terça-feira, 4 de maio de 2010

É uma grande discussão sobre o papel da mídia e dos jornalistas como intermediários entre a sociedade e o que é notícia.

Eis o início do artigo de Bill Keller:editor-executivo do jornal mais influente dos EUA, o "The New York Times"
"De todas as discussões em curso, hoje em dia, no ruidoso ponto de inflexão que o setor de notícias ocupa, nenhuma é tão básica quanto o debate sobre a credibilidade jornalística -quem a detém e que valor ela deve ter.
"De um lado, simplificando a questão, existe a visão de que o poder de democratização da internet tornou obsoletos as formas e os valores tradicionais do jornalismo e, com eles, não incidentalmente, a ideia de que as pessoas deveriam pagar pelo acesso à notícia. Entre os partidários mais utópicos da ideia de que a sabedoria está nos números, depender de jornalistas profissionais é visto como elitista e sufocante.
"Do outro lado, existe a convicção de que uma população significativa de pessoas sérias sinta a necessidade de que alguém dotado de treinamento, experiência e padrões -repórteres e editores- ajude na tarefa de localizar e selecionar as notícias, identificar o que elas têm de importante e descobrir o que significam.
"Isso de maneira nenhuma exclui a participação da audiência, em forma de comentário, contribuição ou colaboração (uma prova é a esplêndida combinação entre jornalismo profissional e amador que manteve ativo o noticiário recente sobre o Irã).
"Mas, nos termos dessa visão -da qual compartilho-, a credibilidade dos jornalistas profissionais é tanto uma valiosa conveniência para os leitores que não têm tempo ou disposição para administrar sozinhos o tsunami de informações recebidas quanto um bem cívico, já que uma democracia precisa de uma base compartilhada de informações confiáveis sobre a qual realizar seus julgamentos".
Blog do Fernando Rodrigues. O restante pode ser lido na "Folha" (para assinantes do jornal e do UOL).

Ímãs podem ser importantes armas contra a depressão

Revista Veja.
A ciência acaba de descobrir uma nova arma contra a depressão: os ímãs. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, mostra que aplicar ímãs na cabeça de pacientes depressivos ativa importantes partes do cérebro e pode ser mais eficaz para combater a doença do que os remédios.
O estudo, publicado pelo periódico especializado Archives of General Psychiatry, analisou 190 pessoas que sofriam de depressão e não respondiam aos tratamentos convencionais, com base em medicamentos. Uma parcela dos voluntários foi tratada durante três semanas por meio da terapia de estimulação magnética - o método consiste no uso, por cerca de 37 minutos ao dia, de um capacete que aplica uma corrente magnética sobretudo na parte frontal do cérebro.
Os demais pacientes utilizaram o mesmo capacete pela mesma quantidade de dias, mas com o campo magnético bloqueado. Os cientistas notaram que a depressão desapareceu em 14% dos voluntários tratados com as ondas magnéticas, enquanto apenas 5% dos pacientes do outro grupo apresentaram melhora.
Mark George, médico que liderou o estudo, disse: "O resultado dessa pesquisa sugere que a terapia magnética no lóbulo pré-frontal é um tratamento sem efeitos colaterais e com significativos efeitos no combate à depressão".

Brasil é o país que mais desmatou no mundo entre 2000 e 2005, diz pesquisa

Portal G1
Estudo mostra que planeta perdeu 1.011.000 km2 de florestas no período.Estado com piores índices de desmatamento no Brasil foi Mato Grosso.

