segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os 10 um monte de coisas de Veja

Muito legal esta página. Percam um tempo nela. Distração garantida.

http://veja.abril.com.br/blog/10-mais/turismo/os-10-destinos-turisticos-preferidos-dos-mochileiros/

Quer comprar uma ilha e me convidar?

http://www.terra.com.br/economia/infograficos/ilhas/index.htm

Companhias aéreas perdem mais para alojar passageiros que com cancelamentos

Londres, 19 abr (Agência EFE) - Por UOL Turismo

As companhias aéreas perderão mais dinheiro com o alojamento em hotéis dos passageiros pelo fechamento do espaço aéreo europeu por causa da nuvem de cinza de um vulcão islandês que pelo cancelamento dos voos, segundo um relatório de Citi Group divulgado hoje.

Segundo o estudo, uma companhia como a British Airways (BA) que enfrenta um impacto financeiro entre 10 e 20 milhões de libras diárias (11,34 milhões euros e 22,69 milhões de euros) em perdas, apenas pelo cancelamento de voos.

Citi estima que as companhias recuperem metade das perdas nos dias seguintes à normalização dos voos, quando os viajantes de negócios e os turistas retomem as viagens atrasados.

No entanto, não devem ser recuperados os custos procedentes do alojamento de viajantes em hotéis, um montante que no caso de BA ascende a 8 milhões de libras diárias (9,07 milhões de euros).

Para Citi, o fechamento do espaço europeu "não tem precedentes" e seus efeitos "poderiam ser inclusive piores que o fechamento do espaço aéreo americano durante sete dias após os atentados de 11 de setembro".

O relatório destaca que neste caos o medo dos passageiros de voar não afetará às companhias, após a normalização do tráfego aéreo.

Além disso, o relatório prevê que o fator de carga será "extremamente alto" nas duas semanas posteriores à abertura do espaço aéreo, uma recuperação que no caso de 11-9 teve que esperar até o primeiro trimestre de 2002.

Citi também calculou as perdas durante o fechamento do espaço aéreo de outras companhias como Air France-KLM, que deixou de ganhar entre 25 milhões e 50 milhões de euros por dia.

Já a Lufthansa, com perdas entre 35 milhões de euros e 50 milhões de euros diários; easyJet, que perde 4 milhões de libras (4,54 milhões de euro) ao dia, e Ryanair, que está perdendo 4 milhões de euros diários.

O relatório aponta que as companhias aéreas de baixo custo easyJet e Ryanair não estão pagando o alojamento aos passageiros porque alegam que "se trata de uma interrupção do serviço cuja solução está fora de seu alcance".

"Outras companhias estão pagando o alojamento aos clientes por uma questão de atenção ao consumidor e para reduzir o caos nos aeroportos", indica o relatório.

Citi apontou que "ainda não está claro" que cobertura os seguros terão que dar aos e às companhias aéreas, "embora exista muita pressão política e midiática para que as seguradoras assumam suas responsabilidades".

Vulcão de Eyjafjallajokull

Amigo do céu, como se pronuncia este nome?

Palavra do Blog:
Somos pequenos, e como tal devemos respeitar o que não controlamos e o que não entendemos. Aos ecochatos, prudencia, aos céticos, precaução.

Belo Monte - entendendo a confusão

Clique na imagem, um click para abrí-la e outro click para ampliá-la.

Palavra do Blog:


É uma obra de infra-estrutura. Necessária. A discussão é intensa, dividindo especialistas, ecologistas, população e até índios. Vamos acompanhar, é importante.

Acelerador de partícula

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/entenda-relacao-da-maior-maquina-do-mundo-com-origem-do-universo.html

Palavra do Blog:

Em minha santa ignorancia não sei para quê, mas que é muito louco isso é.

