terça-feira, 20 de abril de 2010

Livro de Lewis Carroll foi um dos grandes precursores do modernismo


O filme de Tim Burton é o melhor convite dos últimos tempos para que novos leitores fiquem “mais e mais curiosos” (parafraseando o que diz Alice depois de comer o bolo que a faz crescer) e descubram um dos grandes clássicos da literatura – que na verdade são dois. O reverendo inglês Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), o homem por trás do pseudônimo Lewis Carroll, publicou-os com sucesso imediato em 1865 e 1871, respectivamente: “Alice’s adventures in Wonderland”, mais conhecido como “Alice in Wonderland” ou “Alice no país das maravilhas”, e sua continuação “Through the looking glass”, ou “Através do espelho”.

O favor que Burton faz a Carroll não se deve à fidelidade ao texto, que o diretor admite não ter buscado. Para começar, sua Alice, de 19 anos, é bem mais velha que a criança original – o que é confortável em nossos tempos de vigilância contra a pedofilia, suspeita da qual Dodgson, que gostava de desenhar e fotografar meninas em poses sensuais, nunca se livrou, embora as evidências apontem para paixões platônicas. A organização em episódios dos livros também foi trocada por uma trama mais amarrada.
Mesmo assim, com sua atração pelo bizarro, Burton pode ter restituído a Alice o humor perturbador e às vezes sombrio que muitas décadas de leituras bem-comportadas e infantilizantes – sobretudo a do longa-metragem de animação da Disney, de 1951 – procuraram atenuar.
No primeiro livro, as aventuras da protagonista num mundo onírico, cheio de humor nonsense e personagens dúbios ou francamente hostis, começam quando ela entra numa toca de coelho. No segundo, Alice atravessa um espelho. Há no filme de Burton, embaralhados, elementos das duas histórias. A missão que devolverá Alice a seu mundo – matar o monstruoso Jabberwocky – é inspirada no poema de mesmo nome que ela encontra no segundo volume, dentro de um livro que, escrito ao contrário, precisa ser lido diante do espelho.
Inspiradas nas histórias orais que Dodgson improvisava para uma amiguinha real, Alice Liddell, de 10 anos, as aventuras de Alice são uma das obras capitais da literatura infantil, com tradução para 125 línguas. Mas são mais do que isso: a fúria com que seu autor, matemático de prestígio, empacotou ali paradoxos, charadas, jogos de palavras e neologismos garantiu-lhes um prestígio talvez até maior com os leitores adultos. James Joyce e Jorge Luis Borges estão entre os grandes escritores influenciados por Carroll, que, sob muitos aspectos, foi o maior precursor do modernismo a escrever no século 19.
Veja infográfico na cinegrafia de Alice
http://images.ig.com.br/infografico/alicemaravilhas/index.html

20/04 - 09:01 - Sérgio Rodrigues, colunista do iG

Morre Dorothy Height, a "avó do movimento feminista" nos EUA

Washington, 20 abr (EFE) - Portal Google

Dorothy Height, ativista de direitos humanos nos Estados Unidos e presidente emérita do Conselho Nacional de Mulheres Negras, morreu nesta madrugada aos 98 anos de idade. Height militou junto com Martin Luther King (1929-1968) e esteve ao lado do líder quando, em 1963, ele pronunciou seu discurso "Tenho um sonho".Conhecida como "a avó do movimento feminista", Height militou da Presidência de Franklin D. Roosevelt (1933-1945) à de Barack Obama, indicou o Conselho Nacional de Mulheres Negras (NCRW, na sigla em inglês).Em 1994 o presidente Bill Clinton (1993-2001) honrou a ativista com a Medalla Presidencial da Liberdade e o Congresso a condecorou com a Medalha de Ouro em 2004.Apesar da idade avançada, Height esteve entre os dirigentes negros americanos que se reuniram com Obama recentemente na Casa Branca para discutir assuntos políticos e sociais.A ativista, que presidiu o NCRW entre 1957 e 1988 e depois foi designada presidente emérita, também foi uma figura chave na criação da Associação Cristã de Mulheres Jovens em 1930.Nascida em Richmond, no estado da Virgínia, e criada em Rankin, na Pensilvânia, ela começou sua militância em 1933 quando assumiu a liderança do Movimento de Jovens Cristãos Unidos. Ela trabalhou para acabar com para os linchamentos de negros e a segregação racial nas Forças Armadas.Entre as experiências de discriminação que Height relatou em suas memórias estão a rejeição de sua matrícula no College Barnard, de Nova York."Embora eu tenha sido aceita eles não podiam me matricular", escreveu em seu livro "Open Wide the Freedom Gates". "Levou um tempo até me dar conta de que sua decisão era um assunto racial: Barnard tinha uma cota de dois estudantes negros por ano, e outros dois já tinham ocupado esses postos", acrescentou.