A superfície florestal diminuiu 3,1% entre 2000 e 2005 no mundo, segundo estudo baseado em observações por satélites e publicado nesta segunda-feira (26) nos Estados Unidos. De acordo com estimativas da pesquisa, o Brasil foi o país que sofreu a maior redução de suas matas nesse período.
No total, entre 2000 e 2005, a perda foi de 1.011.000 km2 de, o que representa uma redução de 0,6% a cada ano. A superfície florestal do planeta era de 32.688.000 km2 no início do estudo.
Segundo maior país em quantidade de área florestal (4,6 milhões de km2), atrás apenas da Rússia (5,12 milhões de km2), o Brasil sofreu a maior redução de suas matas no período. Foram 165 mil km2 (3,6% do total) de matas cortadas. Já o Canadá, com superfície florestal de 3 milhões de km2, foi o segundo com maior
redução de área verde. O país perdeu 160 mil km2 no período, que representam 5,2% do total de suas florestas. A perda bruta de superfície florestal é definida na pesquisa como produto de causas naturais, como incêndios provocados por raios, e atividades humanas.
Segundo os autores da pesquisa, divulgada pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, estimativas precisas são indispensáveis nos esforços de contabilização das emissões de dióxido de carbono, um dos principais gases de efeito estufa, e para elaborar modelos climáticos, explicaram.
Por região, as matas boreais, no Ártico, representam 26,7% da superfície florestal do planeta - a segunda mais importante - e registraram a maior redução para o período (4% do total). Dois terços desta quantia tiveram origem em incêndios naturais, afirmaram cientistas das Universidades de Dakota do Sul e de Nova York, dos Estados Unidos.
Amazônia
As matas tropicais úmidas, que cobrem 11,5 milhões de km2 do planeta e representam a maior superfície florestal da Terra, perderam 2,4% de sua superfície, o que equivale a 27% da perda total.
A análise para a Amazônia considerou um outro estudo, divulgado em 2009, que usou como referência os dados sobre desmatamento do Prodes, sistema de monitoramento por satélite da Amazônia Legal no Brasil, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados foram comparados com as medições do sensor Modis do satélite Landsat e destacam a porcentagem de área florestal desmatada em cada estado para o período. Segundo as duas fontes, Mato Grosso teve cerca de 10% de sua área desmatada no período, a maior taxa. O Amapá é o estado que menos sofreu com desmatamento entre 2000 e 2005, com menos de 1% de sua área total comprometida.
Mundo
As florestas tropicais em zona seca - 7,13 milhões de km2, ou 21,8% das superfícies de mata do mundo - diminuíram 2,9% de 2000 a 2005, o que representou 20,2% das perdas florestais totais. Já as matas das zonas temperadas - 5,2 milhões de km2, ou 16,1% do total mundial em 2000 -, perderam 3,5% de sua superfície. Por continente, a América do Norte - com superfície florestal de 5,8 milhões de km² em 2000 - sofreu a maior redução no período (5,1%, ou 295 mil km2). Ásia e América do Sul perderam duas vezes menos em comparação com sua superfície de mata, 2,8% e 2,7%, respectivamente.

* Com informações da France Presse

Do Blog: Como diz Lula: desmatamento como nunca visto antes na história deste país.

Estudo aponta relação entre soja e desmatamento em Mato Grosso

Do Globo Amazônia, em São Paulo
Mapa publicado no estudo mostra áreas municípios com desmatamento e aumento de pastagens em verde; com desmatamento e aumento da soja em laranja; e com aumento da soja e decréscimo de pastagens em vermelho. Em Mato Grosso, é possível identificar uma faixa central com predomínio de expansão de soja, seja por desmatamento ou por substituição de rebanhos. (Foto: Reprodução)

Dados estatísticos mostram região em que soja ocupa área de pasto.Em seguida, gado se expande sobre a floresta, sugerem dados.

