terça-feira, 25 de maio de 2010

Alérgicos têm menos chance de ter câncer

Revista Veja
Para os que sofrem com a alergia, uma boa notícia: cientistas de diversas universidades americanas sugerem que os alérgicos têm menos chance de desenvolver câncer. De acordo com a pesquisa, as reações adversas estimulam o sistema imunológico, ajudando a evitar diversos tipo de tumor.
Segundo a Universidade Texas Tech, os asmáticos têm 30% menos chance de ter câncer de ovário. Já um estudo coordenado pela Universidade Cornell aponta que as crianças com alergia a substâncias transportadas pelo vento, como a poeira, são 40% menos propensas a desenvolver leucemia.
Os cientistas comemoram os resultados, mas afirmam que mais estudos são necessários. "É difícil provar a ligação (entre alergia e câncer) e vi muita gente cética quanto a isso, mas o conceito existe e as pesquisas nos ajudam", afirma Ronald Crystal da Universidade Cornell. "As alergias geralmente ativam o nosso sistema imunológico", acrescenta.
Benefícios - Os médicos da Cornell destacam ainda que as alergias podem reduzir o risco de uma criança ter câncer de garganta, pele, pulmão e intestino. Na Universidade do Minnesota, pesquisadores apontam que as alergias podem diminuir os riscos de linfoma não-Hodgkin e câncer de estômago e cientistas de Harvard observaram uma "intensa relação" entre o câncer no cérebro e a asma, a eczema, a febre de feno e outras alergias. Um estudo canadense ainda sugere que os alérgicos têm 58% menos probabilidade de desenvolver câncer de pâncreas.

Emissões globais de CO2 vão subir 43% até 2035, diz EUA

Revista Veja
As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) resultantes da queima de carvão, petróleo e gás natural devem subir 43% até 2035, disse o principal órgão dos EUA que faz previsões sobre consumo de energia, a não ser que sejam selados acordos globais para reduzir a emissão dos gases responsáveis pelo aquecimento do planeta.
As emissões globais de CO2 de fontes combustíveis fósseis devem subir de 29,7 bilhões de toneladas em 2007 para 42,4 bilhões de toneladas em 2035, disse a Administração de Informações sobre Energia (EIA, na sigla em inglês) em seu relatório anual sobre as perspectivas energéticas de longo prazo.
Boa parte desse aumento vai ocorrer em países em processo acelerado de desenvolvimento, como China e Índia, onde se prevê que a demanda por eletricidade suba vertiginosamente. "Com crescimento econômico forte e forte dependência contínua de combustíveis fósseis previstos para a maioria dás economias não integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), dentro das políticas vigentes, boa parte do aumento projetado das emissões de dióxido de carbono ocorre entre esses países em desenvolvimento", diz o relatório da EIA.
Carvão - Na ausência de políticas nacionais para emissões e de acordos internacionais com força de lei para combater as mudanças climáticas, o consumo global de carvão está previsto para subir de 132 quatrilhões de unidades térmicas britânicas (BTUs) em 2007 para 206 quatrilhões de BTUs em 2035, disse a EIA.
Os países ricos e os países em desenvolvimento vêm encontrando dificuldade em acordar um pacto que reduza as emissões de gases estufa o suficiente para prevenir as estiagens, ondas de calor e enchentes previstas para ocorrer em função do aquecimento global.
A lei ambiental americana, que se encontra paralisada e que, se for aprovada, poderá ajudar a unir os países, enfrenta futuro incerto, já que tem a oposição de parlamentares de Estados produtores de carvão e petróleo. O país é o segundo maior emissor de gases-estufa no mundo, atrás apenas da China.