Desequilíbrio político

O Acre, um estado de apenas 300 000 eleitores tem o direito de eleger três senadores. Desproporcional a São Paulo e outros estados.

A saber: Collor, Sarney, Itamar, FHC, FHC, Lula e Lula nada fizeram para resolver esta disparidade. E pelo discurso, Dilma, Serra, Ciro, Marina ou Plinio também não tocam no assunto. Ou seja, continuaremos a ser um país de políticos oportunistas, coniventes e omissos.

Quanto menos PT, melhor para Dilma

Coluna de Lauro Jardim - Revista Veja

De um marqueteiro simpático ao PT comentando um obstáculo na candidatura de Dilma Rousseff:
- Tem que tirar a Dilma da órbita do PT. Ela está parecendo radical demais. Em 2002, O Duda Mendonça já fez com sucesso esse movimento com o Lula.

Palavra do Blog: mesmo tentando disfarçar uma distãncia entre Dilma e o PT, para parecer que a candidata não é radical, a personalidade, o despreparo e o desespero desmontarão a farsa.

Missão dos EUA a asteroide é mais arriscada do que ir à Lua

Portal Terra - The New York Times

Uma viagem a um asteroide pode fornecer treinamento vital para uma missão futura a Marte. A missão ajudaria a desvendar segredos sobre como nosso sistema solar se formou. E também poderia dar à humanidade o know-how para salvar a Terra de uma colisão com um asteroide mortal.
"Vamos começar enviando astronautas a um asteroide pela primeira vez na história."
A Nasa acompanha quase sete mil objetos próximos à Terra com diâmetro maior do que alguns metros. Desses, 1.111 são "asteroides potencialmente perigosos". Objetos maiores do que 1 km são grandes aniquiladores e atingem a Terra a cada algumas centenas de milhares de anos. Os cientistas acreditam que um asteroide com cerca de 9,5 km de diâmetro levou os dinossauros à extinção 65 milhões de anos atrás.
Especialistas não têm em mente nenhum asteroide em particular para a viagem ao espaço profundo, mas existem algumas dúzias de candidatos, a maioria dos quais localizados até oito milhões de quilômetros da Terra. Isso é o equivalente a 20 vezes a distância da lua, que em média se localiza a cerca de 384 mil quilômetros da Terra.
A maioria dos asteroides candidatos tem menos de 400 metros de diâmetro. A lua tem cerca de 3.476 km de diâmetro. A viagem a um asteroide poderia fornecer pistas sobre a formação do sistema solar, porque os asteroides são essencialmente fósseis de 4,6 bilhões de anos, quando os planetas começaram a se formar, disse Don Yeomans, gestor do programa de Objetos Próximos à Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
E uma missão a um asteroide poderia ser um treinamento em solo para Marte, dada a distância e o ambiente desconhecido. "Se os humanos não conseguirem chegar a objetos próximos à Terra, eles não conseguirão chegar à Marte", disse o professor de astronáutica do MIT, Ed Crawley. Além disso, os asteroides contêm substâncias como hidrogênio, carbono, ferro e platina, que podem ser usadas por astronautas para produzir combustível e equipamentos - habilidades que também seriam necessárias numa visita a Marte.