Estudo publicado na última edição da revista “Environmental Research Letters” corrobora a ideia de que a expansão da soja na região amazônica - mais especificamente em Mato Grosso - é um fator causador de desmatamento, ainda que indireto. Os cientistas analisaram dados de desmatamento, área de plantio de grãos, e tamanho de rebanhos nos municípios dos nove estados da Amazônia Legal entre 2000 e 2006.
“A primeira causa de desflorestamento na Amazônia Legal foi predominantemente a expansão de pastagens, não da soja. No entanto, em Mato Grosso, houve um aumento da soja nas regiões antes utilizadas para pasto, que podem ter deslocado os rebanhos mais para o norte, nas áreas com floresta, causando desmatamento indireto ali", explica o estudo.
"Por isso, a soja pode ser ainda uma das maiores causas subjacentes do desflorestamento na região”, aponta a pesquisa de autoria de Elizabeth Barona, Navin Ramankutty, GlennHyman e Oliver Coomes, ligados à Universidade MCGill, no Canadá, e ao Centro Internacional de Agricultura Tropical de Cali, na Colômbia. O diferencial deste estudo em relação a outros que vinculam a expansão da soja ao desmatamento, argumentam os autores, é que foi feita uma análise das mudanças geográficas na criação de gado para, levando em conta que a floresta não é derrubada diretamente para dar alugar ao cultivo de grãos, mas sim primeiro à pastagens.
Pesquisas anteriores na mesma linha faziam uma comparação direta do uso feito das áreas logo depois de desmatadas, com base em imagens de satélite. A pesquisa publicada na “Environmental Research Letters” usa dados estatísticos municipais.
O artigo cita hipóteses levantadas na literatura científica que explicam como a soja “empurra” o desmatamento sobre a floresta. Uma delas é que o cultivo de grãos é uma atividade com peso político maior que a pecuária, o que proporciona o investimento em infra-estrutura. A pavimentação de estradas nas novas áreas de cultivo levaria a expansão da fronteira agrícola.Outro fator é a valorização da terra quando a pecuária é substituída pela soja. Ao venderem suas terras por preços até dez vezes maiores que pagaram, os pecuaristas se capitalizam e têm a possibilidade de comprar ainda mais novas terras dentro da floresta, que então desmatam para colocar seus rebanhos. Um mapa montado pelos pesquisadores mostra que em Mato Grosso há um movimento rumo ao norte da pecuária. Enquanto numa faixa central do estado foi detectada uma expansão das lavouras e redução dos pastos no período 2000-2006, mais ao norte há expansão dos rebanhos e do desmatamento.

Brasil é maior que currículos de Lula e FHC, diz Marina

Da Agência Estado

Marina criticou a tentativa de Lula de transformar em plebiscito o debate eleitoral. Ela criticou a saída de Ciro Gomes da corrida presidencial.

A presidenciável do PV, senadora Marina Silva (AC), voltou a defender nesta segunda-feira (3) políticas adotadas pelo PSDB e pelo PT à frente do Palácio do Planalto e reafirmou que os partidos deveriam encontrar um "ponto de contato". Em entrevista ao "Jornal da Gazeta", veiculado pela TV Gazeta, a pré-candidata se comprometeu a dar continuidade às conquistas dos governos anteriores e criticou a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de polarizar as eleições deste ano em uma disputa entre PT e PSDB.
"O Brasil é maior do que o currículo do Fernando Henrique Cardoso e do Lula. É muito mais do que um confronto entre passado e futuro", defendeu a presidenciável. "Temos de dar continuidade às coisas boas. Continuidade aos avanços sociais do governo Lula, como ele deu continuidade ao Plano Real, do presidente FHC", acrescentou.
Marina se considerou uma pré-candidata "madura" e salientou que é necessário "saber se colocar numa posição que não seja nem vaidosa nem rancorosa". "É importante preservar o que fez de bom os governos anteriores."
De acordo com a senadora, os eleitores saberão reconhecer os candidatos que têm novas propostas e não vão querer repetir "mais do mesmo". A pré-candidata do PV defendeu que se acabe com a "visão patrimonialista" no Brasil, combatendo a ideia de que quem fez um bom governo "vai transferir como sagrado os votos para outro candidato". "A história já mostrou que não é assim. As pessoas vão reconhecer quem quer agregar as conquistas, mas olhando para o futuro", ressaltou.
Marina criticou a tentativa do presidente Lula de transformar em plebiscito o debate eleitoral, o que, de acordo com ela, torna o processo eleitoral em "máquina que busca o poder pelo poder". Por conta da polarização da disputa entre PT e PSDB, segundo ela, as legendas buscam formar alianças com os partidos que ofereçam "cargos e tempo televisivo", sem levar em conta as propostas. "Defendo que os dois partidos tenham um ponto de contato", afirmou a senadora. "Essa polarização obrigou o PSDB a se unir ao DEM e o PT a fazer acordo com o PMDB", criticou.
Questionada, Marina criticou a saída do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) da corrida presidencial. De acordo com a senadora, foi feita uma "força-tarefa" para tirar o parlamentar da disputa, o que prejudicou a democracia e o leque de candidatos. "O partido dele, que deveria dar sustentação à sua candidatura, não teve capacidade de compreender que lealdade não significa aderir (a alianças) de qualquer forma", criticou. A presidenciável disse que ainda não conversou com Ciro depois do anúncio do PSB, mas que pretende fazê-lo em um futuro próximo.

