Esta é a verdadeira foto da passeata nos anos 60 no RJ.
domingo, 25 de abril de 2010
ABC terá ação nesta segunda sobre prevenção da hipertensão
Eu sou 12 por 8 foi o slogan idealizado pelo Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia para alertar a população da necessidade em manter a pressão arterial controlada. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 milhões de brasileiros têm hipertensão e outros 12 milhões têm a doença, mas sequer sabem. Diversas cidades onde há regionais da entidade estão empenhadas em conscientizar os cidadãos. Nas cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano haverá aferição de pressão e distribuirão de material informativo em locais como UBS, centros comerciais e clínica médica nesta segunda-feira (26/04).Vale lembrar que o combate sistemático ao tabagismo reduziu, nos últimos anos, de 21% para 13% o número de fumantes no País. Além disso, permitiu uma significativa queda de 20% na mortalidade por doenças cardiovasculares. O site www.eusou12por8.com.br e os folhetos que serão distribuídos no Dia Nacional de Prevenção e Controle da Hipertensão trazem um gráfico simples de fácil identificação sobre os níveis da pressão arterial (verde até 12X8; amarelo 13X8; vermelho mais de 14X9), além de artigos médicos em linguagem simples, depoimentos de artistas-embaixadores e uma tabela com o consumo diário de alimentos, incluindo os industrializados, e os respectivos gramas de sal consumidos.Os quatro principais fatores para prevenir e controlar a hipertensão são: controlar o peso, reduzir o consumo de sal, fazer atividades físicas cinco vezes por semana e não abandonar o tratamento para quem tem indicação de remédios. A campanha Eu sou 12 por 8 também tem o apoio da SBC-Funcor, das Sociedades Brasileiras de Hipertensão e Nefrologia, do Ministério da Saúde, da ANVISA, do SESI, da Federação Nacional de Assistência ao Hipertenso e da Associação Paulista de Assistência ao Hipertenso.
Site de Dilma se desculpa mas não convence
De Ricardo Boechat, na IstoÉ:
A página de abertura do site oficial de Dilma Rousseff (www.dilmanaweb.com.br) destaca três fotos alinhadas ao lado do título Minha Vida. Na da esquerda, ela surge sorridente, ainda menina; na da direita, vê-se sua imagem atual. Já na do meio, claro, os leitores concluirão que é novamente a pré-candidata quem aparece, num protesto estudantil dos anos 60. Mas testemunhas da manifestação garantem de pés juntos: a moça na imagem é a atriz Norma Bengell.
A foto original mostra Norma e outras atrizes - Tônia Carrero, Eva Vilma, Odete Lara e Ruth Escobar. Ela foi recortada para mostrar apenas o rosto de Norma. Por que?
Palavra do Blog: É muito, mas muito difícil um editor enganar-se assim, e o revisor enganar-se também, ainda mais quando as personagens são tão conhecidas. Certamente houve má fé.
Muricy Ramalho é o novo treinador do Flu
Globo Esporte - Portral G1
Clube oficializa acerto com o técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo.
Ficha técnica:
Nome: Muricy Ramalho Data/Nasc.: 30/11/1955 Local: São Paulo/SP
Clubes:
1993: Puebla - México
1994-1996: São Paulo FC-SP
1997: Guarani-SP
1998: Shangaï Shenhua - China
1999: Ituano-SP
1999: Botafogo-SP
2000: Santa Cruz-PE
2001-2002: Nautico-PE
2002: Figueirense-SP
2002-2003: Internacional-RS
2004: São Caetano-SP
2005: Internacional-RS
2006 - 2009: São Paulo FC-SP
2009 - 2010 - Sociedade Esportiva Palmeiras- SP
Títulos:
Copa Conmebol: 1994, 2000
Copa Chinesa: 1998
Campeonato Pernambucano: 2001, 2002
Campeonato Gaúcho: 2003, 2005
Campeonato Paulista: 2004
Campeonato Brasileiro : 2006
Campeonato Brasileiro: 2007
Campeonato Brasileiro: 2008
Prêmios individuais:
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2005
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2006
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2007
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2008
Palavra do Blog: Depois de ver este currículo, nós aqui, angustiados em não saber se DUNGA vai levar Ganso e Neymar para a Copa. Que coisa hein!
