fazendas e os terrenos podem ser expropriados se forem considerados ociosos, se forem cedidos a terceiros e se "sua utilização for contrária aos planos nacionais de desenvolvimento e segurança agroalimentar". Os deputados governistas festejaram a aprovação como passo rumo ao socialismo.
Oposicionistas se manifestaram contra as novas medidas acusando o governo chavista de querer impôr seu poder sobre as terras do país.
Flávia Marreiro, correspondente da Folha em Caracas, indica que o governo Chávez diz ter expropriado ou comprado 2,7 milhões de hectares de terras desde 1999 -- há estimados 30 milhões de hectares cultiváveis no país -- e afirma que o objetivo de médio prazo é exportar comida.

Do Blog: é isso aí, na Venezuela se vc trabalhar muito e comprar um sitiozinho, o governo pode chegar a qualquer tempo e confiscá-lo, em nome da fome do povo venezuelano. Chaves diz que a Venezuela é o país mais democrático da mundo, o PT admira e apoia esta democracia. Nunca antes neste país se admirou tanto os equívocos.

Com 86% dos internautas, Brasil lidera redes sociais e blogs

Folha online
Um estudo conduzido pela Nielsen aponta que o Brasil é o país mais conectado em redes sociais, com adesão de 86% dos usuários em uma média de cinco horas mensais passadas neste tipo de site. Entretanto, em número de horas passadas on-line, o país líder é a Austrália, com uma média de 7 horas e 20 minutos em abril.
O estudo destaca o Orkut no Brasil --maior site de relacionamentos do país-- mas diz que as principais marcas de redes sociais são o Facebook e o YouTube.
A projeção diz ainda que 22% do tempo passado na internet a cada mês é dedicado ao Twitter, comentários, blogs, compartilhamento e sites de relacionamento. Mais de 75% dos consumidores on-line frequentam redes sociais ou blogs, o que representa um aumento de 24% sobre o ano passado.
Apenas em abril, usuários usuários passaram quase seis horas em sites sociais --no mesmo período do ano passado, foram três horas e 30 minutos.
As estatísticas, divulgadas pelo blog Bits do jornal "The New York Times", indicam ainda a cada período equivalente a quatro minutos e meio on-line, um é dedicado a redes sociais ou blog. Usuários de internet passam um total de 110 bilhões de minutos mensais em blogs ou sites sociais a cada mês.
Ainda de acordo com o Bits, usuários de internet estão assistindo 13 bilhões de vídeos no YouTube por mês. No Facebook, vídeos são assistidos 2 bilhões de vezes a cada mês.
O Google lidera com folga na audiência on-line total: 82% dos usuários de internet visitaram o site a cada mês e passaram, em média, 1 minuto e 20 segundos navegando e pesquisando. MSN, Bing, Yahoo! e AOL também figuram entre os mais visitados, segundo a pesquisa.

Dilma gastará até R$ 160 mi em campanha, diz Palocci

Folha Online
O teto dos gastos oficiais da campanha da petista Dilma Rousseff ao Planalto deve ser fixado em até R$ 160 milhões, quase o dobro do que Marina Silva (PV) estabeleceu para tentar se eleger à Presidência --R$ 90 milhões, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta quinta-feira da Folha.
"Ainda estamos fazendo os cálculos, mas deve ser algo por aí", disse Antonio Palocci, coordenador da campanha. O orçamento de José Serra (PSDB) ainda não é conhecido.
A coluna informa ainda que a equipe da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ao governo de São Paulo está orçando os gastos em aproximadamente R$ 50 milhões. E coordenadores da candidatura de Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de SP já falam em gastos de cerca de R$ 40 milhões.