Miscigenação pode influenciar atratividade

Portal UOL
Um estudo amplo feito por Michael Lewis da Universidade de Cardiff, Reino Unido, coletou dados de mais de 1,2 mil indivíduos de diversas origens étnicas. Essas pessoas – homens e mulheres – analisaram e hierarquizaram as fotos uns dos outros. O resultado foi que pessoas que pareciam ter maior nível de miscigenação racial – sem traços que definissem apenas uma origem – foram indicadas como as mais atraentes.

“Pesquisas anteriores, em menor escala, sugerem que as pessoas com traços de miscigenação são percebidas como mais atraentes. Entretanto, nosso estudo ampliou a gama de indivíduos entrevistados mas chegou a resultados similares”, diz Lewis. O estudo, comenta o pesquisador, vai além do que somente medir a atratividade das pessoas.
Os dados poderiam ajudar a validar um fenômeno biológico de base darwinista chamado heterose, que diz que descendentes de pais com heranças genéticas mais plurais são mais saudáveis e com melhor capacidade de adaptação.
Entendendo a heterose como um efeito biológico universal, seria possível, então, que esse fenômeno influenciasse a opinião das pessoas sobre o sexo oposto e explicasse por que as pessoas mais miscigenadas seriam mais atraentes, de uma forma geral.
Esse tipo de fenômeno também garantiria maior resistência contra doenças diversas, especialmente as de influência genética. As doenças monogênicas – que afetam um único gene – são exemplo disso: a Doença de Gaucher, comum entre os descendentes de judeus. Outras, como a anemia falciforme, afetam somente pessoas com ascendência africana. Além dessas há também doenças causadas por alterações polissômicas e cromossômicas.
“Os resultados parecem confirmar que pessoas com uma herança genética mais diversa são percebidas como mais atraentes do que aquelas com cargas genéticas menos variadas. Isso confirmaria uma tendência a heterose humana”, afirma Lewis. Mas isso, claro, é apenas um fator, dentre diversos, que levam ao complexo processo que são as relações humanas.

Revista MAD

Charge na Revista MAD


Alunos da USP promovem "beijaço" contra texto homofóbico

JULIANNA GRANJEIAcolaboração para a Folha
Um artigo publicado em um blog e divulgado pelo Twitter convida "todas as pessoas livres" para um "beijaço" em protesto ao texto publicado no informativo "O Parasita" --atribuído aos alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo)-- em frente ao prédio do curso, no Butantã (zona oeste de SP), no dia 20 de maio.
A edição do mês passado do periódico dizia "jogue merda em um viado que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010". O artigo "Beijos para despertar a farmácia uspiana" diz que "é intolerável que tal comportamento declaradamente homofóbico e mais ainda -, violento e ameaçador, seja tolerado e encontre eco".
Nesta terça-feira, o grupo Prisma do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP promove um "pré-beijaço" no gramado da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, a partir das 18h. O DCE publicou, em seu site uma moção de repúdio contra as declarações homofóbicas do informativo.
Sobre o "pré-beijaço", um outro blog diz que o objetivo da manifestação é "chamar atenção e combater a homofobia que diversos alunos de Farmácia vem sofrendo, tanto nas publicações quanto nas festas".
O aluno Augusto Patrini, mestrando em História Social na USP, afirma que ficou surpreso com o caso e, com ajuda de amigos que não são estudantes, está organizando o protesto do dia 20. "O prédio de farmácia é ao lado do da Faculdade de Ciência Humanas, onde eu estudo. E no meu prédio não temos problemas com isso. Achei que dentro da USP não acontecia esse tipo de coisa", disse Patrini.