Festival do montanhismo 2010 em São Paulo

UOL - Redação Webventure 14/04/2010

No dia 08 de maio, o Parque Estadual do Jaraguá, localizado em São Paulo, será sede da Festa de Abertura da Temporada de Montanhismo 2010. O evento contará com diversas atrações, entre elas um festival de slackline (andar sobre uma corda), oficinas técnicas, exibição de curtas de montanha e escalada, além de caminhadas.Reaberto ao público em março deste ano para a prática do esporte, o Parque é famoso por ter sido o local onde diversos escaladores veteranos iniciaram seus primeiros desafios. Para tanto, a Festa será um marco na reaproximação com o Jaraguá.O grande destaque do evento será o festival de slackline, que prima o equilíbrio e concentração do atleta para conseguir se mover de um ponto a outro sobre uma corda. Contando com a participação de atletas de diversos estados, entre eles Rio de Janeiro e São Paulo, o campeonato terá modalidades circuito e malabarismo, nas categorias master e iniciante, ambos feminino e masculino.Além do campeonato, haverá também oficinas técnicas para os interessados em aprender um pouco mais sobre o esporte. Ao todo, serão três aulas, passando diferentes noções sobre montanhismo, como informações básicas sobre escalada em rocha e diferentes tipos de nós e voltas.
Filmes - A partir das 14 horas, o auditório do Parque do Jaraguá, que tem capacidade para aproximadamente 100 pessoas, projetará diversos filmes sobre montanhismo. Entre a lista de curtas está o “Caminho Teixeira”, de Alexandre Diniz, que conta a história de cinco jovens brasileiros que resolveram subir o Dedo de Deus; Uruca, de Erick Grigorovski, que recebeu 24 indicações a prêmios e foi a primeira produção nacional selecionada para a Banff World Tour; e também alguns documentários.

Não ver e crer diria São Thomé

UOL Cinema.

A Sony Pictures informou nesta segunda (19) que o filme "Chico Xavier", de Daniel Filho, levou 2.005.072 espectadores aos cinemas desde sua estreia, no dia 2 de abril. A cinebiografia do médium arrecadou até o momento R$ 18.560,531. A média de ocupação por sala continua correspondendo às expectativas dos distribuidores, que vão manter o circuito inicial de 340 cópias. Só no fim de semana entre 16 e 18 de abril, o longa-metragem levou mais de 300 mil pessoas às salas dos cinemas e manteve o primeiro lugar no ranking semanal de filmes mais vistos.

Palavra do Blog:

Certos mistérios fazem bem à razão. Torna claro quanto entendimento ainda falta para saber que nem mesmo ela, a razão, é absoluta.

A questão nuclear Iraniana

O que diz cada uma das partes envolvidas na questão nuclear iraniana
Regime do Irã – O líder supremo, Ali Khamanei, afirma ser categoricamente contra armamentos nucleares. O presidente Mahmoud Ahmadinejad defende que todos os países tenham direito a energia nuclear, mas que nenhum possua armas atômicas. Oficialmente, o programa nuclear é para fins civis
Oposição do Irã – Os opositores nunca divergiram claramente do governo na questão nuclear. Inclusive, durante os anos do governo de Khatami, um moderado, os iranianos já haviam iniciado o programa nuclear, que tem suas raízes nos tempos do xá, um aliado americano. As diferenças entre os dois lados são mais concentradas nas liberdades políticas e sociais
EUA – Acusam o regime iraniano de estar secretamente desenvolvendo armamentos nucleares. Tentaram uma saída diplomática até o fim do ano passado. Sem sucesso, passaram a priorizar uma nova resolução com sanções ao Irã
França e Inglaterra – Membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, adotam uma postura similar à dos americanos
China e Rússia – Também integrantes permanentes do CS e com boas relações comerciais com o Irã, aceitam discutir novas sanções, mas apoiariam apenas a aprovação de um texto bem mais ameno do que o proposto pelos EUA
Brasil e Turquia – Integrantes rotativoss do CS, dizem achar possível prorrogar por mais algum tempo as negociações diplomáticas com os iranianos, evitando uma nova leva de sanções. Os dois países acrescentam ter cautela em relação aos iranianos depois de o Iraque ter sido acusado de possuir armas químicas, e não as ter. A Índia e a África do Sul, que não estão no CS, defendem uma posição próxima a de brasileiros e turcos
Israel – Diz ser ameaçado pelo Irã, acrescentando que o regime de Teerã está cada vez mais próximo de possuir uma bomba atômica. Pede que a comunidade internacional aja com urgência e não descarta uma operação militar. O país possui armas nucleares, mas não está sujeito a sanções pois, como a Índia e o Paquistão, não é signatário do TNP
Arábia Saudita – Rival do Irã no mundo islâmico, prefere não se envolver diretamente na questão. Opta por pressionar os EUA a adotar uma postura mais dura com os iranianos por canais indiretos, mas não apóia uma operação militar contra Teerã
Líbano – Teme que o conflito iraniano seja transferido para o seu território. Em caso de ataque israelense a Teerã, o Irã poderia usar o grupo xiita libanês Hezbollah para atacar Israel. Em resposta, os israelenses poderiam mais uma vez bombardear o Líbano, como em 2006, com o argumento de que a organização integra o governo – na realidade, segundo as regras libanesas, há um percentual de cadeiras no Parlamento destinado aos xiitas e estes votam no Hezbollah e seus aliados. Ironicamente, o frágil país dos cedros estará na presidência do CS em maio e não deve colocar a resolução em votação
Síria – Os sírios não se envolvem na questão nuclear iraniana. São os principais aliados de Teerã, ao mesmo tempo que buscam se reaproximar dos EUA. Por enquanto, não há perspectiva de retomada do diálogo com Israel
Autoridade Palestina – Afirma que o Irã apenas atrapalha os seus interesses. Especialmente Ahmadinejad, que liga o Holocausto à questão palestina – algo que a AP acha contraprodutivo. Além disso, segundo os palestinos, o Irã tira o foco dos reais problemas palestinos, como os assentamentos
Hamas – Como recebe apoio de Teerã, tende a apoiar Ahmadinejad, pois ele ajuda a enfraquecer a Autoridade Palestina
Iraque – Como no Líbano, poderia sofrer efeitos colaterais em caso de ataque de Israel. O Irã poderia lançar ações contra tropas americanas no país, minando a frágil tentativa de reconstrução iraquiana
Agência Internacional de Energia Atômica – Afirma não haver provas conclusivas contra o Irã, mas reclama da falta de colaboração do regime iraniano. Segundo a entidade, esta atitude de Teerã apenas alimenta as suspeitas