Enquanto a Apolo 11 levou oito dias para chegar à lua e voltar à Terra em 1969, uma viagem de ida e volta típica a um asteroide próximo à Terra duraria cerca de 200 dias, Crawley disse. Isso exigiria uma nova propulsão e tecnologia de suporte de vida. E também seria mais arriscado. Abortar a missão numa emergência também deixaria as pessoas presas no espaço por várias semanas.
A agência espacial talvez precise desenvolver habitações especiais, escudos contra radiação ou outras novas tecnologias para permitir que os astronautas vivam no espaço profundo por tanto tempo, disse Bobby Braun, chefe de tecnologia da Nasa.
Embora um asteroide esteja mais distante que a lua, a viagem usaria menos combustível e seria mais barata porque o asteroide não tem gravidade. O foguete que levar os astronautas de volta para casa não teria que gastar combustível para escapar da força gravitacional do asteroide.
Por outro lado, por causa dessa falta de gravidade, a nave espacial não aterrissaria com segurança no asteroide, pois ricochetearia na superfície. Assim, seria necessário pairar próximo ao asteroide, e os astronautas teriam que se lançar ao espaço em direção à superfície, disse Yeomans.
Ao chegar lá, eles precisariam de uma combinação de mochilas propulsoras, estacas ou redes que lhes permitissem caminhar sem oscilar na superfície do asteroide ou flutuar para longe, ele disse. "É preciso algo para segurar você em solo", Yeomans explica. "Você se lançaria ao espaço cada vez que desse um passo."
Apenas o fato de estar lá poderia ser extremamente desorientador, disse o cientista planetário Tom Jones, copresidente da força-tarefa da Nasa para proteção da Terra de objetos perigosos. A rocha seria tão pequena que o sol daria voltas pelo céu e o horizonte teria apenas alguns metros de extensão. A oito milhões de quilômetros de distância, a Terra se pareceria com um mero projétil no céu. "Estar num asteroide é estar um ambiente estranho e desconhecido", Jones disse.
Mas Jones, ex-astronauta, disse que isso não impediria os astronautas de competir para fazer parte da missão: "Temos muitas pessoas entusiasmadas em relação à exploração de um mundo antigo e desconhecido."
Tradução: Amy Traduções

Pesquisa diz que 20% dos livros didáticos vão ser digitais em 2014 nos EUA

Folha de São Paulo, da Reportagem Local

Livros didáticos digitais correspondem a 0,5% das vendas do segmento nos Estados Unidos atualmente.
Mas, de acordo com uma projeção divulgada nesta segunda-feira (19), o número deve aumentar: a empresa Xplana aponta que um em cada cinco livros didáticos serão digitais em cinco anos.
Isso vai se tornar um mercado de US$ 1 bilhão, segundo o blog do jornal "The New York Times". O rápido crescimento vai ser capitaneado por uma série de fatores, de acordo com Rob Reynolds, um dos coautores do trabalho e diretor de pesquisa e design de produto da Xplana.
Isso inclui a proliferação de tablets e e-readers como o iPad ou o Kindle, a disponibilidade e o preço do conteúdo e o aumento do interesse no aprendizado digital.
O estudo indica ainda que as vendas de livros didáticos digitais vão aumentar 100% a cada ano desde 2010, e vão continuar crescendo rapidamente nos anos seguintes.