Desastre do Golfo do México


Folha de São Paulo

Stephen Hawking diz acreditar em possibilidade de viagem para o futuro


Do jornal o Estado de São Paulo
Com base nas teorias da relatividade de Einstein, nave espacial superveloz poderia realizar o feito

LONDRES - O cientista britânico Stephen Hawking enxerga a possibilidade de que o ser humano terá a capacidade de construir uma nave espacial tão veloz que permitirá viajar no tempo e avançar várias gerações no futuro.
O professor expõe esta teoria no documentário "O Universo de Stephen Hawking", do canal Discovery Channel, informou neste domingo, 2, o jornal The Sunday Telegraph.
Segundo Hawking, viajar para o futuro seria possível com base nas teorias da relatividade de Albert Einstein, segundo as quais o ritmo do tempo dos objetos se desacelera à medida que eles próprios são acelerados no espaço. Para automóveis e aviões, este efeito é imperceptível, mas a nave espacial idealizada por Hawking estaria totalmente exposta ao fenômeno devido a sua grande velocidade.
De acordo com o antecipado pelo jornal, Hawking explica no programa que essa nave poderia chegar, em teoria, a uma velocidade de um bilhão de quilômetros por hora. Por isso, deveria ser construída em uma escala gigantesca simplesmente para poder transportar todo o combustível necessário.
"(A nave) levaria seis anos em potência máxima para alcançar essa velocidade. Depois dos dois primeiros anos, alcançaria a metade da velocidade da luz e estaria bastante longe do sistema solar. Após outros dois anos, chegaria a 90% da velocidade da luz", afirma Hawking na série.
Dois anos após funcionar em potência máxima, a nave alcançaria sua velocidade mais alta, 98% da velocidade da luz, "e cada dia na nave seria um ano na Terra", sustenta o cientista. "A essas velocidades, uma viagem ao final da galáxia levaria 80 anos para quem estivesse a bordo", acrescenta, segundo o jornal.
No entanto, o cientista, que reconhece ter perdido sua anterior "cautela" no momento de comentar temas considerados 'heresias' na comunidade científica, disse não acreditar na possibilidade de viajar ao passado, nem por meio de "buracos" ou "atalhos" entre diferentes partes do universo.
A teoria indica que estes buracos ou atalhos existem, mas apenas em escala quântica - são menores que um átomo. Por isso, o desafio inicialmente seria aumentá-los para escala humana. Hawking despreza a teoria de viajar ao passado porque criaria um paradoxo científico.
"Este tipo de máquina do tempo violaria a lei fundamental de que a causa deve existir antes do efeito. Eu acho que as coisas não podem tornar-se impossíveis para si mesmas. Por isso, não será possível viajar ao passado", argumenta o cientista.

Sobre contatos extraterrestre

O físico e matemático Stephen Hawking afirmou que é "perfeitamente racional" aceitar a existência de vida inteligente fora da Terra, mas disse que a humanidade não deveria buscar contato com outras civilizações.
"Para meu cérebro matemático, os números só fazem pensar em extraterrestres de modo perfeitamente racional", disse ele em uma entrevista para um programa especial do canal Discovery.
A despeito disso, "se os extraterrestres nos visitarem, os resultados seriam como quando Colombo chegou à América, o que não acabou bem para os nativos", disse ele, referindo-se às várias tentativas realizadas de se estabelecer comunicação com inteligências no espaço.
Já foram enviados sinais de rádio ao espaço na esperança de se obter uma resposta, e sondas espaciais já foram equipadas com informações sobre a Terra e saudações da humanidade.
"Só temos que observar a nós mesmos para ver como a vida inteligente poderia desenvolver-se em algo que não gostaríamos de encontrar", disse o pesquisador de 67 anos.