Clube oficializa acerto com o técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo.
Ficha técnica:
Nome: Muricy Ramalho Data/Nasc.: 30/11/1955 Local: São Paulo/SP
Clubes:
1993: Puebla - México
1994-1996: São Paulo FC-SP
1997: Guarani-SP
1998: Shangaï Shenhua - China
1999: Ituano-SP
1999: Botafogo-SP
2000: Santa Cruz-PE
2001-2002: Nautico-PE
2002: Figueirense-SP
2002-2003: Internacional-RS
2004: São Caetano-SP
2005: Internacional-RS
2006 - 2009: São Paulo FC-SP
2009 - 2010 - Sociedade Esportiva Palmeiras- SP
Títulos:
Copa Conmebol: 1994, 2000
Copa Chinesa: 1998
Campeonato Pernambucano: 2001, 2002
Campeonato Gaúcho: 2003, 2005
Campeonato Paulista: 2004
Campeonato Brasileiro : 2006
Campeonato Brasileiro: 2007
Campeonato Brasileiro: 2008
Prêmios individuais:
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2005
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2006
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2007
Melhor treinador do Campeonato Brasileiro: 2008
Palavra do Blog: Depois de ver este currículo, nós aqui, angustiados em não saber se DUNGA vai levar Ganso e Neymar para a Copa. Que coisa hein!
Lutadores de sumô participam de prova com bebês chorões em festival no Japão
Marina critica Brasil e sua "amizade" com Irã e Cuba
"O Brasil é a única democracia ocidental que tem dado audiência para o Ahmadinejad. A própria China não tem dado, nem a Rússia"
"O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas."
"Se de fato somos amigos, temos de fazer ver que a revolução se completa com a democracia", afirmou. "Se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos."
Palavra do Blog: Se o PT tivesse aprendido com a cara e a alma de Marina, seria mais brasileiro, seria mais Silva.
"O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas."
"Se de fato somos amigos, temos de fazer ver que a revolução se completa com a democracia", afirmou. "Se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos."
Palavra do Blog: Se o PT tivesse aprendido com a cara e a alma de Marina, seria mais brasileiro, seria mais Silva.
União na publicidade
Por Lauro Jardim - Revbista Veja
Aliança - Olivetto e a logomarca da nova agência: Deve ser anunciado já no início da semana o casamento de Washington Olivetto com a McCann Erickson, depois de um namoro de nove meses que vai resultar na WMcCann.
Aliança - Olivetto e a logomarca da nova agência: Deve ser anunciado já no início da semana o casamento de Washington Olivetto com a McCann Erickson, depois de um namoro de nove meses que vai resultar na WMcCann.
Editorial do Estadão: O VALOR DA UNE
Depois de ter sido aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o projeto que autoriza a União a doar até R$ 30 milhões para a construção da nova sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) agora só depende da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ser convertido em lei. O movimento estudantil está pedindo que o texto seja posto em votação em maio ou, no máximo, em junho, uma vez que a legislação proíbe esse tipo de repasse nos cinco meses que antecedem as eleições.
A UNE tem fortes ligações com o governo do PT e sente-se à vontade para pedir urgência. Desde a ascensão de Lula ao poder, a UNE tornou-se uma entidade chapa-branca, que apoia todas as iniciativas administrativas e políticas do Palácio do Planalto.
Em troca, indicou antigos dirigentes estudantis para cargos de segundo escalão, principalmente no Ministério do Esporte, e passou a receber recursos para divulgar programas dos Ministérios da Educação, da Saúde, da Cultura e da Igualdade Racial, promover “caravanas da cidadania” em universidades federais, realizar jogos estudantis e organizar ciclos de debates.