Agência chama criança de Pateta para vender viagem

Folha de São Paulo - TALITA BEDINELLIda Reportagem Local

Renata, 11, combinava com uma amiga viajar em julho para a Disney. Questionada pela mãe, que não sabia de excursão nenhuma, a menina pegou uma pasta com preços do pacote tu­rístico e uma foto em que, ao la­do da colega e de um boneco do personagem Mickey Mouse, segurava a placa com os dize­res: "Se eu não for para a Disney vou ser um Pateta".
A pasta foi entregue na escola onde a menina estuda, o Liceu Di Thiene, em São Caetano(Grande São Paulo), no começo do mês passado. Era uma pro­moção da agência de viagens "Trip&Fun", que organiza via­gens de crianças e adolescentes também para Cancún, Barilo­che e Costa do Sauipe.
Com a publicidade que já le­vou o personagem da Disney para dentro de mais de dez es­colas, e tira fotos com as crian­ças segurando plaquinhas co­mo a do Pateta, a agência levaráem julho cerca de mil criançaspara o parque em Orlando. Os pacotes custam a partir de R$5.216, para 13 dias em quarto quádruplo (o mais barato).
"Quer dizer que você é uma pateta porque você não vai?",perguntou à filha Renata a pe­dagoga Roberta, 40.
A menina diz que ficou triste. "Queria muito ir. Quase todomundo da sala vai", conta. Para a mãe, que fala em processar a agência, o sentimento predo­minante foi a vergonha em re­lação aos colegas. "Ela ficou cla­ramente constrangida."
A agência e a escola afirmam que não pretendiam constran­ger ninguém e que a placa do Pateta era apenas uma brinca­deira.
O promotor da área do con­sumidor João Lopes Guima­rães Júnior diz que o caso ilus­tra bem os abusos na publicida­de infantil. "De uma turma de cem crianças, 80 vão viajar. As que não vão, porque os pais nãoquerem ou não têm dinheiro,serão chamadas de Pateta. Já temos problemas sério de bull­ying nas escolas. Essa empresa está criando uma situação pro­pícia para isso. Como se pode falar em preservação da ima­gem da criança com esse tipo de publicidade?", diz.
Publicidade infantil
Para o promotor, a ação da agência de turismo fere os arti­gos 15 e 17 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prezam pelo "respeito à digni­dade e a inviolabilidade da inte­gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente".
O Instituto Alana, ONG que trabalha para regulamentar a publicidade infantil, critica as ações em escolas. "Muitas ve­zes, acontece e o pai nem sabe. É absurdo isso ser feito dentro das escolas", diz Laís Fontene­ lle Pereira, coordenadora de educação da ONG.
O Conar (conselho de autor­ regulamentação publicitária) já baniu propagandas por consi­derá-las desrespeitosas, como uma do ovo de Páscoa Traki­nas, de abril de 2008, que dizia: "Quem não dá ovo é um mané".

Supermercado premia clientes sustentáveis com 'flor de papel'

Alice Lobo, do blog Verdinho Básico

Clientes dos supermercados Pão de Açúcar ganharam mais um incentivo para adotarem atitudes sustentáveis. Quem for cadastrado no programa de relacionamento Mais e usar “ecobags” recebe um cartão avisando que receberão cinco (5) pontos a mais em suas compras.
Neste cartão, também vem informado o número de sacolas que ele deixou de utilizar e uma flor de papel reciclado que pode ser plantada, pois contém sementes de cravo-francês. Uma semana após plantada, o "cartão" começa a brotar. Desde o inicio da campanha foram economizadas 3,5 milhões de sacolas.
“São milhões de sacolas plásticas que deixaram de ser descartadas no meio ambiente e, com a mala direta conscientizando o cliente da importância dessa ação, devemos aumentar ainda mais este número” diz Débora Franchim, coordenadora do Mais.