Leia mais no blog da Patricia Campos Mello @ http://blogs.estadao.com.br/patricia-cam…

A nova estratégia nuclear dos Estados Unidos

O Estado de S.Paulo

A cada dez anos o governo americano publica um importante documento sobre os princípios - isto é, a "doutrina" - nos quais se apoia a sua estratégia nuclear. É um documento genérico, que fixa as diretrizes a serem seguidas por todos os órgãos do governo e pelas Forças Armadas.

O último deles, publicado há dez anos, refletia ainda a atmosfera da guerra fria e uma postura truculenta que se agravou durante os oito anos do governo do presidente George W. Bush.

Ela representava bem a influência dos elementos mais conservadores do Senado norte-americano, que já haviam bloqueado a aprovação de tratados internacionais que levassem a uma distensão política com a Rússia na área nuclear. Exemplo dessa atitude é o que ocorreu com o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBC), que não foi ratificado pelo Senado. Esses senadores, de modo geral, defendem interesses corporativos dos setores envolvidos na produção de armas nucleares, que geram milhares de empregos e que são muito poderosos em alguns Estados americanos.

Fazia parte dessa "doutrina" a noção de que até ataques convencionais aos Estados Unidos, por países que não possuíssem armas nucleares, provocariam um revide nuclear.

Por essa razão, o único progresso na área de desarmamento nuclear que ocorreu nos últimos 20 anos foi a redução gradual, mas lenta, dos estoques de armas nucleares das grandes potências, que chegaram a ser de mais de 30 mil em cada uma delas e que ainda são consideráveis.

A eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos parece ter mudado significativamente essa situação. No seu famoso discurso em Praga, em abril de 2009, Obama declarou que os Estados Unidos "procurarão promover a paz e a segurança de um mundo sem armas nucleares".

A nova estratégia nuclear americana, de abril de 2010, reflete essa intenção e abandona a visão ultrapassada de manter, modernizar e até aumentar os estoques de armas nucleares e realizar testes. Ela concentra agora as atenções do governo em duas áreas: impedir a proliferação nuclear e evitar o terrorismo nuclear.

Ao fazê-lo, o governo dos Estados Unidos adota a posição dos antigos "falcões da guerra fria", como Kissinger e outros que se convenceram de que armas nucleares - que garantiram no passado a segurança do seu país contra um possível ataque da União Soviética - não são eficazes contra o terrorismo nuclear, que não tem responsabilidades de governo.

Além disso, as ameaças resultantes da posse de armas nucleares nas mãos de governos problemáticos como o Irã e a Coreia do Norte tendem a se propagar, porque há outros aspirantes à posse de armas nucleares em várias regiões do mundo que desejam contrabalançar as ameaças criadas por eles.