Os repasses de recursos públicos quase quadruplicaram nos dois mandatos do presidente Lula. Em 2004, a UNE recebeu R$ 599 mil. No ano passado, as transferências chegaram a R$ 2,95 milhões. Entre 2004 e 2009 a UNE recebeu quase R$ 10 milhões da administração direta e de empresas estatais, como a Petrobrás, a Eletrobrás, a Caixa Econômica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
E, há dois anos, o presidente Lula prometeu financiar a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro, que foi metralhada, depredada e incendiada no primeiro dia do golpe militar de 64. Os escombros ficaram sob responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, quando líderes estudantis começaram a se mobilizar para retomá-lo, o que ainda restava foi demolido em 1980, no governo João Figueiredo.
Como a UNE não é uma entidade pública, o governo não poderia transferir dinheiro dos contribuintes para custear as obras. Para contornar as proibições legais, Lula recorreu ao expediente da “indenização”. Primeiro, reconheceu a responsabilidade da União na destruição do prédio da entidade, que ficava na Praia do Flamengo.
E, sob a alegação de que quem é omisso, negligente ou conivente tem de ressarcir os prejuízos causados, assinou o projeto que autoriza a União a transferir para a UNE uma “reparação” no montante equivalente a seis vezes o valor do terreno, pelo valor de mercado. A pedido do governo, a área foi avaliada há cerca de dois anos pela Caixa Econômica Federal, em R$ 5 milhões.
Para se autossustentar, caso venha a perder no próximo governo as boquinhas que conquistou nos dois mandatos do presidente Lula, a UNE pretende erguer, além de um centro cultural, uma biblioteca, um auditório e um museu, um restaurante, dois teatros e um prédio de 13 andares - com espaços com entradas independentes que poderão ser alugados para empresas privadas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
O repasse a título de “reparação”, os convênios com vários órgãos da administração federal e a concessão de benesses, como o monopólio na expedição de carteiras estudantis, mostram como o governo Lula cooptou movimentos sociais, patrocinou ONGs vinculadas ao PT e financiou entidades pseudofilantrópicas mantidas por centrais sindicais. Em troca de dinheiro público, essas entidades perdem sua representatividade.
É por isso que a UNE não exerce hoje o importante papel político que exerceu no passado, quando formou atuantes líderes que atualmente estão no proscênio da vida pública.
Dirigida nas duas últimas décadas por estudantes profissionais vinculados ao PT e ao PC do B e moralmente desfigurada por negociar apoio político ao governo em troca de regalias e privilégios, a União Nacional dos Estudantes carece de autoridade e de credibilidade. Seus “posicionamentos” não valem mais do que um bilhete usado de metrô.
A UNE tem fortes ligações com o governo do PT e sente-se à vontade para pedir urgência. Desde a ascensão de Lula ao poder, a UNE tornou-se uma entidade chapa-branca, que apoia todas as iniciativas administrativas e políticas do Palácio do Planalto.
Em troca, indicou antigos dirigentes estudantis para cargos de segundo escalão, principalmente no Ministério do Esporte, e passou a receber recursos para divulgar programas dos Ministérios da Educação, da Saúde, da Cultura e da Igualdade Racial, promover “caravanas da cidadania” em universidades federais, realizar jogos estudantis e organizar ciclos de debates.
Os repasses de recursos públicos quase quadruplicaram nos dois mandatos do presidente Lula. Em 2004, a UNE recebeu R$ 599 mil. No ano passado, as transferências chegaram a R$ 2,95 milhões. Entre 2004 e 2009 a UNE recebeu quase R$ 10 milhões da administração direta e de empresas estatais, como a Petrobrás, a Eletrobrás, a Caixa Econômica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
E, há dois anos, o presidente Lula prometeu financiar a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro, que foi metralhada, depredada e incendiada no primeiro dia do golpe militar de 64. Os escombros ficaram sob responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, quando líderes estudantis começaram a se mobilizar para retomá-lo, o que ainda restava foi demolido em 1980, no governo João Figueiredo.
Como a UNE não é uma entidade pública, o governo não poderia transferir dinheiro dos contribuintes para custear as obras. Para contornar as proibições legais, Lula recorreu ao expediente da “indenização”. Primeiro, reconheceu a responsabilidade da União na destruição do prédio da entidade, que ficava na Praia do Flamengo.