Do Blog: Me digam caros amigos, ilustres inimigos: quanto dinheiro esses politicos movimentam não é? Pois bem, se quem doar tanto dinheiro não o faz para lucrar o dobro depois eu corto meu dedo mindinho. Só otário não percebe a troca-troca indecente de favores. E os atários somos nós. é sim, eu e você, pode crer.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Entrevista | Shirin Ebadi

Agência Estado
Há exato um ano, depois de décadas em defesa dos direitos humanos e uma série de ameaças contra sua família, a advogada Shirin Ebadi decidiu deixar o Irã. Era a véspera das eleições de 12 de junho, que, sob suspeita de fraude, deram um segundo mandato ao presidente Mahmoud Ahmadinejad e detonaram uma onda de protestos diários nas ruas de Teerã, duramente reprimidos. Hoje com 62 anos, a ganhadora do Nobel da Paz de 2003 passa grande parte de seu tempo em viagem pelo mundo - fazendo denúncias, ajudando a fundar organizações humanitárias e representando as vítimas da repressão no país dos aiatolás.
Primeira mulher a se tornar juíza no Irã, expulsa dos tribunais com a instauração da Revolução Islâmica, em 1979, Shirin conversou por telefone com a reportagem de VEJA.com, por intermédio de sua intérprete. Embora não dê grande importância a Ahmadinejad ("o que importa é o comportamento dos aiatolás"), Shirin critica sua recente aproximação com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Discorda das sanções econômicas impostas ao Irã - prefere as punições políticas - mas é clara ao recomendar uma única postura diplomática em relação ao seu país: "Enquanto o Irã mantiver essa atitude provocadora, nenhuma nação deve estar ao seu lado".

Em 31 anos de República Islâmica, a senhora reconhece algum progresso na forma com que o governo lida com os cidadãos iranianos?
Lamento muito que depois desses anos todos passados da Revolução eu ainda não possa me considerar uma iraniana livre. Em 1979, foram impostas ao país muitas leis que vão contra o direito das mulheres. Talvez o governo tenha devolvido um ou dois desses direitos. Ainda faltam muitos outros.

A senhora ainda recebe ameaças devido ao seu posicionamento crítico ao governo dos aiatolás?
Infelizmente, estou sempre recebendo ameaças. Agentes do governo frequentemente mandam mensagens à minha família dizendo que, se eu continuar com o meu trabalho, o governo iraniano vai me encontrar onde quer que eu esteja.

No dia 12 de junho, completa-se um ano da polêmica votação que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad à presidência do Irã. Como a senhora avalia seu governo?
Na verdade, não importa se é Ahmadinejad ou outra pessoa que está no poder, mas sim a forma como as autoridades máximas do Irã atuam. O que realmente faz a diferença é o comportamento dos aiatolás. Embora Ahmadinejad seja o presidente, há um outro líder supremo (o aiatolá Ali Khamenei) que de fato comanda a vida dos iranianos.

O que a senhora pensa do acordo entre Brasil, Irã e Turquia para a troca de urânio enriquecido?
Espero que o governo brasileiro seja capaz de convencer o Irã a de fato negociar e respeitar as resoluções determinadas pela comunidade internacional. Ao mesmo tempo, lamento profundamente que o presidente Lula tenha ido até o Irã e se recusado a conversar com qualquer membro da sociedade iraniana.

O que a senhora esperava do presidente Lula durante sua visita ao país?
Quando Lula foi ao Irã, por que não visitou líderes de sindicatos de trabalhadores nas prisões? Fiquei surpresa, porque sei que ele representa os trabalhadores em seu país. Atualmente, a condição das prisões é muito precária - e tem piorado. E esses líderes sindicalistas estão presos por participarem de protestos em prol de seus direitos! Tenho muito respeito pelo presidente Lula, mas me surpreendeu muito que ele tenha se encontrado com o presidente do Irã e outras autoridades e ignorado completamente a classe trabalhadora.