Reino Unido terá 1º comercial de clínicas de aborto na TV; veja vídeo

Folha Online
Uma organização que reúne clínicas onde são feitos abortos e que dá aconselhamento sobre o tema vai veicular um comercial nesta segunda-feira pela primeira vez na televisão britânica.
Assista ao vídeo da BBC
A campanha da Mary Stopes International, que lida com gestações indesejadas e abortos, tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a saúde sexual, segundo a organização.
O comercial de 30 segundos será mostrado na emissora Channel 4 às 22h10 do horário local (18h10 na hora de Brasília) e será repetido na programação até o fim de junho.
Ativistas antiaborto dizem que o comercial representa uma banalização da vida humana e que podem entrar na justiça contra sua transmissão.
"Apoio e conselhos"
No seu website britânico, a Marie Stopes diz ter nove clínicas de aborto em toda o Reino Unido.
O comercial não menciona a palavra aborto, mas pergunta "você está atrasada? (no seu ciclo menstrual)" e aconselha quem está enfrentando uma gravidez indesejada a procurar a linha de atendimento 24 horas da organização.
A Marie Stopes, que não tem fins lucrativos, diz que quem telefonar receberá "apoio, conselhos e serviços sem julgamento".
Em um comunicado, a organização diz que "no passado não estava claro se serviços de aconselhamento para gestações não planejadas podiam colocar anúncios na TV (...) Após uma consulta, nós descobrimos que é permitido sob a atual orientação porque nós somos uma organização beneficente e não comercial".
O órgão que controla a publicidade no Reino Unido, a Advertising Standards Agency (ASA), disse que faz muito tempo que organizações não-comerciais que fornecem serviços pós-concepção vêm sendo autorizadas a fazer comerciais.
Um porta-voz do órgão disse que "qualquer comercial que é veiculado precisa obedecer todas as regras relevantes do Código de Publicidade, que tem o objetivo de garantir que os anúncios não são enganosos e são socialmente responsáveis".
"Se os telespectadores tiverem preocupações sobre o conteúdo ou o horário de transmissão do anúncio, a ASA poderá considerar reclamações depois que o comercial for ao ar."
Números
Os últimos dados oficiais, de 2008, dizem que houve 195.300 abortos na Inglaterra e no País de Gales e 13.817 na Escócia.
A Marie Stopes diz que cerca de 80% dos abortos que fez em 2009 foram realizados graças ao sistema público de saúde, que pagou pelos procedimentos.
"Apenas no ano passado nós recebemos 350 mil ligações para nossa linha 24 horas. Claramente há centenas de milhares de mulheres que querem e precisam de informação e conselhos sobre saúde sexual e acesso a serviços", disse a presidente da organização, Dana Hovig.
"Nós esperamos que a nova campanha 'Você está atrasada?' incentive as pessoas a falarem sobre suas escolhas, incluindo o aborto, de forma mais aberta e honesta, e que dê poder para que as mulheres tomem decisões confiantes e informadas sobre sua saúde sexual", disse.
Legalidade
A porta-voz da organização antiaborto Life, Michaela Aston, disse que "permitir que provedores de aborto anunciem na TV, como se não fossem diferentes de fábricas de carro ou detergente, é grotesco".
"Sugerir que o aborto é mais uma decisão de consumo banaliza a vida humana e completamente fere o espírito da Lei do Aborto, de 1967, que deveria permitir um número pequeno de abortos legais em um número limitado de casos sérios, mas que vem sendo distorcida para permitir abortos em massa."
A Sociedade de Proteção de Crianças Não-Nascidas disse que está buscando aconselhamento sobre a legalidade do comercial.
O porta-voz da organização Anthony Ozimic disse que a "o enorme lucro multinacional da Marie Stopes significa que pode pagar para anunciar na TV, o que é muito caro".
"Isso cria um campo injusto, já que grupos pró-vida simplesmente não podem pagar por tais comerciais."
"Anúncios de aborto irão banalizar o aborto. É um insulto às centenas de mulheres feridas pelo aborto todos os dias. Esses anúncios são ofensivos e irão iludir os telespectadores sobre a realidade do aborto", disse Ozimic.

