sexta-feira, 21 de maio de 2010

O que os cientistas disseram sobre a celula sintética

Folha Online
"Um genoma prostético traz para mais perto o dia em que formas de vida poderão ser feitas inteiramente a partir de material não-vivo. Como tal, revitalizará questões perenes sobre o significado da vida _o que ela é, por que ela é importante e que papel os humanos deveriam ter em seu futuro. Embora essas questões sejam controversas e difíceis de resolver, a sociedade ganhará com o esforço"MARK BEDAU, filósofo, Real College, Oregon (EUA), na revista "Nature"

"É um avanço técnico, não conceitual (...) O "tour de force" técnico de Venter estende a engenharia genética avançada a organismos que até agora têm permanecido inacessíveis à modificação. Ele chama isso de "ir de ler o nosso código genético para ter a capacidade de escrevê-lo". Pode soar assustador, mas nada garante que aquilo que será escrito vá fazer sentido. Pode ser que vire um conto de fadas, um drama, uma novela de ficção científica ou um documentário sobre novas terapias."MARTIN FUSSENEGGER, professor de biotecnologia e bioengenharia, Politécnica de Zurique (Suíça), na revista "Nature"

"Francamente, os cientistas não sabem o bastante sobre biologia a ponto de criarem vida. Embora o Projeto Genoma Humano tenha expandido a lista de partes necessárias para fazer células, não há um manual de instruções para juntá-las e fazer uma célula viva. É como tentar montar um 747 que funcione a partir de sua lista de partes -- impossível. Embora alguns de nós na biologia sintética tenhamos delírios de grandeza, nossos objetivos são bem mais modestos."JIM COLLINS, professor de engenharia biomédica, Universidade de Boston (EUA), na revista "Nature"

"Hoje já se faz em qualquer laboratório uma versão simplificada desse processo de inserir trechos de DNA em bactérias. Qualquer diabético que tome insulina beneficia-se dessa tecnologia, por exemplo, em que insulina humana é fabricada em bactérias geneticamente manipuladas. Essa tecnologia certamente continuará a ser a forma corriqueira de manipular orgnaismos a curto e médio prazo, inclusive para as aplicações que Venter antecipa como objetivos últimos de biologia sintética, como fontes novas de biocombustíveis. Incerto é se um eventual organismo sintético, que precisará quase certamente ser uma versão não existente na natureza, será viável de desenvolver, replicar, e demonstrar utilidades práticas. Mas, em se tratando de Craig Venter, quem apostar contra é um tolo."MARCELO NÓBREGA, professor de genética humana, Universidade de Chicago (EUA), à Folha

"Isso é uma coisa complicada, que Venter admite ter um potencial poderoso para o bem e para o mal. Venter é muito preciso quanto aos benefícios, mas não especifica os perigos. O trabalho merece entusiasmo, mas somente na medida em que se dá atenção aos riscos na mesma medida que aos benefícios"JOHN HARRIS, especialista em bioética da Universidade de Manchester (Reino Unido), ao jornal "The Independent"

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