Num certo sentido, o governo dos Estados Unidos "jogou a toalha" e, finalmente, se convenceu de que a única maneira de garantir a sua própria segurança é reduzir a importância das armas nucleares e começar a cumprir o artigo VI do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) de 1967, que prevê a adoção de medidas sérias que conduzam ao desarmamento nuclear.

Esse artigo foi adotado, na época, para encorajar os países não nucleares a não promoverem o desenvolvimento de armas nucleares e restringirem o uso de energia nuclear para fins pacíficos.

Vários países não aceitaram esse tratado porque o consideraram discriminatório e desenvolveram armas nucleares, como a Índia, encorajando o Paquistão a fazer o mesmo. Isso, aliás, é o que acontecerá se o Irã produzir armas nucleares, uma vez que o Egito e a Síria provavelmente desejarão fazer o mesmo para contrabalançar sua influência.

A nova estratégia nuclear americana abre caminho para uma discussão adulta sobre o problema do desarmamento nuclear, porque daqui para a frente a não-proliferação nuclear (dos países que não têm armas nucleares) e o desarmamento nuclear (dos países que as possuem) passam a marchar juntos.

A melhor indicação da seriedade dos Estados Unidos em adotar esse caminho é a decisão tomada de "não usar (ou ameaçar usar) armas nucleares contra países que são signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e que cumpram suas obrigações estabelecidas nesse tratado".

Seria muito útil que o Itamaraty estudasse com cuidado a nova estratégia nuclear dos Estados Unidos e abandonasse as tendências revisionistas que ainda existem no governo brasileiro.

O Brasil se tornou signatário do TNP em 1994, o que removeu o País da lista de "suspeitos" de tentar desenvolver armas nucleares, que é o caso do Irã hoje. A decisão brasileira reforçou os esforços mundiais para fazer com que os países nucleares seguissem o caminho do desarmamento nuclear, dos quais o próprio chanceler Celso Amorim participou no passado.

As vozes que se ouvem hoje - vindas inclusive do próprio Itamaraty - são que o Brasil abdicou da sua soberania ao aderir ao TNP, o que representa uma total incompreensão do que é o mundo real com ogivas nucleares programadas para atingir qualquer cidade do mundo, inclusive do Brasil.

A desnuclearização da América Latina, que se tornou realidade com a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc) em 1992, e o abandono de programas nucleares semiclandestinos no Brasil e na Argentina estão dando frutos agora.

Nessas condições, uma política nuclear de aproximação com o Irã e o ceticismo a respeito das vantagens do Tratado de Não-Proliferação Nuclear são contrários aos interesses nacionais.

José Goldemberg - É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ONGs defendem campanha "Ficha Limpa"

TV Estadão 16.4.2010
Entidades não-governamentais recolheram mais de 1,3 milhão de assinaturas da sociedade e agora pressionam o Congresso a votar o projeto de lei "Ficha Limpa" no início de maio.

Palavra do Blog:
O projeto visa impedir candidatos que respondem por crimes a se candidatar a cargos públicos ou à reeleição. Esta é uma medida acanhada, mas já é um começo para tentar diminuir a farra com o dinheiro público pelos políticos. Falta acreditar que eles (os parlamentares) darão este tiro no pé do companheiro. É torcer para que aprovem o projeto sem emendas.

http://tv.estadao.com.br/videos,ONGS-DEFENDEM-CAMPANHA-FICHA-LIMPA,97111,260,0.htm

A luta do homem que quer unir as pessoas


A guerra no Iraque e o atentado contra as Torres Gêmeas despertaram no antropólogo americano William Ury um projeto ambicioso: mostrar que o que une as pessoas é muito mais forte do que o que as separa. Inspirado na figura de Abraão, o patriarca das três religiões monoteístas – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – ele criou o Caminho de Abraão, uma rota de 1.200 quilômetros entre Urfa, na Turquia, e Hebron, na Cisjordânia, que atravessa países divididos por inimizades históricas. “Precisamos de projetos que mostrem que somos todos irmãos”, explica.
Paisagens deslumbrantes, lugares sagrados, descampados, calor insuportável, nada desanimou este ex-consultor de Bill Clinton, hoje diretor em Harvard, que passou 30 anos estudando conflitos. De cafezinho em cafezinho, Ury conseguiu reunir US$ 700 milhões, em países como Alemanha, EUA e Arábia Saudita. No Brasil, entre outros, teve apoio das famílias Feffer e Schahin. Para promover a ideia, Ury deve estar em São Paulo no domingo que vem, quando sua ONG Caminho de Abraão realiza a segunda edição da Corrida da Amizade.
Como surgiu essa ideia?