E, sob a alegação de que quem é omisso, negligente ou conivente tem de ressarcir os prejuízos causados, assinou o projeto que autoriza a União a transferir para a UNE uma “reparação” no montante equivalente a seis vezes o valor do terreno, pelo valor de mercado. A pedido do governo, a área foi avaliada há cerca de dois anos pela Caixa Econômica Federal, em R$ 5 milhões.
Para se autossustentar, caso venha a perder no próximo governo as boquinhas que conquistou nos dois mandatos do presidente Lula, a UNE pretende erguer, além de um centro cultural, uma biblioteca, um auditório e um museu, um restaurante, dois teatros e um prédio de 13 andares - com espaços com entradas independentes que poderão ser alugados para empresas privadas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
O repasse a título de “reparação”, os convênios com vários órgãos da administração federal e a concessão de benesses, como o monopólio na expedição de carteiras estudantis, mostram como o governo Lula cooptou movimentos sociais, patrocinou ONGs vinculadas ao PT e financiou entidades pseudofilantrópicas mantidas por centrais sindicais. Em troca de dinheiro público, essas entidades perdem sua representatividade.
É por isso que a UNE não exerce hoje o importante papel político que exerceu no passado, quando formou atuantes líderes que atualmente estão no proscênio da vida pública.
Dirigida nas duas últimas décadas por estudantes profissionais vinculados ao PT e ao PC do B e moralmente desfigurada por negociar apoio político ao governo em troca de regalias e privilégios, a União Nacional dos Estudantes carece de autoridade e de credibilidade. Seus “posicionamentos” não valem mais do que um bilhete usado de metrô.
Palavra do Blog: Destaquei o último prágrafo do editorial por não concordar plenamente com a posição. A UNE foi partidarizada, o que é um erro, mas continua valendo, pelo menos uma viagem de ida e volta sim.
Mercadante e Maluf - a ética revogável
Por Julia Duailibi, Malu Delgado e Roberto Almeida, no Estadão - Pelo blog de Reinaldo Azevedo.
O PT definiu ontem em seu Congresso a política de alianças em São Paulo, deixando aberta a porta para se unir a inimigos históricos: o representante do empresariado Paulo Skaf (PSB), presidente da Fiesp, o ex-tucano Gabriel Chalita (PSB) e o ex-prefeito Paulo Maluf (PP).
Palavra do Blog: PT e Maluf. Qualquer pessoa em sã consciência deveria se sentir traída, enganada, usada e futuramente explorada. A história de PT e Maluf são como água e óleo, Palmeiras e Corinthians, ditadura e democracia. A aliança entrega o caráter, e a opção pela busca, seja que modo for, pelo poder. Os dois nunca mais.
O PT definiu ontem em seu Congresso a política de alianças em São Paulo, deixando aberta a porta para se unir a inimigos históricos: o representante do empresariado Paulo Skaf (PSB), presidente da Fiesp, o ex-tucano Gabriel Chalita (PSB) e o ex-prefeito Paulo Maluf (PP).
Palavra do Blog: PT e Maluf. Qualquer pessoa em sã consciência deveria se sentir traída, enganada, usada e futuramente explorada. A história de PT e Maluf são como água e óleo, Palmeiras e Corinthians, ditadura e democracia. A aliança entrega o caráter, e a opção pela busca, seja que modo for, pelo poder. Os dois nunca mais.
Política brasileira, popularidade e educação
Por Lucas de Abreu Maia, no Estadão
George Lakoff é um renomado neurolinguista da Universidade da Califórnia, Berkeley. Mas foi seu ativismo político que o levou a dar palestras nos quatro cantos dos Estados Unidos - dos auditórios de universidades a comícios eleitorais. Lakoff é um apoiador ferrenho do Partido Democrata e dedica grande parte de sua vida acadêmica - e de seus nove livros - a entender a divisão entre progressistas e conservadores no seu país. O resultado desse trabalho foi uma teoria cognitiva da política. Para ele, o conceito tradicional de razão não consegue explicar o modo como eleitores escolhem seus candidatos. Emoções, subjetividades e metáforas seriam mecanismos inerentes ao nosso cérebro e, portanto, inevitáveis.