A senhora é a favor das sanções impostas ao Irã pelos Conselho de Segurança da ONU?
Sou contra a imposição de sanções econômicas ao Irã porque elas não vão atingir o regime e sim fazer com que a população iraniana fique ainda mais pobre. Por outro lado, acredito que seja uma obrigação do Irã respeitar as resoluções internacionais e suspender o enriquecimento de urânio. Eu acharia mais justo que, no lugar das sanções econômicas, as potências impusessem sanções políticas ao país. Enquanto o Irã mantiver essa atitude provocadora, nenhuma nação deve estar ao seu lado.

A senhora, pessoalmente, acredita que o Irã desenvolva armas nucleares?
Tudo no Irã é feito a portas fechadas. Eu - ou qualquer outro cidadão iraniano - não tenho ideia das decisões que são tomadas entre as autoridades.

Como deveriam agir as autoridades iranianas?
Se o governo de fato escutasse os cidadãos, poderia se tornar mais forte. Porém, da forma como esses líderes têm agido, mais cedo ou mais serão tirados do poder pelo povo. Não digo que isso vai acontecer nos próximos três anos de mandato de Ahmadinejad. Falo do início de um processo cuja duração não se pode prever.

Educação infantil no País recebe nota 3,4, indica estudo

Agência Estado
Pesquisa mediu a qualidade de creche e pré-escola em seis capitais de todas as regiões do Brasil
SÃO PAULO - A educação infantil brasileira merece nota 3,4, numa escala de zero a dez. A conclusão é da pesquisa "Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa", realizada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, cujos resultados serão apresentados nesta segunda-feira, 14, e nesta terça, 15.
Obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, o estudo mediu a qualidade da creche (de 0 a 3 anos) e da pré-escola (4 e 5 anos) em seis capitais de todas as regiões do País: Belém, Campo Grande, Florianópolis, Fortaleza, Rio de Janeiro e Teresina. A nota 3,4 demonstra que a qualidade do ensino infantil tem nível básico (de 3 a 5) - os outros estágios eram: inadequado (1 a 3), adequado (5 a 7), bom (7 a 8,5) e excelente (8,5 a 10).
Foram avaliados 43 aspectos divididos nas seguintes áreas: espaço e mobiliário (média 3,1); rotinas de cuidado pessoal (4,1); linguagem e raciocínio (3,7); atividades (2.3); interação (5,6); estrutura do programa (2,5) e pais e equipe das escolas (3,6). É a primeira vez que se tem acesso a tópicos aprofundados das condições do ensino infantil no País.
O aspecto que recebeu a nota mais baixa (1,6) está dentro da área de atividades e avalia a disponibilidade de materiais para aulas de ciências, como coleções de objetos naturais e livros e jogos temáticos. Já o que recebeu a nota mais alta, 6,7, pertence ao quesito interação e analisa se as relações entre adultos e crianças são empáticas.
Para Marcelo Alfaro, especialista em educação do BID no Brasil, os resultados baixos não surpreendem. Segundo ele, a área mais problemática é a chamada "fundamentalização" do ensino infantil (abordagem semelhante à do ensino fundamental). "Isso é observável, por exemplo, na disposição das carteiras nas salas de crianças 4 e 5 anos", afirma. "É essencial construir uma identidade própria para a nossa educação infantil." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Do Blog: Como nunca antes na história deste país, agora não diz o Lula.

SP será 1ª cidade a adotar limites de poluição da OMS

Agência Estado
Determinação virá por decreto do governador Alberto Goldman até dezembro e valerá em todo o Estado
SÃO PAULO - São Paulo será a primeira cidade do mundo a adotar os limites para poluição do ar recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A nova determinação virá por meio de decreto assinado pelo governador Alberto Goldman (PSDB) até dezembro e valerá em todo o Estado, começando pela capital. O padrão será mais rígido e exigente que o atual, em vigor desde 1990.
O compromisso deve implicar, além de novos requisitos para empresas obterem licenças ambientais, na aplicação de medidas mais extremas - como ampliação do rodízio de veículos sempre que o nível de poluição atingir índices críticos. "As medidas estão sendo adotadas paulatinamente, como indica a queda dos níveis de poluição nos últimos anos.
Mas, a partir dos novos padrões, o controle deve ser mais restritivo", explica Claudio Alonso, da Diretoria de Tecnologia, Qualidade e Avaliação Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Em São Paulo, 4 mil pessoas morrem por ano de doenças provocadas ou agravadas pela poluição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Norma da Anac que amplia direitos dos passageiros já está valendo