Em 2003, depois do 11 de Setembro e da Guerra do Iraque, vi que as famílias estavam sendo divididas. E pensei em um projeto que unisse de novo as pessoas. Veio-me a história da jornada de Abraão há 4000 anos. A ideia é retraçar seus passos, a exemplo do que se faz com Santiago de Compostela.
O que espera com isso?

Reconectar a família humana. Procurei a história mais poderosa sobre a unidade entre povos – para mim, é a de Abraão. Mas não basta contar uma história, ela precisa ser vivida. Nas aldeias por onde Abraão passou estão vivos os seus valores, de gentileza, amizade e hospitalidade.
Como você reconstituiu o caminho?

Juntei uma equipe em Harvard. Trabalhamos com base no que dizem os moradores com a memória cultural, com a Bíblia e o Alcorão.
O que foi feito até agora?

Em 2007 saímos de Harvard com 25 especialistas de 10 países – dois eram brasileiros. Viajamos por duas semanas de ônibus a partir de Ur, cidade natal de Abraão, no Iraque, até Hebron, na Cisjordânia, onde ele foi enterrado. As pessoas diziam: “Você não vai conseguir cruzar a fronteira”. Nós conseguimos.
De que maneira o caminho está sendo construído?

Descobrimos que não precisamos construir nada. É uma rota ancestral já aberta, nosso trabalho é apenas acordá-la. Nas vilas explicamos o projeto a moradores que nunca antes haviam recebido turistas. Hoje temos guias locais instruídos.
Por onde passa o caminho?

Começa em Urfa, ao sul da Turquia, e segue para Haram – que abriga as ruínas onde, segundo a Bíblia, Abraão ouviu a mensagem de Deus para sair de casa e começar sua peregrinação. Passa também por Alepo, na Síria e desce até Damasco, Jerusalém, e Hebron. De carro ou ônibus dá para fazer a viagem em dois meses. Pretendemos incluir na rota Iraque e Egito.
Quando a rota começou a funcionar?

Esse é o primeiro ano. Já recebemos mais de 3.000 pessoas – jovens, estudantes e até grupos de escalada só de mulheres. Quem quiser viajar pode entrar no nosso website e escolher uma viagem de um dia, uma semana, ou mais. Pode-se ir de carro, de ônibus – mas, claro, a essência é por os pés no chão e caminhar.
Que tipo de experiência aguarda os peregrinos?

Grande parte da experiência é a hospitalidade. Os visitantes fazem refeições e passam a noite nas vilas. No Oriente Médio, oferecer hospitalidade a um estranho é obrigação sagrada. Entrar na casa e conviver com outros costumes realmente transforma os viajantes.
Dá para fazer o trajeto a pé?

A ideia é fazer as pessoas caminharem. Esperamos que o primeiro trecho de longa distância – de Nablus a Hebron – esteja funcionando até o fim do ano. É uma caminhada de 10 dias. Por enquanto o caminho só existe dentro dos países. Não dá para cruzar as fronteiras porque o momento não é propício para tanto.
Com quem teve que negociar? Com o Hamas e o Fatah, por exemplo. Na Síria, o governo disse que não queria nada que ligasse o país a Israel enquanto este não devolver as colinas de Golan. Damasco decidiu chamar o projeto de Trilha Cultural de Caminhada da Síria. Nós concordamos. Podem chamar do que quiserem.
Qual é a sua religião?

Não tenho religião. Sou um humanista. Acredito na família humana, como Abraão.
Por que você resolveu fazer o Caminho de Abraão e não o Caminho de Maomé?

Porque há 3,5 bilhões de pessoas cuja origem espiritual remonta a Abraão. O caminho honra Maomé, Jesus e Moisés, filhos espirituais de Abraão.
Encontrou gente contrária ao projeto?

Não diria que há pessoas contra, mas há aqueles que querem testá-lo. O projeto não é político nem religioso e não tem fins lucrativos. Os judeus querem saber se é um caminho árabe. Os árabes querem saber se é um caminho judeu. Não, é um caminho humano. É um caminho para a humanidade.