Em entrevista ao Estado, Lakoff tenta remeter esses conceitos à política brasileira. Ele afirma que mesmo um presidente com 80% de aprovação pode ser derrotado pela oposição, desde que os adversários saibam se comunicar com o eleitor. Segundo ele, para vencer uma eleição é necessário “capacidade de falar e ser entendido por todos, transmitir sensação de confiança e ter uma imagem com a qual o eleitor possa se identificar”. Por fim, Lakoff defende um “novo iluminismo”, que abandone a noção de uma razão absoluta e lógica e que incorpore as descobertas científicas acerca da mente humana.
No livro The Political Mind (A Mente Política, em tradução livre), o senhor afirma que progressistas e conservadores têm formas de pensar distintas e inconciliáveis. Progressistas veriam o governo como um “pai cuidadoso” - que protege e oferece possibilidades aos cidadãos -, enquanto conservadores encarariam o Estado como um “pai austero” - a quem cabe ensinar uma rígida disciplina. Até que ponto essa metáfora pode ser exportada para outras partes do mundo?Muita gente tem as duas formas no cérebro simultaneamente e variam seu uso. O cérebro tem determinados circuitos, chamados “inibição mútua”, em que a ativação de uma forma de pensamento inibe a outra. Por isso, as pessoas podem ser conservadoras em alguns aspectos e liberais em outros, desde que em questões políticas diferentes. Fizemos estudo empírico com um grupo, durante eleição na Califórnia, e vimos que isso ocorre com 18% dos eleitores. Temos descoberto que o mesmo ocorre na Espanha, apesar de o país ter muitos partidos. Eleitores fazem diferentes combinações das formas de pensar progressista e conservadora - eles aplicam uma combinação se são social-democratas, outra se são democratas cristãos e assim por diante. Isso também vale para a Alemanha. Ou seja: essas formas de pensar se aplicam à Europa - certamente se aplicam à Espanha e à Itália -, mesmo em sistemas multipartidários.
Só há essas duas formas de pensar politicamente? Elas são universais?
Não. Um dos meus alunos fez um estudo na China e descobriu que há uma outra forma de pensar, que reflete a estrutura familiar chinesa. Não sabemos quão difundidas são as formas de pensar conservadora e progressista, mas essa estrutura funciona na Europa e em países com influência cultural europeia.(…)
O sr. afirma que é mais fácil mudar a forma como o eleitor pensa após um trauma. Mas o Brasil vive situação oposta: o presidente atual tem cerca de 80% de aprovação. É possível, numa situação como essa, convencer o eleitor a votar na oposição?
Não conheço o suficiente da política brasileira, mas posso especular. Se existirem, no Brasil, eleitores que chamo de “biconceituais” - ou seja, que variam entre dois sistemas de pensamento - e se a oposição tiver uma comunicação excelente (e souber como explorá-la), então é possível mudar a situação independentemente da popularidade do governo. Por exemplo, depois da saída de Bill Clinton, os Estados Unidos estavam numa ótima posição econômica, mas George Bush conseguiu comunicar-se muito bem, enquanto Al Gore era péssimo.(…)
Em um país com sério déficit educacional, como o Brasil, o eleitor fica suscetível à manipulação?Não tem nada a ver. Pessoas com alto grau de educação ainda são manipuladas. Nas eleições, as questões mais importantes têm a ver com valores morais e com o modo como são comunicados. Têm a ver com a capacidade de se conectar com as pessoas, ou seja, falar e ser entendido por todos; com transmitir uma sensação de confiança; e com ter uma imagem com a qual o eleitor possa se identificar. Chamo isso de autenticidade. Se você parecer autêntico, se compartilhar os valores da população, se o eleitor puder se identificar e confiar em você, então votarão em você. Não depende de educação.
George Lakoff é um renomado neurolinguista da Universidade da Califórnia, Berkeley. Mas foi seu ativismo político que o levou a dar palestras nos quatro cantos dos Estados Unidos - dos auditórios de universidades a comícios eleitorais. Lakoff é um apoiador ferrenho do Partido Democrata e dedica grande parte de sua vida acadêmica - e de seus nove livros - a entender a divisão entre progressistas e conservadores no seu país. O resultado desse trabalho foi uma teoria cognitiva da política. Para ele, o conceito tradicional de razão não consegue explicar o modo como eleitores escolhem seus candidatos. Emoções, subjetividades e metáforas seriam mecanismos inerentes ao nosso cérebro e, portanto, inevitáveis.