Folha Online
Assistência das empresas no caso de cancelamentos de voos ou impedimento de embarque deverá ser imediata
SÃO PAULO - Na manhã desta segunda-feira, 14, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que as novas normas - que ampliam os direitos dos passageiros das empresas aéreas em casos de voos atrasados, cancelados ou impedimento de embarque por necessidade de troca de aeronave ou overbooking - já valem desde domingo, 13.
Pela norma antiga, a empresa aérea podia esperar até 4 horas para recolocar o passageiro em outro voo, providenciar o reembolso do valor pago pela passagem e facilitar a comunicação e a alimentação.
Pelas novas regras, o reembolso poderá ser solicitado pelo passageiro na hora nos casos de preterição (quando o passageiro é impedido de embarcar, qualquer que seja o motivo), cancelamento do voo e quando houver estimativa de atraso superior a 4 horas. As empresas também serão obrigadas a entregar folhetos aos passageiros, que deverão explicar quais são os novos direitos de maneira clara.
Segundo a Anac, as normas preveem também que a companhia ofereça outro tipo de transporte para completar o trajeto que tenha sido cancelado ou interrompido, desde que haja a concordância do passageiro. Caso contrário, ele poderá optar por esperar o próximo voo disponível ou ainda desistir da viagem, com direito ao reembolso integral da passagem.
As multas para o caso do não cumprimento das normas podem variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por ocorrência, segundo a Anac.

Em convenção, PT vaia Princesa Isabel e aplaude Sarney

Do Blog: nem continuarei a matéria sobre a convenção do PT. O título já indica o absurdo patético da ação.

Ex-petista escreve livro contra partido e era Lula; leia trecho de "O Chefe"

da Livraria da Folha
Livro revela detalhes do mensalão, escândalo que abalou o governo
O ex-petista Ivo Patarra, 47, compilou, organizou e editou todo o material produzido sobre o PT durante os 13 meses do escândalo do mensalão, o maior esquema de corrupção governamental de que se tem notícia no Brasil.
Com o resultado desse trabalho de pesquisa, escreveu "O Chefe", livro que traz os inquéritos, relatórios, sindicâncias, investigações e reportagens da época. O título é uma produção independente.
Os documentos contidos no volume sintetizam as investigações realizadas pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, pelas Comissões Parlamentares de Inquérito e outras fontes, como as apurações da imprensa brasileira.
Nascido em São Paulo, Patarra é jornalista e foi assessor de comunicação social da ex-prefeita, e também ex-petista, Luiza Erundina, durante a gestão 1989-1992. Trabalhou nos jornais Folha de S.Paulo, "Folha da Tarde", "Diário Popular" e "Jornal da Tarde". Leia um trecho.