National Gallery abre mostra de fotos do poeta Allen Ginsberg

Autoretrato do poeta Allen Ginsberg, o retratista da 'Geração Beatinik' - Foto: EFE

WASHINGTON - A National Gallery abre a primeira retrospectiva das fotografias do poeta Allen Ginsberg, que ao comprar para si uma câmara de US$ 13 se transformou no fotógrafo inesperado de alguns jovens que dariam nome à "Geração Beatnik".
Até o dia 6 do setembro, a galeria de Washington mostra esta crônica íntima e testemunhal da vida de escritores como Jack Kerouac, Neal Cassady e William Borroughs, de suas aventuras sexuais e viagens exóticas que costumavam acompanhar com a experimentação de LSD e todo tipo de drogas.
As 80 fotografias captam "momentos sagrados", como Ginsberg dizia, desde o grito de uma juventude dourada - como a expressão de Kerouac imitando uma expressão de Dostoievski - a uma velhice atormentada, no último dia que o escritor de "On The Road" visitou o apartamento do poeta antes de morrer.
Ginsberg foi o maior promotor daquele grupo de artistas boêmios que se acolheu nas ideias de seu provocador "Uivo", o poema síntese de sua crítica a uma cultura carcomida e que levou seu editor à Justiça por causa da "obscenidade" da obra.
Mas ao mesmo tempo em que seus ideias inspiravam uma geração que corrompeu a moral puritana e conformista da década de 50 dos Estados Unidos, Ginsberg se transformou, sem pretendê-lo, em seu melhor retratista.
Entre 1953 e 1963, fotografou seus amigos nos terraços de Manhattan ou em seus passeios pelas ruas de Nova York, se agarrou a sua solidão e a sua intimidade como a que encontrava na cama de seu amante Borroughs.
Suas fotos também falam de si mesmo. Revelam sua atração por um enfeitado Kerouac fumando sozinho na escada de incêndio de sua casa, ou pelo humor e pelo ridículo de Borroughs dando um sermão em Kerouac sobre porque ele devia deixar de morar com a mãe.
"Ele queria preservar certos momentos na eternidade, a mesma razão pela qual todos nós tiramos fotografias, porque queremos lembrar essa gente, esse tempo, esse lugar", explicou à Agência EFE a comissária da exposição Sarah Greenough.
Mas quando em 1983 Ginsberg se reencontrou com aquelas imagens esquecidas em um arquivo da Universidade de Colúmbia (Nova York), viu algo mais.
Naquela época, o escritor já tinha alcançado a fama como o poeta que revolucionou a literatura americana com uma renovação estilística carregada de notas expressivas, simples, visuais, diretas, ao ritmo "beat" da improvisação do jazz.
Era um ativista controvertido, defensor dos direitos de homossexuais. Um pacifista, que tinha se reunido com o líder sandinista Daniel Ortega e que tinha saído expulso de Cuba por dizer que o general Raul Castro era "gay".
Esse Ginsberg voltou à fotografia e se deu conta que com a passagem do tempo suas fotos tinham ganhado significado, que aquele meio do qual tinha se esquecido capturou "a sombra do momento", a percepção sagrada do presente, sua máxima aspiração.
Uma nova câmara, uma 3C Leica, foi desde então sua fiel amiga e a carregava sempre para "escrever" pensamentos de poemas.
Com os conselhos de fotógrafos amigos como Frank Robert ou Berenice Abbott, se dedicou ao que ele chamou "instantâneas celestiais" e às quais acrescentou comentários e relatos que colocavam em contextos aqueles
testemunhos visuais de uma época.
"Ensinou a si mesmo a ver o mundo com muito cuidado e com muita precisão. Assim como sua poesia influenciada por Kerouac (sua fotografia) realizava a criação espontânea, a fé em que o que acontece no momento tem sua importância e significado", explica a comissária.
A partir de então, suas fotografias amadureceram com ele. Um olhar mais reflexivo se concentrou em amigos, como o cantor Bob Dylan e o pintor Francisco Clemente, e em si mesmo.
Os últimos autoretratos confrontam com sua velhice. Aparece desnudo e enrugado em frente a um espelho, ou vestido com gravata, cachecol e chapéu em seu 70º aniversário. Um ano depois, em 1997, diria adeus a sua época e a sua geração.