Economia em crise foi responsável por 44% de queda brusca no desmate

Folha Online
Punição a desmatadores ou desaquecimento da economia? Um estudo publicado hoje conclui que metade do mérito pela queda do desmatamento na Amazônia em meados desta década não é do aumento da fiscalização, mas sim da baixa no mercado de commodities.
Com uma série de comparações estatísticas, cientistas do Brasil e dos EUA calcularam que 44% da redução do desmate observada de 2004 a 2006 foi reflexo da economia fraca. O resto seria mérito de políticas governamentais.A criação de novas áreas protegidas fez 37% do serviço, e os 18% finais foram atingidos por meio de fiscalização e policiamento para coibir desmatamento ilegal _as chamadas políticas de "comando e controle".
Nesse período, o desmate anual caiu de 27 mil km² para 14 mil km². Embora a crise tenha sido o principal fator individual por trás da queda, a nova pesquisa comprova que o governo pode ter papel bem importante.
O novo estudo, liderado por Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais, traz outra boa notícia: os produtores que deixaram de desmatar em uma determinada área não migraram até outras regiões para cortar mais árvores.
VAZAMENTO TAPADO
Esse fenômeno, conhecido por economistas como "vazamento", comprometeria uma série de esforços para ajudar a combater a emissão de gases do efeito estufa. Mas não é o que está acontecendo, segundo o estudo de Soares-Filho e colegas, a ser publicado pela revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Muitos ambientalistas esperam que negociações internacionais aprovem a adoção de sistemas de negociação do tipo Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). Esse mecanismo prevê que países em desenvolvimento recebam compensação financeira por evitar o desmate, mas para isso é preciso "tapar o vazamento".
Segundo Soares-Filho, seu trabalho mostra que o objetivo foi cumprido. "A queda [do desmate] fora das áreas protegidas, foi proporcionalmente até maior do que a redução dentro dessas áreas", disse à Folha. "Isso implica que não houve vazamento."
Segundo o ecólogo Paulo Moutinho, coautor do trabalho, parte do segredo desse sucesso foi a criação de unidades de conservação próximas ao chamado arco do desmatamento _região no sul de Mato Grosso e oeste do Pará que marca a fronteira entre a floresta e as fazendas que avançam sobre ela.
"Não dá para o produtor rural deslocar o desmatamento de uma área de fronteira para uma área remota", diz. "O custo cresce muito."
LUCRO À FRENTE
Paulo Artaxo, físico atmosférico da USP que não participou do trabalho, diz ter ficado surpreso com o impacto das áreas protegidas. "Elas teriam o potencial de reduzir cerca de 8 bilhões de toneladas de carbono até 2050", diz. Seria equivalente aos EUA ficarem um ano inteiro sem queimar nem uma gota de combustível sequer.
Para Soares-Filho, a própria perspectiva do Redd já ajudou a controlar o desmate nos últimos anos: "Muitos fazendeiros têm expectativa de poder ter alguma remuneração pela conservação de suas florestas, e isso fez com que eles pensassem duas vezes antes de desmatar".
Segundo Moutinho, se o custo de implementação de todas as unidades de conservação for igual ao lucro ao qual a agropecuária renuncia por deixar de desmatar nelas, seu valor seria de US$ 147 bilhões. Não é muito, se dividirmos o valor entre os mais de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. "Poderíamos vender isso no mercado em créditos [de carbono] por um valor muito maior", diz.

Do Blog: um ótimo exemplo para se ter a noção de como devemos ler vários veículos de informação. Se víssemos a informação da queda do desmatamento em um único jornal, pensaríamos que o governo está fazendo a sua parte, quando a verdade é outra.

Nível do mar na costa brasileira sobe 4 milímetros por ano

Revista GEO - Agência USP
Medições ao longo da costa brasileira indicam elevação do nível do mar que se acentua desde a década de 1960
Segundo dados coletados em portos ao longo da costa brasileira, o nível do mar está aumentando no Brasil cerca de 40 centímetros (cm) por século, ou 4 milímetros (mm) por ano (mm/ano). A constatação é do Laboratório de Marés e Processos Temporais Oceânicos (Maptolab) do Instituto Oceanográfico (IO) da USP que investiga as variações no nível do mar no litoral brasileiro, a partir de séries de medições que começaram em 1980. As análises dos dados são feitas por médias de variações diárias, médias sazonais e médias anuais do nível do mar, que permitem estimar a variação local de longo prazo.
O professor Afranio Rubens de Mesquita, pesquisador do Maptolab, explica que as medições de nível do mar dependem de um conjunto de variáveis tais como: a variação do volume de água doce presente no mar decorrente do degelo; a variação da salinidade da água; a variação de temperatura decorrente do aquecimento global; a variação vertical da crosta em relação ao centro da Terra; a variação devido aos ventos e outros fenômenos atmosféricos; a variação oceanográfica decorrente das ondas e correntes oceânicas; a variação astronômica, devido ao Sol e a Lua (marés) e o posicionamento das órbitas dos planetas (causador das Glaciações) em relação à Terra, entre outras variáveis.
As medições do nível do mar da Costa Brasileira são feitas em estações permanentes distribuídas ao longo da costa por diferentes instituições: Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), Diretoria e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o IO, que realiza, além das medições permanentes nas estações de Cananéia e de Ubatuba, no litoral Sul do Estado de São Paulo, medições de caráter não permanente em oceano profundo, ao longo da plataforma continental.
As medições feitas pela equipe do professor Mesquita na região de Cananéia, e publicadas em 2009, mostram um movimento de afundamento vertical da crosta na ordem de 0,11 cm por ano. Isso faz com que o nível do mar suba em relação à crosta a 0,38 cm por ano. "A variação de 0,38 cm por ano é preocupante e ameaça as praias, talvez, de toda a costa brasileira", explica o pesquisador.
Outras séries de medições de nível do mar ao longo do litoral brasileiro indicam a mesma tendência de elevação de uma média de 40 cm por século, ou 4 mm por ano, que é mais evidente a partir dos anos 1960

Ilusão de optica - Vejam