Capítulo 1

'O governo Lula é o mais corrupto de nossa história'
Qual a justificativa para o presidente da República nomear como ministro e integrante de seu primeiro escalão de auxiliares o homem que publicara, num dos jornais mais importantes do País, que ele, o presidente, era o chefe do governo "mais corrupto de nossa história"?
Pois Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, nomeou o filósofo Roberto Mangabeira Unger no primeiro semestre de seu segundo mandato, em 2007, ministro da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, especialmente constituída para abrigá-lo. E não adiantou nem o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) inviabilizá-la tempos depois, durante uma rebelião para obter mais cargos no governo e proteção para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o então presidente do Senado, acusado de corrupção. Apesar de o PMDB derrotar a Medida Provisória que criara o posto para Roberto Mangabeira Unger, Lula deu um jeito na situação, nomeando-o novamente, desta vez como ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos. A posição do detrator estava garantida.
"Pôr fim ao governo Lula" é o título do artigo de Roberto Mangabeira Unger publicado na Folha de S.Paulo em 15 de novembro de 2005, no sugestivo dia da Proclamação da República. O ano de 2005 havia sido marcado pela eclosão do escândalo do mensalão. Este é o parágrafo de abertura do artigo:
"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos."
O que poderia ter levado o presidente da República a nomear como ministro o autor dessas acusações? E Roberto Mangabeira Unger não estava brincado, a julgar pela defesa que fez do impeachment de Lula. Ao denunciar "a gravidade dos crimes de responsabilidade" supostamente cometidos pelo presidente, o então futuro ministro afirmou em seu artigo que Lula "comandou, com um olho fechado e outro aberto, um aparato político que trocou dinheiro por poder e poder por dinheiro e que depois tentou comprar, com a liberação de recursos orçamentários, apoio para interromper a investigação de seus abusos".
Alguém poderia argumentar que a nomeação de Roberto Mangabeira Unger seria um mal necessário. Coisa da política. E tentar explicá-la pela importância do filósofo, um professor da prestigiada Universidade de Harvard, das mais importantes dos Estados Unidos, por quase 40 anos. O Brasil, portanto, não poderia prescindir da experiência e do prestígio de Roberto Mangabeira Unger, que teria muito a contribuir com o País.
Será mesmo? A cerimônia de posse do filósofo não demonstrou isso. Poucos ministros, cadeiras vazias, menos de uma hora de solenidade. E mesmo antes da criticada viagem de Roberto Mangabeira Unger à Amazônia, em 2008, na qual defendeu o desvio de águas da região para abastecer o Nordeste, sem considerar que centenas de milhares de amazonenses ainda não dispunham de água encanada, o ministro já era considerado, em âmbito do governo, "café-com-leite". Ou seja, não lhe era atribuída importância, nem de seu trabalho haveria algo para se aproveitar.
Outro trecho do artigo de Roberto Mangabeira Unger: "Afirmo ser obrigação do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda não bastar para assegurar sua condenação em juízo. Já são, porém, mais do que suficientes para atender ao critério constitucional do impedimento. Desde o primeiro dia de seu mandato o presidente desrespeitou as instituições republicanas. Imiscuiu-se e deixou que seus mais próximos se imiscuíssem, em disputas e negócios privados".
Talvez, então, a razão para a nomeação de Roberto Mangabeira Unger tenha sido de ordem político-partidária. Ou seja, o filósofo traria para o governo a base social representada por seu partido, ampliando o número de legendas que davam sustentação à administração Lula no Congresso. Como vimos, no entanto, Roberto Mangabeira Unger passou a maior parte da vida nos Estados Unidos, o que o forte sotaque não deixava desmentir. Não possuía qualquer base social, nem traria consigo qualquer força orgânica da sociedade.
Quanto a seu partido, o minúsculo PRB (Partido Republicano Brasileiro) tinha menos de 8 mil filiados quando Roberto Mangabeira Unger se tornou ministro e era um dos menores partidos políticos do País. Não agregava praticamente nada à base aliada de Lula. Por apoio político-partidário não faria sentido nomear Roberto Mangabeira Unger. Afinal, o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, possuía apenas três deputados federais, um senador e o vice-presidente da República, José Alencar (MG), que saíra do PL (Partido Liberal) em decorrência do escândalo do mensalão e foi o grande incentivador da nomeação do filósofo.
Em outro trecho do famoso artigo, Roberto Mangabeira Unger afirmou que "Lula fraudou a vontade dos brasileiros", ameaçava a democracia "com o veneno do cinismo" e tinha um projeto de governo que "impôs mediocridade". E mais: "Afirmo que o presidente, avesso ao trabalho e ao estudo, desatento aos negócios do Estado, fugidio de tudo o que lhe traga dificuldade ou dissabor e orgulhoso de sua própria ignorância, mostrou-se inapto para o cargo sagrado que o povo brasileiro lhe confiou".
Para fazer a vontade de seu vice José Alencar, um homem leal e doente, Lula só precisaria ter dito que gostaria muito de nomear alguém indicado por ele, mas não poderia ser o homem que o acusara de chefiar o governo mais corrupto da história. Poderia ser qualquer um, menos aquele que conclamara o Congresso a derrubá-lo da Presidência da República, por corrupção. Por que Lula nomeou Roberto Mangabeira Unger, autor de acusação tão séria? Nas páginas deste livro, o leitor será convidado a encontrar a resposta.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Depois de MG, petistas do MA chamam presidente do PT de "fascista" e "Hitler"