Brasil tem problemas de liberdade de imprensa

Wilson Tosta / RIO - O Estado de S.Paulo
Análise apresentada pela entidade Repórteres Sem Fronteiras destaca que País sofre com decisões judiciais que limita trabalho da mídia
Em um mapa da entidade Repórteres Sem Fronteiras sobre a situação da liberdade de imprensa no mundo em 2010, dividindo 175 países em um espectro de cores que vai do branco (boa) ao preto (muito grave), o Brasil aparece coberto de laranja claro (com problemas sensíveis).
O desenho foi exibido ontem pelo presidente emérito do Grupo RBS, Jayme Sirotsky, no seminário Liberdade de Expressão, e mostra que, se o País não chega ao laranja escuro (difícil) de Venezuela e Equador e está muito distante do preto da Arábia Saudita, está longe da liberdade clara de Canadá, Austrália, Bélgica, países escandinavos e outros.
Entre os motivos, decisões judiciais vetando reportagens - como a que há 277 dias impôs ao Estado censura em relação à Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. "Aqui são praticadas algumas formas veladas de censura e outras explícitas, com base em interpretações equivocadas da lei", disse Sirotsky, em sua palestra, intitulada O cerceamento às liberdades de expressão - visão histórica da evolução dos abusos pelo mundo, no evento promovido pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) e entidades do setor, no Dia da Liberdade de Imprensa.
"São decisões judiciais sob o argumento de que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, de proteção da intimidade. O ministro (do Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello diz claramente que a nova forma de censura prévia é a tutela antecipada (contra reportagens) que alguns juízes estão concedendo." Sirotsky destacou a "inexplicável e longa" censura enfrentada pelo Estado, lembrou que a liberdade de imprensa é respaldada em tratados internacionais e na Constituição e classificou a situação brasileira como de "liberdade relativa".
Ele também criticou propostas de "controle social" da mídia, levantadas por representantes de partidos de esquerda e movimentos sociais, denunciando-as como tentativas de controlar a imprensa pelo Estado. "Ora! Controle social da mídia... São 8.621 emissoras de rádio, 497 estações de televisão, 3.079 jornais que circulam e informam no nosso País", disse. "A sociedade tem cada vez mais poder de fiscalizar e de usar as novas tecnologias para exigir qualidade, isenção e para produzir seus conteúdos."
Mesmo no campo da segurança física para jornalistas, a situação do Brasil não é a ideal. Até 2009, frisou Sirotsky, o País era um dos 14 piores locais para a imprensa trabalhar sob esse ponto de vista, de acordo com a organização Comitê para a Proteção de Jornalistas. Em 2010, o Brasil saiu da relação, devido a condenações de criminosos que mataram profissionais da área.
O problema é mais grave em outros países da América Latina. "Honduras chegou a ser considerado o país mais perigoso do continente para jornalistas, com seis profissionais assassinados somente em 2010", declarou Sirotsky.
Denúncias. Representantes de órgãos de comunicação da Venezuela, da Argentina e do Equador denunciaram no seminário iniciativas dos governos de seus países para limitar cada vez mais a autonomia de jornalistas e empresas jornalísticas.
Um dos exemplos foi o do presidente do canal venezuelano Globovisión, Guillermo Zuloaga, preso ao voltar ao país após participar de reunião da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP) em Aruba, no Caribe, acusado de ter "vilipendiado" no encontro o governo do presidente Hugo Chávez.
Embora já libertado, o diretor da TV não pôde participar do evento de ontem, por estar impedido de sair da Venezuela, e foi representado pelo filho, Carlos Zuloaga. Venezuela, Argentina, Bolívia, Honduras e México são citados negativamente no relatório de 2010 da World Association of Newspapers and News Publishers (WAN).
Mediador de um debate que reuniu Zuloaga, Hernán Verdaguer, do grupo argentino Clarín, e Emílio Palacios, do jornal equatoriano El Universo, sobre O cerceamento às liberdades de expressão na América Latina, o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, citou estudo do analista Andrés Cañizalez, que apontou um padrão comum de perseguição a órgãos de comunicação na América Latina. Segundo Cañizalez, esse padrão é formado por quatro fatores: valorização direta da comunicação do Poder Executivo com o povo; fortalecimento dos veículos estatais; formação e sistematização de novos marcos regulatórios para a comunicação; e o discurso agressivo dos governantes em relação à mídia.
"Eu chamaria a atenção para um aspecto adicional: o risco de, num país emergente como o Brasil, passarmos a confundir o conceito de progresso com apenas o progresso econômico", declarou Gandour. "Há o risco de a sociedade brasileira se deixar anestesiar pelo progresso econômico e deixar de zelar por todos os demais valores que devem sustentar a democracia. O convívio com o contraditório, a fluidez de ideias de várias formas, várias origens, têm que ser preservados." Segundo ele, o Brasil vive situação de plena de liberdade de imprensa, embora com problemas sensíveis e ameaças periódicas.
O ministro Carlos Ayres Britto, homenageado por ter relatado no STF a ação que resultou no fim da Lei de Imprensa imposta pela ditadura, atribuiu as decisões de primeira instância vetando reportagens a uma certa "perplexidade" de juízes com mudanças recentes.
"Estamos passando de uma cultura restritiva da liberdade de imprensa para uma cultura de plenitude da liberdade de imprensa. Então há um certo negaceio, uma certa perplexidade. É como está no livro de Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser. De repente, o que pesa sobre os nossos ombros não são as dificuldades de vida, e sim as facilidades da vida. Estamos hoje em pleno gozo da liberdade de imprensa e paradoxalmente nos sentimos mal", afirmou.
Além da Emerj, promoveram o encontro a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). a Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER) e o Forum Permanente do Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário.

