quarta-feira, 14 de julho de 2010

Após 119 anos, Jornal do Brasil põe fim à sua edição impressa

Estadão
O Jornal do Brasil deixará de circular em formato impresso, pondo fim a uma tradição iniciada em 1891. A partir de 1º de setembro, haverá apenas a versão online.
Um anúncio publicado nas páginas A8 e A9 nesta quarta-feira, 14, procura passar a ideia de que a decisão não é resultado de uma crise na empresa: “O Jornal do Brasil, coerente com sua tradição de pioneirismo e modernidade, se coloca mais uma vez à frente do seu tempo. A partir de 1º de setembro de 2010, passa a ser o primeiro jornal 100% digital” (grifo deles).
Com a mudança, o preço da assinatura cairá de R$ 49,90 para R$ 9,90 por mês. Segundo o comunicado, os leitores foram consultados e aprovaram a mudança.
No dia 30 de junho, o jornal publicara um anúncio convidando leitores a responder uma pesquisa na internet sobre a migração do formato impresso para o digital.
A Folha de S.Paulo afirma em reportagem que a mudança vai provocar corte de pessoal. A empresa tem hoje 180 funcionários, sendo 60 na Redação.
O site Comunique-se publicou uma nota enviada pelo presidente do jornal, Pedro Grossi Jr., aos editores e diretores do periódico, anunciando o seu desligamento da função: “Considerando que isto [a decisão de acabar com a edição impressa] contraria a razão pela qual fui contratado, solicito, sem perda de meus direitos, que do expediente do jornal e de todas as revistas não conste mais meu nome“.
O Estado de S. Paulo havia noticiado, em 1º de julho, que o JB poderia deixar de circular no formato impresso, “na tentativa de encontrar uma solução para os problemas financeiros”. O passivo acumulado do JB chega a R$ 800 milhões, a maior parte em dívidas trabalhistas e fiscais.
Segundo o Estadão, o “colapso financeiro” ocorreu no final da década de 1990; em 2001, os acionistas do JB arrendaram a marca por 60 anos à Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), que é controlada pela Docasnet, empresa de Tanure. A CBM também havia arrendado a marca Gazeta Mercantil, que deixou de circular em 2009.

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