Folha Online
Minutos após o Diretório Nacional do PT decidir forçar sua seção maranhense a apoiar Roseana Sarney (PMDB), integrantes da legenda no Estado começaram um protesto no saguão de entrada da sede nacional do PT.
Aos gritos, eles acusaram o partido de se subjugar à família Sarney e voltaram a fazer acusações de que houve compra de votos no PT maranhense.
Ao avistarem o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, começaram a insultá-lo, aos gritos, chamando-o de "fascista" e "Hitler". Dias antes, Dutra já havia sido chamado de "Hitler" por petistas de Minas Gerais insatisfeitos com o acordo pelo qual o PT declarou apoio à candidatura de Hélio Costa (PMDB).
Dutra não respondeu diretamente aos manifestantes, que prometeram seguir para o gabinete de deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), que teria passado a noite no plenário da Câmara em vigília contra o apoio a Roseana.
Em entrevista em uma sala reservada, o presidente do PT afirmou que a manifestação foi exagerada. "Respeito as divergências, mas esse tipo de manifestação não contribui em nada."

Do Blog: este insulto não foi feito por opositores do PT e sim por militantes apaixonados de Minas e do Maranhão. Ou seja, o PT trai até mesmo o próprio PT.

“Cala boca Galvão” no Trending Topic do mundo

Revista Veja
Os mais de 9 milhões de brasileiros cadastrados no Twitter já demonstraram, nesta quinta-feira, insatisfações contra Galvão Bueno. Durante a abertura da Copa do Mundo, na África do Sul, o narrador da Rede Globo foi alvo de críticas na rede de mensagens de até 140 caracteres.
A expressão “Cala boca Galvão” alcançou o primeiro posto dos tópicos mais produzidos no site em todo o mundo – mostrando certo descontentamento dos usuários da rede ao desempenho do jornalista na cerimônia da abertura do Mundial.

Aprovado o primeiro teste clínico para tratar tumores cerebrais com células-tronco

Revista Veja -Por Mayana Zatz
O ensaio terapêutico, que acaba de ser aprovado pelo FDA (Agência americana Food and Drug Administration), será conduzido por pesquisadores americanos liderados pelas Dras. Karen S. Aboody e Jana Portnow, do City of Hope, na Califórnia. Trata-se de um centro especializado em tratamento de câncer, diabetes e outras doenças graves. O interessante é que o objetivo não é usar as células-tronco para substituir as células doentes. Elas serão usadas como veículo para transportar uma potente droga anticancerígena com o objetivo de tentar destruir um tipo de tumor cerebral muito agressivo, o glioblastoma. Se a experiência for bem-sucedida, será mais uma vitória obtida a partir das pesquisas com células-tronco embrionárias.