MEC abre inscrição para financiamento estudantil; Enem passa a ser obrigatório

Paulo Saldana, ESPECIAL PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo
O Ministério da Educação (MEC) abriu ontem as inscrições aos estudantes interessados no financiamento estudantil do governo federal, o Fies. A partir deste ano, o sistema estará disponível ao longo de todo o ano - e não só no início - e a solicitação deverá ser feita pela internet. Outra novidade é que os interessados no Fies terão de participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A medida é válida para quem ingressar na faculdade a partir de 2011.
No primeiro dia de inscrições, 6 mil estudantes solicitaram o Fies. As novas regras, publicadas ontem no Diário Oficial da União, fazem parte de uma série de alterações do financiamento estudantil realizada pelo MEC. O interessado terá a partir de agora um prazo maior para quitar o financiamento - três vezes o tempo de duração do curso. Além disso, as prestações serão fixas. Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Fernando Haddad, também anunciou que pretende estender o Fies para cursos de nível técnico.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, considerou as alterações positivas. "É importante aliar um financiamento estudantil a uma prova como a do Enem, para que o benefício não seja apenas uma questão mercadológica", afirmou ele. "Esperamos, entretanto, que a medida não burocratize o acesso ao benefício."
Neste ano, o MEC já havia promovido outras mudanças no Fies, como a queda na taxa de juros, que passou a 3,4%. Além disso, médicos ou professores formados poderão pagar o financiamento com trabalho em escolas públicas ou no Programa Saúde da Família (PSF). Dois tipos de fiadores serão aceitos. A fiança tradicional, com até dois fiadores, e a fiança solidária, que pode ter de três a cinco alunos assumindo os valores do grupo.
Enade. Além do Fies, o MEC ainda anunciou, por meio do Diário Oficial, a nova data do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A prova será aplicada no dia 21 de novembro, às 13 horas (horário de Brasília). Inicialmente, o Enade estava marcado para 7 de novembro, mas a data coincidiria com o Enem, previsto para os dias 6 e 7 do mesmo mês.
Cerca de 450 mil estudantes do final do primeiro e do último ano do ensino superior deverão fazer a prova. Apesar de os exames não serem realizados pelos mesmos alunos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) preferiu não realizá-los no mesmo dia para facilitar a organização.
Farão o exame estudantes de 14 cursos de bacharelado e de 5 de tecnologia. O Enade faz parte do sistema de avaliação da qualidade das instituições de ensino superior do MEC.
CALENDÁRIO
EnemA prova deve ser realizada nos dias 6 e 7 de novembro. Apesar de ainda não ser oficial, o MEC já trabalha com a data.
Enade
O ministério remarcou a prova para o dia 21 de novembro. A alteração foi feita para não coincidir com as provas do Enem.
Fies
A solicitação para o financiamento está disponível, desde ontem, pelo site sisfiesportal.mec.gov.br. Inscrições ficarão abertas ao longo do ano.