Em entrevista ao Estado, Lakoff tenta remeter esses conceitos à política brasileira. Ele afirma que mesmo um presidente com 80% de aprovação pode ser derrotado pela oposição, desde que os adversários saibam se comunicar com o eleitor. Segundo ele, para vencer uma eleição é necessário “capacidade de falar e ser entendido por todos, transmitir sensação de confiança e ter uma imagem com a qual o eleitor possa se identificar”. Por fim, Lakoff defende um “novo iluminismo”, que abandone a noção de uma razão absoluta e lógica e que incorpore as descobertas científicas acerca da mente humana.
No livro The Political Mind (A Mente Política, em tradução livre), o senhor afirma que progressistas e conservadores têm formas de pensar distintas e inconciliáveis. Progressistas veriam o governo como um “pai cuidadoso” - que protege e oferece possibilidades aos cidadãos -, enquanto conservadores encarariam o Estado como um “pai austero” - a quem cabe ensinar uma rígida disciplina. Até que ponto essa metáfora pode ser exportada para outras partes do mundo?Muita gente tem as duas formas no cérebro simultaneamente e variam seu uso. O cérebro tem determinados circuitos, chamados “inibição mútua”, em que a ativação de uma forma de pensamento inibe a outra. Por isso, as pessoas podem ser conservadoras em alguns aspectos e liberais em outros, desde que em questões políticas diferentes. Fizemos estudo empírico com um grupo, durante eleição na Califórnia, e vimos que isso ocorre com 18% dos eleitores. Temos descoberto que o mesmo ocorre na Espanha, apesar de o país ter muitos partidos. Eleitores fazem diferentes combinações das formas de pensar progressista e conservadora - eles aplicam uma combinação se são social-democratas, outra se são democratas cristãos e assim por diante. Isso também vale para a Alemanha. Ou seja: essas formas de pensar se aplicam à Europa - certamente se aplicam à Espanha e à Itália -, mesmo em sistemas multipartidários.
Só há essas duas formas de pensar politicamente? Elas são universais?
Não. Um dos meus alunos fez um estudo na China e descobriu que há uma outra forma de pensar, que reflete a estrutura familiar chinesa. Não sabemos quão difundidas são as formas de pensar conservadora e progressista, mas essa estrutura funciona na Europa e em países com influência cultural europeia.(…)
O sr. afirma que é mais fácil mudar a forma como o eleitor pensa após um trauma. Mas o Brasil vive situação oposta: o presidente atual tem cerca de 80% de aprovação. É possível, numa situação como essa, convencer o eleitor a votar na oposição?
Não conheço o suficiente da política brasileira, mas posso especular. Se existirem, no Brasil, eleitores que chamo de “biconceituais” - ou seja, que variam entre dois sistemas de pensamento - e se a oposição tiver uma comunicação excelente (e souber como explorá-la), então é possível mudar a situação independentemente da popularidade do governo. Por exemplo, depois da saída de Bill Clinton, os Estados Unidos estavam numa ótima posição econômica, mas George Bush conseguiu comunicar-se muito bem, enquanto Al Gore era péssimo.(…)
Em um país com sério déficit educacional, como o Brasil, o eleitor fica suscetível à manipulação?Não tem nada a ver. Pessoas com alto grau de educação ainda são manipuladas. Nas eleições, as questões mais importantes têm a ver com valores morais e com o modo como são comunicados. Têm a ver com a capacidade de se conectar com as pessoas, ou seja, falar e ser entendido por todos; com transmitir uma sensação de confiança; e com ter uma imagem com a qual o eleitor possa se identificar. Chamo isso de autenticidade. Se você parecer autêntico, se compartilhar os valores da população, se o eleitor puder se identificar e confiar em você, então votarão em você. Não depende de educação.
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