Os abusos de poder de Lula

Jornal O Estado de S.Paulo

Existe relação entre a posição do governo quanto aos perseguidos políticos de Cuba, os desrespeitos do presidente à legislação na campanha eleitoral e a irresponsabilidade com que ele e outras autoridades públicas reagiram às catástrofes e mais de 250 mortes no Rio de Janeiro e em Niterói?
Nas últimas duas décadas o Brasil reconquistou o regime democrático. Não está em questão se a democracia existe, mas a sua qualidade. Os escândalos de corrupção, as tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e o discutível desempenho do Congresso Nacional mostram que a consolidação da democracia não depende apenas de votar e escolher governos.
A democracia é mais do que isso. Ela se baseia na soberania popular para ser efetiva e depende de que as instituições que previnem o abuso de poder e asseguram o equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário funcionem a contento, sem sofrer ameaças veladas ou não de governantes ou de seus competidores. Não basta ter uma Constituição para garantir o império da lei, a vigência de direitos individuais e sociais e a obrigação dos governantes de prestar contas de suas ações e se responsabilizarem por elas.
O papel dos líderes que se dizem democratas é essencial, pois eles não são apenas mandatários de cargos administrativos, têm de dar o exemplo de correção e probidade no trato dos interesses públicos e, diante das incertezas próprias da democracia, têm o dever de orientar e educar os cidadãos para respeitarem a lei e as decisões coletivas, conviver com o pluralismo político e aceitar que, além da maioria, as minorias também têm direitos - princípios que distinguem o regime democrático de suas alternativas.
Atualmente, essas qualidades de liderança estão em falta no Brasil. A despeito de seus méritos, como manter a estabilidade econômica e ampliar as políticas sociais de seu antecessor, Lula virou as costas para valores democráticos fundamentais, revelando ao final de dois mandatos outros aspectos de sua personalidade política. Supõe às vezes estar acima da lei, burla o princípio de igualdade política e mistifica a crença dos eleitores de baixa renda, condenados a baixos níveis de educação, por isso mesmo menos críticos diante de quem usa o prestígio da Presidência para fazer crer que é o único autor dos avanços recentes do País.
No caso de Cuba, em vez de reconhecerem a opressão aos perseguidos políticos do regime e a ofensa a direitos assegurados pela Carta da ONU, Lula e os seus se solidarizaram com os dirigentes cubanos que arbitram autoritariamente sobre a vida dos perseguidos do regime, debochando do sentido político da greve de fome como forma de protesto. Lula desqualificou a sua própria experiência na luta contra o regime militar e igualou essa luta à ação de criminosos comuns; ofendeu milhares de perseguidos e torturados no mundo inteiro e gente de seu governo que sofreu perseguição no passado. O silêncio ou a abstenção do governo brasileiro em votações na ONU destinadas a condenar o desrespeito aos direitos humanos na Coreia do Norte, no Irã, no Sudão, no Congo e no Sri Lanka, ou a tolerância à destruição da democracia na Venezuela de Chávez, iluminam outros lados do quadro.
Nesses casos, Lula deixou de lado a posição majoritária dos brasileiros a favor da democracia verificada em pesquisas de opinião. Na campanha por sua candidata à Presidência, em flagrante desrespeito às leis eleitorais, tem se utilizado dos benefícios do cargo há mais de dois anos para fraudar o princípio de igualdade política. Multado pela Justiça Eleitoral, desqualificou as penalidades, convidou o público a debochar das regras e deu a entender que, diferente dos outros cidadãos, despreza as exigências da legislação. A repercussão negativa o levou a pedir cuidado aos ministros, conclamando-os a serem republicanos. Mas o embuste é flagrante - senão a ignorância de Lula quanto ao significado do conceito de res-pública -,pois antes e depois da advertência não se controlou em eventos e inaugurações oficiais, publicizando a sua candidata.
A indiferença de Lula diante dos mecanismos de controle dos Poderes republicanos é evidente. Seu governo desconhece o conceito de accountability, como ficou evidente no caso do mensalão e dos desmandos de José Sarney. Mais dramática ainda foi sua atitude diante das catástrofes no Rio de Janeiro e em Niterói. Primeiro, apelou aos céus diante das chuvas; depois, anunciou a liberação de R$ 200 milhões para ações de emergência e, finalmente, quando veio a público o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrando que o Ministério da Integração Nacional liberou, em dois anos, mais de 64% de recursos para emergências à Bahia do ex-ministro Geddel Vieira Lima, e menos de 1% para o Rio de Janeiro, Lula chamou o relatório de "leviano".
Não é a primeira vez que ele desqualifica as decisões do TCU. Em mais de uma ocasião, quando gastos indevidos foram identificados pelo tribunal, o presidente se comportou como se não tivesse obrigação de dar explicações ao País. Até agora, nem ele nem seu ex-ministro apresentaram os critérios usados na distribuição dos recursos emergenciais. Ademais, em oito anos de governo, Lula parece não se ter dado conta de que ocupações urbanas de risco não se resolvem com medidas de emergência. Mas, ao qualificar de "levianas" as críticas do tribunal, deu razão a autoridades como o prefeito de Niterói, que, após vários mandatos à frente da cidade, confessou desconhecer os laudos técnicos que condenaram a urbanização do lixão do Morro do Bumba. Lula abusa do poder, rebaixa a qualidade da democracia e, pior, estimula outras autoridades a fazerem o mesmo.

