quinta-feira, 29 de abril de 2010

Excesso de gordura pode alterar cérebro tanto quanto drogas fortes

Portal UOL - Scientific American

Ratos alimentados com alto teor de gordura apresentaram características semelhantes a dos animais viciados em cocaína

Como muitas pessoas, ratos ficam felizes em devorar uma comida saborosa, rica em gordura. Bacon, salsicha, chocolate e até mesmo o cheesecake rapidamente tornaram-se os pratos favoritos dos ratos de laboratório, que recentemente tiveram acesso a essas preferências humanas – tanto que os animais passaram a depender de grandes quantidades de gordura para se sentir bem, como acontece com usuários de drogas. Um novo estudo publicado on-line no Nature Neuroscience descreve esses conflitos dos ratos, aumentando o conhecimento sobre a forma como o excesso de ingestão de alimentos pode provocar mudanças cerebrais; alterações que parecem criar uma dependência neuroquímica no “comedor” — ou no usuário. (Scientific American faz parte da Nature Publishing Group). Resultados preliminares do trabalho foram apresentados na Society for Neuroscience em outubro de 2009.Como muitos comportamentos agradáveis – incluindo sexo e uso de drogas –, comer pode desencadear a liberação de dopamina, um neurotransmissor do cérebro que faz com que tenhamos uma sensação de bem-estar. Essa recompensa química interna, por sua vez, aumenta a probabilidade de que a ação associada acabará por se tornar habitual por meio de condicionamento de um reforço positivo. Se ativados diversas vezes, esses padrões neuroquímicos podem tornar-se uma dependência, resultado observado em muitos casos humanos, observa Paul Kenny professor adjunto no Departament of Molecular Therapeutics, do Scripps Research Institute em Jupiter, Flórida, e co-autor do novo estudo. “A maioria das pessoas com sobrepeso diria ‘eu gostaria de controlar meu peso e minha alimentação’, mas acham que é muito difícil controlar seu comportamento alimentar”, diz ele.

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