Os tumores cerebrais malignos atingem mais de 20.000 americanos anualmente

Há vários tipos de tumores cerebrais malignos. O mais comum em adultos é um tipo de tumor denominado glioblastoma, que é extremamente agressivo. São tumores muito invasivos, resistentes aos métodos convencionais de tratamento, como cirurgia, radiação ou quimioterapia. Um dos grandes obstáculos é a chamada barreira hematoencefálica, que não permite que drogas anticancerígenas potentes cheguem até a região encefálica onde está localizado o tumor, sem fazer um grande “estrago” em volta. E é aí que entram as células-tronco neurais. Elas vão ser usadas para levar drogas diretamente na região do tumor. Se bem-sucedida, essa estratégia poderá ser usada para tratar vários tipos de tumores sólidos.

Células-tronco neurais dirigem-se naturalmente para os tumores

A Dra. Karen e colegas foram os primeiros a demonstrar no ano 2000 que essas células-tronco neurais têm uma tendência de dirigir-se a células tumorais atravessando a barreira hematoencefálica. Resolveram então usar essa característica, também chamada de tropismo, para transportar agentes terapêuticos. Introduziram, em uma linhagem de células-tronco neurais, uma enzima (citosina deaminase) que tem a propriedade de converter uma droga relativamente não tóxica em um poderoso agente quimioterápico contra células cancerosas.

Essa estratégia permitirá minimizar os efeitos colaterais e permitir um tiro certeiro

A grande vantagem é que a droga não tóxica pode ser administrada pela circulação e só será transformada no composto tóxico na região do tumor onde estarão as células-tronco neurais , afetando o mínimo possível as células saudáveis vizinhas. Se bem-sucedida, essa estratégia poderá minimizar os terríveis efeitos colaterais dos tratamentos quimioterápicos atuais, que atingem o trato gastrointestinal, a pele e provoca, entre outros, a queda dos cabelos. Em vez de tiro de canhão, será possível atirar e atingir somente o alvo, no caso, o tumor.

A esperança será grande

A pesquisa, que será iniciada em breve, incluirá de 12 a 20 pacientes nessa primeira fase. City of Hope significa Cidade da Esperança, em português, um nome emblemático. A torcida será enorme. Se a experiência for bem-sucedida, será mais uma demonstração da importância de se ter aprovado as pesquisas com células-tronco embrionárias.

Células-tronco e câncer

Para quem tiver interesse, nesse domingo, dia 13 de junho, no Clube Hebraica, o prof. Dov Zipori, do Weizmann Institute, de Israel, ministrará a palestra “Células Tronco: a revolução em curso na biologia e na medicina”. A palestra é em inglês. A entrada é grátis. Inscrições no site: weizmann.br@gmail.com

Lula e Dilma fecham com Sarney; petistas do MA vão resistir

O presidente Lula e a pré-candidata Dilma Rousseff já acertaram o apoio do PT à governadora Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão. Os militantes do Estado pretendem resistir à decisão verticalizada e abrir uma dissidência. Cogita-se uma greve de fome coletiva. Nesta sexta-feira (11), em Brasília, o petista Silvio Bembem representa os defensores da aliança com Flavio Dino (PCdoB) na reunião do diretório nacional do PT, que discute nesta manhã o impasse no Estado.

Do Blog: a matéria continuava com o mesmo blá, blá, blá de coalizões e alianças. Pode-se gostar de Lula, exaltar sua popularidade, mas há uma verdade: ele se vende a esses históricos corruptos em nome do poder, e sendo ele o presidente, vende também o governo do Brasil.