JOSÉ ÁLVARO MOISÉS É PROFESSOR DE CIÊNCIA POLÍTICA E DIRETOR DO NÚCLEO DE PESQUISA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Montanhistas fazem mutirão para limpar o topo do Monte Everest

O Estadão/Reuters

Vinte montanhistas nepaleses estão partindo para o Monte Everest nesta semana, para tentar remover o lixo da montanha, na campanha de limpeza em maior altitude já realizada.

Nepal e China definem que Everest tem duas alturas oficiais

Vários montanistas, estrangeiros e nepaleses, já limparam o Everest no passado, mas Namgyal Sherpa, líder da Extreme Everest Expedition 2010, afirma que ninguém nunca tentou uma limpeza acima dos 8 km de altitude, a região conhecida como "zona morta" por causa do ar rarefeito e do terreno traiçoeiro.
Sherpa e sua equipe de montanhistas experientes levarão sacos e sacolas especiais para trazer de volta garrafas vazias de oxigênio, latas velhas, tendas rasgadas, cordas e utensílios abandonados. Ele já escalou o Everest sete vezes.
"O lixo ficava enterrado sob a neve no passado. Mas agora ele está aparecendo na superfície por causa do derretimento causado pelo aquecimento global", disse. "Os detritos estão causando problemas para os montanhistas... parte do lixo ainda é do tempo de Hillary". O neozelandês Edmund Hillary foi o primeiro homem a subir o Everest, chegando ao pico em 1953.
A montanha tornou-se conhecida como a mais alta lata de lixo do mundo. Muitos montanhistas deixam equipamentos e lixo para trás por causa da exaustão provocada pelo ar rarefeito.
Mais de 4.000 pessoas já subiram o Everest desde o tempo de Hillary. A equipe de Sherpa espera trazer de volta pelo menos 2 toneladas de lixo, além do corpo de um montanhista morto há dois anos.
"Vi três corpos caídos por lá há anos", disse ele.

Uso de cadeirinha em carros de passeio será obrigatório

O Estadão, Solange Spigliatti, da Central de Notícias

A partir do dia 9 de junho, todas as crianças com idades até 7 anos e seis meses deverão usar um dispositivo de retenção específico para seu transporte em veículos de passeio, as chamadas cadeirinhas. A falta desses equipamentos poderá render uma multa de R$ 191,54 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de o veículo ficar retido até sua regularização, com a colocação da cadeirinha.
A resolução foi assinada em maio de 2008, considerando ser necessário estabelecer as condições mínimas de segurança para o transporte de passageiros, obrigando crianças com idade inferior a dez anos a transitar no banco traseiro dos veículos.
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), os dispositivo de retenção para crianças é o conjunto de elementos que contém uma combinação de tiras com fechos de travamento, dispositivo de ajuste e partes de fixação.
São três os dispositivos obrigatórios que deverão ser colocadas no banco traseiro do carro, dependendo da idade da criança: um berço portátil porta-bebê, conhecido como bebê conforto, para crianças de até um ano; uma cadeirinha auxiliar ou uma proteção antichoque que devem ser fixados ao veículo, mediante a utilização dos cintos de segurança ou outro equipamento apropriado instalado pelo fabricante do veículo com tal finalidade, para crianças com mais de 1 ano e até 4 anos; e, acima de 4 anos até 7 anos e seis meses, um dispositivo chamado de assento de elevação, que deixa a criança na altura correta para usar o cinto de segurança. A partir dos 7 anos e seis meses, a criança deve usar o cinto de segurança.

Integração do Twitter - @anywhere está aí

O Estadão, 19 de abril de 2010 16h18 - Por Carla Peralva

Lembra da plataforma anunciada pelo Twitter que prometia dar acesso ao serviço de microblogging dentro de outros sites? Com ela instalada, usuários poderiam companhar a timeline de seu site preferido e enviar mensagens sem ter de mudar de página. Pois é. O Twitter @anywhere saiu do papel e já está funcionando para quem quiser disponibilizar o serviço em seu site – o que é bem simples de ser feito: não é necessário baixar nada, apenas colar algumas linhas de cógido javascript na programação da página.
O @anywhere promete trazer mais usuários e fazer com que eles interajam mais com o site. O post no blog oficial que anuncia o início do serviço cita Foursquare, The Huffington Post, Wall Street Journal e The Guardian como entusiastas da plataforma.

A biblioteca na era digital

O Estado de São Paulo, 18 de abril de 2010

A Biblioteca Estadual da Baviera (Alemanha) digitalizará um milhão de livros em parceria com o Google. O diretor Klaus Cenowa diz que o acervo deve estar onde as pessoas estão. Leia entrevista com Cenowa.

Quando começou a digitalização da biblioteca?
Em 1997. Desde o início, o objetivo era disponibilizar via internet os acervos históricos, únicos e valiosos. As obras digitalizadas estão disponíveis para qualquer um gratuitamente na web. Podem ser impressas ou baixadas para uso pessoal ou científico.

No total, quantas obras já foram digitalizadas?
Até agora foram digitalizadas cerca de 60 mil obras. Além delas, há cerca de 200 mil livros que estão sendo digitalizados através da parceria público-privada com o Google. No total, devem ser escaneados, no próximo ano, um milhão de livros em parceria com o Google.
Por que tantas bibliotecas se opuseram à iniciativa do Google de digitalizar acervos?
Há muito medo em relação a um possível monopólio e um desconforto em relação ao banco de dados cada vez maior do Google. Eu não quero avaliar se esses medos são justos. Nós trabalhamos em excelente parceria com o Google. Sem ele, teria sido impossível digitalizar 1 milhão de livros – cerca de 250 milhões de páginas – em tão pouco tempo.

Qual é a importância disso?
A biblioteca tem tesouros únicos. Esse patrimônio cultural deve ser acessível a todas as pessoas. E a internet nos oferece essa possibilidade. A digitalização significa também uma democratização do acesso ao conhecimento e à cultura.

E como funciona a questão de direitos autorais?
Quase todas as obras estão em domínio público. No entanto, há uma parceria com algumas grandes editoras científicas. Após o pagamento de uma taxa, obras protegidas são digitalizadas e podem ser acessadas de graça pelo consumidor final.

Como funciona esse processo de digitalização?
Não há um único processo de digitalização. Manuscritos únicos são escaneados e digitalizados com a chamada mesa fotográfica de Graz. Para outros materiais utilizamos robôs scanners, que conseguem digitalizar até mil páginas por hora. Também há scanners especiais para mapas e scanners 3D. O escaneamento é a parte mais simples de todo o processo de digitalização, que engloba da logística no depósito ao armazenamento digital permanente.

Quais são os principais desafios das bibliotecas hoje?
As bibliotecas devem oferecer seus serviços e acervos onde quer que o usuário esteja na rede – isto é, no Google, no Facebook, no Yahoo, no WorldCat – e também em ambientes de estudo e pesquisa especializados. Esta diversidade não pode levar a uma perda de identidade. As bibliotecas devem se redefinir como local de troca cultural, de comunicação e de encontro – além de salas de leitura e depósitos.