Fungo vai substituir 5,4 mil toneladas de adubo químico

Da equipe do DiárioNet
Uma tese de mestrado saiu do papel e pode levar uma das maiores empresas do mundo a evitar o uso de 5,4 mil toneladas anuais de adubos químicos na produção de 30 milhões de mudas de árvores da mata atlântica e da Amazônia. A proposta é substituir produtos químicos por um fungo, que fortalece as mudas e acelera o seu crescimento.
O trabalho foi desenvolvido pelo biólogo Thiago Morais, 27 anos, analista ambiental da Vale, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, que defendeu tese sobre biologia de fungos. O método foi adotado primeiramente com vegetação de mata atlântica e agora está sendo aplicado na Amazônia.
Cada muda de árvore cultivada pela Vale para reflorestamento das áreas em que atua e por todo o País exige 180 gramas de adubo químico. Como a empresa vai produzir a partir de setembro 30 milhões de mudas anuais nos diversos viveiros que tem em todo o País, a prática exigiria 5,4 mil toneladas de material químico. Com o fungo, esse necessidade deve cair a zero, ou, na pior das hipóteses, à metade.
O processo consiste na associação entre certos fungos do solo e raízes de plantas nativas da região amazônica. Plantas associadas a esses fungos podem diminuir o tempo no processo de reabilitação do solo degradado. Estima-se um aumento na produção de mudas de espécies nativas, que serão utilizadas na revegetação de áreas do projeto Onça Puma, no município paraense de Ourilândia do Norte. Devem ser recuperados inicialmente 720 hectares.
Crescimento rápido - De acordo com os especialistas da empresa, a técnica contribui para o crescimento e sobrevivência das plantas, por meio do incremento significativo da absorção de água e nutrientes. "A reabilitação de áreas degradadas é difícil e lenta (20 a 30 anos), portanto, queremos reduzir esse tempo a partir do desenvolvimento dessa tecnologia. Nosso objetivo é realizar a recuperação das áreas em menos tempo e com mudas mais resistentes", informa o gerente de meio ambiente da Vale, André Luiz.
Na Amazônia, os profissionais trabalham com 25 espécies nativas, mas para o experimento com fungos estão utilizando quatro: paricá, cajá, bordão de velho e pata de vaca. Elas foram escolhidas pelo crescimento mais rápido - em média, se desenvolvem num período de três meses até serem levadas para o campo, com 50 centímetros de altura.
"A introdução de mudas pré-inoculadas com esse agente biotecnológico (o fungo) contribui na produção de mudas mais vigorosas e em menos tempo do que o método atual, aumentando o sucesso do plantio", explica Thiago Morais.
Até o primeiro trimestre de 2011, a equipe de meio ambiente da Vale fará o controle e acompanhamento das mudas, avaliando, sistematicamente, o desenvolvimento das espécies quanto à altura, o número de folhas e o diâmetro do caule. Após essa etapa, os técnicos vão comparar o experimento com fungos com os que já estão em andamento há um ano, para avaliar o que houve de incremento em relação às técnicas tradicionais.
O Projeto Onça Puma ainda não entrou em operação, mas a recuperação de áreas degradadas já vem sendo feito nas proximidades do empreendimento - em antigas áreas de pasto. É o caso do Morro do Granito onde a Vale está realizando o plantio de mudas em 28 hectares da área; e no entorno das barragens de captação de água (21 ha) e da usina (58 ha).
Viveiros – A Vale tem viveiros de plantas em diversos pontos. No Pará, a Vale Florestar coloca em operação em setembro instalações com capacidade anual inicial de 14 milhões de mudas. Mas o plantio já vem sendo feito. Em 2009 foram plantadas 6,7 milhões de mudas e em 2010, mais 11,1 milhões.
No sudeste do Estado, em Ourilândia do Norte e Canaã dos Carajás, são cultivadas 1,1 milhão de mudas por ano, e Parauapebas produzirá cerca de 100 mil mudas.
Na Reserva Natural Vale, em Linhares, Espírito Santos, são 3 milhões de mudas por ano. No Maranhão, o canteiro prevê 40 mil mudas. Em Minas Gerais, o Centro de Biodiversidade (CBio) produz 600 mil mudas por ano.
No total, são 16 milhões de mudas por ano, que serão reforçados por mais 14 milhões a partir de setembro, totalizando 30 milhões.